Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Um super final de semana... sem F1! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 31 May 2015 23:17

Olá leitores!

 

Fazia um tempo que não tínhamos um final de semana com tantas corridas! Fica até difícil acompanhar tudo o que aconteceu, mas eu diria que vale a pena. Sei que existem pessoas que acham que a F-1 é o ponto máximo do automobilismo, e que qualquer outra coisa é secundária... eu diria que a F-1 já foi esse ápice em algum lugar do passado. Existe muito mais no mundo do esporte a motor, e coisas que merecem ao menos uma olhada com carinho.

 

Por exemplo, a World Series. Também conhecida como Fórmula Renault 3.5. Aquela mesma cilindrada dos F-1 de algum tempo atrás, seus dois últimos campeões foram Kevin Magnussen e Carlos Sainz Jr, com boas apresentações na F-1. Com a vantagem de ser bem mais em conta que a GP2, costuma ter alguns pilotos de bom nível competindo, mas que não têm patrocínios tão fortes como os requeridos para estar na GP2. Esse final de semana teve rodada dupla em Spa-Francorchamps, e foi interessante ver carros parecidos com os F-1 com ronco de carro de corrida de verdade, não aquela coisa estranha dos F-1 atuais. Na corrida de sábado deu vitória do Vaxivière (espero que não chegue à F-1, nominho do inferno de escrever, de nome ruim já basta o Kvyat), e na etapa desse domingo a vitória ficou com o Rowland, com De Vries em segundo e Vaxivière em terceiro. Tem um brasileiro correndo lá, o Pietro Fantin, e no domingo ele terminou nos pontos, em 8º lugar.

 

Também foi final de semana com DTM, que adotou a estratégia de rodadas duplas para tentar recuperar o público que estava perdendo. E a festa toda foi da turma dos anéis: sábado a Audi fez 1-2-3-4 e no domingo 1-2-3-4-5. Quase lembrou a Porsche no Endurance nos anos 70 e 80. Nos dois dias o vencedor foi o mesmo, Jamie Green, sendo que no sábado o pódio foi completo com Mortara em 2º e Ekström em 3º, e no domingo com Ekström em 2º e Molina em 3º. Mais uma vez o Augusto Farfus não teve um final de semana que queira se lembrar: no sábado teve que abandonar na primeira volta e no domingo estava em décimo lugar quando foi atingido por Götz e novamente teve de abandonar.

 

Ainda no sábado tivemos a primeira etapa da rodada dupla da Indycar em Detroit. Vitória de Carlos Muñoz, a primeira desse talentoso colombiano que já tinha batido na trave por duas vezes (Indianapolis 2013 e Houston 2014), mas dessa vez, em um belo trabalho dos estrategistas da equipe Andretti, conseguiu o caneco do primeiro colocado. Merecida vitória, ele conseguiu ser rápido com slicks numa pista onde começava a chover, o que não se faz se não tiver talento. A corrida teve de ser interrompida antes do número de voltas previsto justamente por conta da chuva, mas isso não invalida o trabalho dele. Em 2º chegou Marco Andretti e em 3º Simon Pagenaud. No sábado a corrida começou no seco e terminou na chuva, e no domingo a situação se inverteu: começo com pista muito molhada, e da metade para o final foi secando. Curiosamente, na chuva os pilotos se comportaram melhor, mas conforme foi secando os erros de pilotagem se multiplicaram. A segunda metade da corrida foi terrível, deu vontade que os comissários fizessem o que foi feito nesse domingo na prova de F-3 de Monza (da qual falarei mais adiante), de tantas barbeiragens que o pessoal aprontou. Nessas condições, vitória do talento: Sébastien Bourdais foi o vencedor, auxiliado por uma enorme sequência de bandeiras amarelas que fez sua estratégia de economia de combustível funcionar. Em segundo chegou o agressivo Takuma Sato e em 3º o Graham Rahal, outro que sobreviveu bem ao festival de contatos das últimas voltas. Montoya teve chance de vencer, mas acabou o combustível no final (chegou em 10º), Scott Dixon foi arremessado no muro pelo companheiro de equipe Kimball quando esse tentava fazer uma ultrapassagem, não conseguiu e simplesmente voltou para a trajetória anterior sem olhar se tinha alguém ao lado. Bizarro. Outro momento tosco do final foi quando o Will Power foi tocado, na tentativa de se recuperar perdeu o controle e acertou o carro do companheiro Castroneves. Helinho tem que se benzer esse ano...

 

Também tivemos Stock Car em Curitiba, mais uma rodada dupla. Felizmente, duas etapas bem distintas: a primeira, mais longa, foi terrível, muito chata de assistir. Nem vou falar do Zonta que errou os boxes na parada... ops, falei. Se ele acha que o segredo da genialidade do Hamilton é esse, ele está no caminho errado. Felizmente o Zonta abandonou nas duas corridas. Logo na largada, o pessoal do pelotão do meio (o Piquet dava outro nome para esse pelotão, mas não o citarei...) fez um belo strike e obrigou uma nova largada. Galid Osman (RCM Chevrolet) se manteve na ponta até que Daniel Serra (Red Bull Chevrolet) fez o movimento certeiro para ultrapassar, assumir a ponta e não mais a perder. Após isso, Osman perdeu rendimento e terminou em 5º lugar. Completaram o pódio Marcos Gomes (Voxx Peugeot) em 2º e Thiago Camilo (RCM Chevrolet) em 3º. Na segunda corrida, bela atuação do curitibano Julio Campos (Mico’s Peugeot), que largando em 3º passou Rubinho ainda na largada e na primeira volta passou o pole Valdeno Brito (A. Mattheis Chevrolet) para assumir a liderança e não mais a perder. Em 2º chegou Rubinho (Full Time Chevrolet) e em 3º Popó Bueno (Cavaleiro Peugeot), se aproveitando da falta de combustível do seu irmão Cacá Bueno (Red Bull Chevrolet), que iria para o pódio, mas teve que levantar o pé para poder cruzar a linha de chegada.

 

Tivemos também MotoGP em Mugello, que começou em festa com a pole position do Andrea Iannone: primeira pole de um piloto italiano com uma moto italiana (no caso, Ducati) em solo italiano desde a época do Giacomo Agostino e sua MV Agusta. Isso porquê o Iannone estava na pista sob efeito de analgésicos por conta de uma fratura no antebraço esquerdo... na classificação, na longa reta principal, ele chegou a 350 km/h. Sobre 2 rodas. Vai encarar repetir isso? Já na corrida, deixaram Lorenzo assumir a liderança e ficar sozinho na pista...e nessa situação é difícil alcançar ele. 3º vitória em seguida, que pode se tornar em 4 seguidas, já que a próxima corrida será na Espanha, com a torcida a favor dele. Dovizioso até tentou ir ao encalço do espanhol, aproveitando a ótima velocidade de reta das Ducati, mas não deu certo. Quem fez uma corridaça até cair foi Marc Márquez, que largou em 13º e veio escalando o pelotão até chegar nos ponteiros... mas aí abusou um pouco mais e foi para o chão. Com Lorenzo isolado, as atenções se voltaram para a briga pelo 2º lugar, que foi bem animada a corrida toda. Mesmo com seus problemas físicos, Iannone fez a festa da torcida chegando em 2º lugar, com “Il Dottore” Rossi em 3º. Para quem largou em 8º, não foi um mau resultado para Valentino.

 

Para encerrar, o momento máster bizarro do final de semana: esse final de semana teve etapa dupla da F-3 Européia em Monza. Sábado, um acidente feio com o canadense Lance Stroll, da academia de pilotos da Ferrari. OK, ele saiu inteiro, mas foi o suficiente para acender a luz de alerta. Após a corrida os pilotos foram chamados pela direção de prova para uma reunião a respeito da pilotagem irresponsável, e avisados que se necessário fosse a corrida terminaria com safety-car. Na etapa de domingo, os toques entre os pilotos continuaram, a maioria pilotando como se estivesse no kart indoor, e aí ocorreu a – para mim pelo menos – inédita decisão de interromper a corrida antes do final por conta do baixo nível de pilotagem. Se a moda pega...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini