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Os voos da morte! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 21 May 2015 08:36

Caros amigos, diante dos fatos ocorridos nos últimos sete dias no Indianápolis Motor Speedway, onde quatro pilotos acidentaram-se de forma apavorante e um deles – James Hinchcliffe – feriu-se gravemente não poderia deixar de preocupar não apenas a mim, mas a qualquer pessoa com o mínimo de bom senso, esteja ele no presente no oval ou numa sala de redação.

 

Não precisa ser nenhum expert em construção de chassis para perceber que um sério problema de configuração do “kit aerodinâmico” preparado para o oval de Indianápolis é um risco às vidas dos 33 pilotos que disputarão no domingo a 99ª edição das 500 Milhas de Indianápolis.

 

Após o acidente com Helio Castro Neves no dia 13 de maio, a organização da categoria que os carros que possuem os kits aerodinâmicos fornecidos pela Chevrolet tirassem uma longa lâmina que praticamente dividia os bicos do carro. Para a categoria, após a realização de análises e estudos, a peça pode ter tido importante colaboração para fazer o carro voar da forma que voou.

 

Apesar da medida que os responsáveis técnicos julgavam ser o fator que estava comprometendo a segurança contra os “voos” dos carros com kit aerodinâmico da Chevrolet, no dia seguinte o piloto da equipe CFH, Josef Newgarden, também decolou, fazendo com que os engenheiros “voltassem à estaca zero”.

 

Estava evidente que alguma coisa “a mais” está comprometendo a segurança dos carros e dos piloto uma vez que, ao não receber o ar entrando dentro de determinadas condições, toda a capacidade de pressão aerodinâmica não apenas deixa de existir, mas toma o efeito exatamente oposto.

 

A decisão seguinte da direção técnica da categoria foi a redução da “potência extra” que havia sido liberada para os motores. A pressão do turbo dos motores voltou ao valor adotado nos treinos, caindo de 140 kPa para 130 kPa (quilopascal).  Na prática, a perda seria algo entre 40 e 50 cv. A intenção era fazer os carros andarem mais lentos, algo que parecia ser uma medida de bom senso.

 

O problema é que não foi o suficiente. Antes da classificação começar, no treino da manhã, Ed Carpenter, piloto e proprietário da equipe CFH, onde o outro piloto era o acidentado Josef Newgarden, bateu, atravessou na pista e decolou, vendo o asfalto diante dos olhos e acima de seu capacete.

 

Os três carros tinham em comum o motor Chevrolet e consequentemente o kit aerodinâmico compatível com esta motorização, que é diferente do kit utilizado pelos carros equipados com motores Honda. Mesmo com toda a apreensão, a classificação transcorreu no período da tarde... e felizmente, sem acidentes.

 

As 500 Milhas de Indianápolis é uma corrida com características únicas e entre o treino para a pole position e a largada para a corrida transcorre uma semana... onde os treinos continuam e os carros vão todos para pista. A torcida era para que não houvessem mais acidentes, mas um outro aconteceu.

 

James Hinchcliffe, piloto da equipe Sam Schimidt Peterson, um carro equipado com o kit aerodinâmico para motores Honda teve uma quebra alguma peça ainda não identificada na suspensão e perdeu o controle, batendo violentamente no muro na curva 3... e assim como os carros com os kits aerodinâmicos da Chevrolet, quando mudou o ângulo de ataque ao vento, o carro capotou!

 

No caso de Hinchcliffe o problema foi mais sério, uma vez que a batida causou-lhe sérios ferimentos e ele precisou passar por uma cirurgia de emergência, tendo uma grande perda de sangue e correndo risco de perder a vida devido ao corte em uma artéria femural.

 

Não acredito que qualquer dos pilotos que ainda estão treinando durante a semana e que largarão no próximo domingo esteja completamente tranquilo, especialmente com o fato de que ao invés de vermos os carros na pista individualmente, ou de forma bem espaçada, eles largarão em 11 filas triplas!

 

Como estes carros irão se comportar diante desta condição? Definitivamente, algo não está bem neste novo carro da categoria e se algo mais grave acontecer, não terá sido por falta de aviso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva