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Incoerência extrema! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 29 April 2015 19:50

Caros amigos, quem acompanha as transmissões de corridas em geral e a Fórmula 1 em particular, acostumou-se a ouvir um termo redundante... o tal do “limite extremo”. Oras, se já se está no limite, está-se em um ponto extremo. Seja de velocidade, de arrojo, de risco, de segurança.

 

Neste final de semana que passou, sem Fórmula 1, o “extremo” foi atingido... nas duas direções: em termos de “anti-climax em nome da segurança” e em negligência e descumprimento de princípios básicos de segurança em competições de automobilismo.

 

Fiquei particularmente chocado com a decisão da direção de prova da Stock Car que determinou – aparentemente à revelia do desejo dos pilotos – que a largada fosse feita em fila indiana, sem os carros estarem lado a lado como costumam ser as largadas em movimento da categoria.

 

Até os comentaristas e o narrador da corrida pelo canal por assinatura, com um tom de voz de constrangimento, também mostravam-se descontentes com a decisão da direção de prova e assim como eu pensei, eles falaram sobre o quanto isto é ruim para o espetáculo, para o público.

 

Apesar do que, neste aspecto, a própria organização da categoria tem feito “um grande trabalho” em “sabotar” a promoção da mesma e a fidelização do público. Apesar de todo o programa de eventos ter ajudado (sem a obrigação do compromisso com a emissora de sinal aberto), com a largada da principal corrida ocorrendo às 13 horas.

 

Acontece que, quando os comentaristas foram mostrados minutos antes da largada falando sobre suas expectativas para a corrida e criticando a largada em fila indiana, atrás deles apareceu dois dos quatro setores de arquibancada fixas do Velopark, que comportam em seu total 30 mil pessoas, segundo informações do próprio Velopark, dadas em nossa matéria sobre o autódromo (leia aqui) e estes dois setores estavam praticamente vazios, estando os dois outros com um bom público como fez questão de tentar consertar o narrador da prova, sendo seguido pelo diretor de imagens, que em seguida mostrou aglomerações em tomadas fechadas.

 

Definitivamente não adianta querer mentir e tentar enganar ao público, aos patrocinadores se as imagens mostram e a redução de público é evidente. A CBA e seus integrantes não podem ser responsabilizados isoladamente pelas atitudes que possam desagradar o público, como esta largada em fila indiana. Cabe ao promotor junto com as equipes buscar soluções. Porque não largar parado se o circuito teria complicadores como tem, em tese, o Velopark?

 

No outro extremo, mais uma prova de arrancada em Santa Catarina termina com uma morte. Desta feita, o local foi o “Speedway Music Park”, localizado no Balneário Camboriu e que as imagens do acidente (veja aqui) mostram um local com uma mureta baixa de um lado, uma guard rail de lâmina simples do outro, nenhuma tela de proteção e pessoas assistindo junto da mureta.

 

Durante uma das disputas da categoria “Tração Dianteira – B”, o Gol conduzido por Joacir Cordova perdeu o controle próximo ao final do percurso de 201 metros, saiu do asfalto, bateu em dois veículos e por fim em uma pedra. Neste trajeto, sem controle, atingiu o chefe da segurança que, segundo Geraldo Frare, dono do “Speedway Music Park”, o segurança estava num bolsão ao lado da pista de desaceleração quando foi atropelado pelo carro, estando em um local onde não poderia estar. E porque estava lá?

 

Segundo Marcelo Venturelo, coordenador de arrancada e comissário da Federação de Automobilismo do Estado de Santa Catarina (FAUESC), a competição estava regularizada com alvará da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.

 

Em nota, a Fauesc disse que o evento tem todas as credenciais necessárias para ser oficial, como autorizações de órgãos responsáveis, uma ambulância com dois paramédicos e um médico. Também afirmou que Flavio estava em lugar proibido para permanência de pessoas, segundo testemunhas, estava ali por estar em deslocamento.

 

Nós já fizemos um editorial sobre a forma como as competições de arrancadas são – mal – conduzidas (leia aqui). A FAUESC é filiada e credenciada da CBA e não é admissível que ocorrências como estas aconteçam. Que locais com um nível de segurança no mínimo questionável recebam competições e que pessoas sem a real noção de risco tenham suas vidas colocadas em risco.

 

Se na Stock Car há uma preocupação extrema com a segurança, a ponto de se promover uma largada em fila indiana, onde está esta preocupação em uma corrida de arrancada, onde as pessoas estão expostas ao risco extremo em um local que carece de segurança para as competições?

 

O critério, a orientação deve ser uma só. Afinal, a CBA é a mesma!

 

Um abraço e até a próxima,

 

 

Fernando Paiva 

Last Updated ( Wednesday, 29 April 2015 19:58 )