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Written by Administrator   
Wednesday, 22 July 2015 22:07

Caros amigos, não posso começar a coluna desta semana sem mencionar o assunto que foi o mais evidenciado ao longo dos últimos dias: o falecimento do piloto Jules Bianchi, depois de nove meses de coma profundo e clinicamente irreversível. As imagens do seu funeral, com a presença de seus colegas de pista da Fórmula 1 remeteu a muitos uma imagem de vinte anos atrás, mas sem o envolvimento popular.

 

Assim como foi o caso de Jules Bianchi, temos aqui no Brasil um “paciente” que está em “coma profundo” e sem responder a estímulos... se bem que, no seu caso, não estão sendo aplicados estímulos, como se houvesse um mórbido deseje de que o paciente em questão venha a morrer. O paciente em questão não é nenhum piloto, felizmente, mas sim o Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília.

 

Desde que as obras da reforma foram paralisadas, em janeiro deste ano, depois de todo o festival de irregularidades envolvendo o processo para que fossem feitas as obras de modernização e adequação do circuito para receber a Fórmula Indy e credenciar-se a receber a etapa do mundial de Motovelocidade, o autódromo está simplesmente largado ao tempo e à especulação imobiliária que deseja expandir a zona hoteleira naquela direção.

 

A retomada da execução das obras necessárias continua dentro de um “jogo de empurra-empurra” entre o Tribunal de Contas do Distrito Federal e a empresa estatal de obras, a Terracap. Segundo o TCDF, a primeira licitação para a reforma do autódromo apresentava indícios de sobrepreço no seu texto e até mesmo o que já foi feito, como os cerca de 3.500 dos 5.475 metros do traçado que recebeu uma nova camada de asfalto (o que não ocorria desde a inauguração, em 1974), além de algumas áreas de escape, está sendo investigado.

 

A estatal de obras tem usado o TCDF para justificar o porque de as obras não terem sido retomadas até o momento, alegando que está “esbarrando em questões jurídicas” para que as obras tenham reinício e que já tem disponibilizada a verba necessária para a retomada das obras.

 

Diante de tantas irregularidades que vemos dia após dia nos negócios envolvendo as autoridades brasileiras, independente de partido ou tendência política, o presidente do Tribunal de Contas, Renato Rainha, está apenas fazendo o trabalho dele ao exigir transparência no processo licitatório e que o mesmo não seja direcionado para beneficiar algum dos concorrentes.

 

Em comunicado oficial, o Governo do Distrito Federal afirma que pretende dar continuidade ao projeto de reforma do autódromo. Contudo, continua esbarrando nas questões de ordem jurídica para retomar as obras suspensas.

 

Tal demora implicou na necessidade dos promotores de eventos locais ter que buscar alternativas para o cumprimento dos seus calendários e isso levou de volta as principais categorias para o Autódromo Internacional Orlando Moura, em Campo Grande, que passou por uma fase difícil devido aos problemas da administração municipal e que, com o retorno dos grandes eventos pode voltar a figurar no calendário nacional, inclusive para os próximos anos.

 

Com o iminente encerramento das atividades do Autódromo Internacional de Curitiba e o impasse sobre a corrida de rua no Centro Administrativo de Salvador que levou a transferência da etapa deste ano para Curitiba, Campo Grande tem grandes possibilidades de continuar no calendário de 2016. Contudo, o cenário nacional precisa de novas alternativas.

 

Até onde as obras do Autódromo dos Cristais em Curvelo-MG irão avançar a ponto do circuito conseguir estar pronto para fazer parte do calendário nacional é uma incógnita e o esporte a motor não precisa de incógnitas, e sim de respostas.

 

Não bastasse a crise econômica para dificultar ainda mais a vida do nosso automobilismo, ainda temos que enfrentar mais este problema: o risco de faltar onde correr!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva