Olá leitores!

Não tivemos muita coisa nas pistas esse final de semana de Dia dos Pais, mas o que tivemos foi interessante. Comentando as notícias, Jacques Villeneuve vai disputar a temporada 2015/2016 da Fórmula E, assinou com a equipe Venturi, dividindo a equipe com o francês Stéphane Sarrazin. Vamos ver quanto tempo vai levar para ele começar a criticar tudo e todos e sair da categoria... esse vosso colunista ficará surpreso se ele terminar a temporada. Na Indy, Road America, a magnífica pista situada em Elkhart Lake, estará de volta ao calendário em 2016, pista essa que JAMAIS deveria ter saído do calendário. O mais belo traçado misto dos EUA não poderia continuar de fora da principal categoria de monopostos da América do Norte. E a organizadora da Stock Car informou que após o grave acidente de Pinhais está se reunindo com equipes, pilotos e a CBA para buscar maneiras de impedir acidentes... mas mudar a regra que impede que o piloto largue na segunda corrida se o carro não chegar pelos próprios meios nos boxes está fora de cogitação. Conheço isso, muito comum no meio corporativo: a pessoa tem uma ideia e insiste nela até a última força que tiver, mesmo que ela prove que está errada. Mas podem ficar tranquilos, depois que um acidente igual acontecer em um trecho de maior velocidade e algum piloto morrer ou ficar paraplégico, eles mudam a regra, não se preocupem.

Indo para o que realmente interessa, a competição: sábado terminou o maior rali raid do Brasil, o Rali dos Sertões. Dessa vez a chegada foi em Foz do Iguaçu, e nas motos Jean Azevedo mostrou que é o Peterhansel tupiniquim e foi campeão do Sertões pela 6ª vez, com uma vantagem de 12 minutos sobre o segundo colocado, Ramon Sacilotti. Nos quadriciclos a vitória ficou com o maranhense Marcelo Medeiros, com uma larga vantagem (44 minutos) sobre o 2º colocado, Pedro Costa. Nos carros, primeira vitória da dupla Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, que dominou desde o primeiro dia, não dando chances para a dupla que terminou em 2º, Marcos Baumgart e Kleber Cincea. Não teve a mesma divulgação do passado (quando até equipes estrangeiras chegaram a vir competir), mas ainda é uma prova que representa um grande desafio para os competidores, e assim como no Dakar cada um deles deve se sentir muito feliz de ter alcançado o final da prova.

Nesse domingo tivemos mais uma prova da Fórmula Truck, dessa vez lá em Santa Cruz do Sul. E se eu, em frente à TV, fiquei um pouco decepcionado, imagino o público que pagou ingresso e estava lá no autódromo. Geralmente as categorias que adotam a duração da corrida por tempo, se não for prova de 24 horas, costumam travar o cronômetro quando ocorre uma bandeira vermelha... e na Truck deixaram ele correndo solto enquanto limpavam a pista. Resultado: menos corrida para os fãs da categoria. Sim, entendo que deve existir algum ótimo motivo técnico para isso... mas como fã da categoria, fiquei decepcionado. Enfim, vitória mais do que merecida para Paulo Salustiano (Mercedes), que dominou o final de semana inteiro. Foi o mais rápido em todos os treinos, e comprovou essa velocidade na corrida. Teve um final de semana de Schumacher nos tempos entre 2000 e 2005, realmente impressionante. Destaco também a corrida do 5º colocado, Diogo Pachenki (Mercedes “bicudo”), que chegou a disputar a 3º posição mas diminuiu um pouco o ritmo após a quebra do para-brisas e perdeu a 4ª posição. Nada mal para um caminhão com uma cabine com tantos ângulos retos... de 2º a 4º lugar veio o esquadrão VW-MAN, com Felipe Giaffone em 2º, Leandro Totti em 3º e André Marques em 4º. Quem vai querer esquecer esse final de semana é o Wellington Cirino, que teve problemas o domingo inteiro e foi o último nas duas fases da corrida.

Tivemos também MotoGP no traçado misto de Indianapolis, e o vencedor foi Marc Márquez, com direito a uma linda ultrapassagem sobre Jorge Lorenzo (2º) na veloz curva 1 do circuito, quando o comum é vir junto na 1 para fazer a ultrapassagem na 2, bem mais lenta. A típica ultrapassagem “com a faca entre os dentes”, muito bonita e arrojada. Não que Lorenzo tenha feito uma má corrida, pelo contrário, liderou uma parte bem razoável da corrida, mas não teve como segurar o garoto Márquez, que estava inspiradíssimo. Em 3º chegou Rossi, após um belo duelo contra Pedrosa (sim, esse domingo o alinhamento planetário estava favorável e o Pedrosa resolveu acelerar para valer...). Rossi, por sinal, que reclamou da moto boa parte do final de semana, e largou apenas em 8º lugar.

E tivemos a segunda (e última...) prova da Sprint Cup em circuito misto, em Watkins Glen. E o garotão Joey Logano, que nunca tinha vencido em circuito misto, fez uma “varrida”, vencendo no sábado a Xfinity Series e no domingo a prova principal, arrancando uma leve mexida de canto de boca do patrão Roger Penske (alguém já registrou o Roger Penske gargalhando? Isso existe?). A vitória do domingo teve toques de drama, já que alguns pilotos estavam em estratégia de economia de combustível, e até a metade da última volta parecia que o troféu de vencedor estaria nas mãos do “Mr. Consistency” Kevin Harvick, mas a duas curvas da bandeirada acabou o combustível do carro dele... no embalo, ainda conseguiu receber a bandeirada em 3º lugar. Em 2º chegou Kyle Busch, entrando no Top-30 e sendo elegível para o Chase por esses critérios novos, que o público está gostando, mas admito serem quase tão complicados de entender quanto o roteiro do seriado Lost. Fechando o Top-5 tivemos Matt Kenseth em 4º (outra bela corrida, largou em 26º) e Kurt Busch em 5º. Decepção total para Allmendinger (fez a pole, mas teve problemas de motor e terminou apenas em 24º luar) e Jeff Gordon (teve problema de freio e foi o 41º colocado).

Até a próxima!