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O GNV e suas vantagens. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 19 April 2015 19:00

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Estamos entrando no último capítulo sobre motores de combustão interna com o uso de cadeias de hidrocarbonetos. Nosso foco agora é o uso do gás natural como fonte combustível. Não sei o que os amigos que acompanham a minha coluna lembram das aulas de química na escola, mas numa queima de combustível, o que realmente queima não é o líquido ou o sólido, mas o vapor gerado deste, quando aquecido.

 

Com isso, vamos acabar descobrindo que o uso dos gases como combustível remonta à uma época em que nem se sonhava em haver veículos automotores. A primeira noticia que se tem do uso de substâncias gasosas como combustíveis foi divulgada pelos chineses, por volta do ano 900. Segundo os registros da época, os chineses canalizavam um gás combustível por meio de tubos de bambu e usavam-no para iluminação.

 

Quando a sociedade ocidental passou a usar o carvão como fonte de energia para gerar vapor a partir do aquecimento da água, o uso do gás proveniente do carvão extraído nas minas da Inglaterra foi também usado para a iluminação, isto já entre os séculos XVII e XVIII. Não demorou muito para companhias de distribuição de gás começaram a ser organizadas e isso se tornar um lucrativo negócio.

 

A descoberta de outras misturas gasosas combustíveis, como o gás d’água e o gás de gerador ou gás de gasogênio, assunto de uma excelente coluna do nosso colega Luiz Mariano (Leia Aqui) foram novas etapas do desenvolvimento dessa indústria.

 

A utilização de gás natural como combustível para motores especialmente industriais é algo que existe há muitas décadas. Ainda assim, quando começou a exploração comercial do petróleo, a maior parte do gás oriundo dos poços era simplesmente queimado! A escassez de combustíveis líquidos, sobretudo nos países da Europa, deu origem à aplicação de gás natural nos motores veiculares.

 

No caso específico do uso como combustível para veículos vem ganhando espaço crescente. São mais de 1 milhão de unidades em circulação por mais de 60 países da Europa, América do Norte e do Sul e Ásia. Até mesmo em países que tem abundância de petróleo, o uso do gás natural como combustível veicular ganhou dimensões consideráveis.

 

No início da exploração do petróleo, não havia meios de armazenar o gás natural, que era quase todo queimado.

 

Dono daquela que se calcula como a segunda maior reserva de gás natural do mundo e sendo um grande produtor e exportador de petróleo, o Irã é, desde 2011, o dono da maior frota de veículos movido por gás natural, com 2,9 milhões de veículos.

 

Em termos de combustível automotivo, o GNV apresenta vantagens técnicas em comparação aos combustíveis tradicionais, tornando-o uma alternativa promissora. Nestes termos podem ser ressaltados os seguintes aspectos: possui temperatura de ignição superior, o que o torna mais seguro quanto ao manuseio e apresenta menor densidade que o ar atmosférico, o que, em caso de vazamento, possibilita sua rápida dissipação na atmosfera.

 

Além disto, a combustão do GNV com excesso de ar é muito próxima da combustão completa, reduzindo os resíduos a dióxido de carbono e vapor d’água e inibindo a formação de resíduos de carbono no motor, aumentando sua vida útil e o período entre manutenções sem comprometer a integridade das partes componentes do motor. Por outro lado, seu uso reduz os níveis de poluição atmosférica. No ambiente urbano, o uso adequado deste combustível, se comparado com os combustíveis tradicionais, pode reduzir as emissões de monóxido de carbono (CO) em 76%, de óxido de nitrogênio (NOx) em 84% e de hidrocarbonetos pesados em 88%.

 

Na fórmula acima, a queima perfeita, mas como o ar atmosférico tem outros elementos, a queima é mais complexa.

 

A principal vantagem de ordem econômica é o menor preço de comercialização do GNV em comparação com a gasolina e o álcool hidratado utilizado na frota de veículos leves. Esta redução nos gastos é acompanhada das economias decorrentes do menor desgaste das partes e componentes do motor e do maior intervalo entre as trocas de óleo lubrificante.

 

Estas diferenças são menores em relação ao óleo diesel, em que prevalece uma pequena diferença entre os preços do óleo diesel e do GNV. Além disso, o custo da conversão é significativamente maior em função da necessidade de um maior número de cilindros que permitam o armazenamento de produto suficiente para garantir autonomia operacional dos veículos. A instalação dos cilindros ocupa muito espaço nos veículos e o excesso de peso faz com que o veículo apresente alguns problemas como: dirigibilidade e estabilidade; desgaste adicional do freio e embreagem; e carga excessiva sobre a suspensão, sendo na maioria das vezes necessária a troca das molas. Uma alternativa é a utilização de cilindros mais leves, com peso até 35% menor que os cilindros tradicionais.

 

O GNV no Brasil.

 

A utilização do gás no Brasil, como combustível, pode ser divida em 3 fases:

1ª Fase - Gás de Carvão (1854-1970)

Este período iniciou com a 1° Fábrica de Gás de Carvão, em 1854, no Rio. Podemos destacar a criação, em 1872, através de decreto imperial da "The São Paulo Gás Company". Nesta fase, o gás era utilizado para iluminação pública e no uso doméstico.

2ª Fase - Gás de Nafta (1970-1980)

O Gás de Nafta, derivado leve do petróleo, nesta época era de uso doméstico, tendo o início da construção, em São Paulo, no anel de alta pressão, para sua distribuição.

3ª Fase - Gás Natural (1980 em diante)

Com as descobertas de óleo e gás natural na Bahia, em 1947, iniciou-se seu uso em indústrias, desta região. Em 1980 ocorreram grandes descobertas de óleo è gás natural na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A distribuição para São Paulo iniciou em 1988.

 

Hoje existem por todo mundo sofisticadas plantas de liquefação e gaseificação do gás natural

 

O programa brasileiro teve inicio no final da década de 80 com a elaboração do PLANGAS - Plano Nacional de Gás pra uso no transporte. O plano tinha como objetivo a substituição do óleo diesel uma vez que esse combustível corresponde a aproximadamente 52% do consumo energético do país, enquanto o gás natural representava apenas 1,8% desse total.

 

Nesta oportunidade foram criadas as primeiras comissões governamentais para o estudo da substituição do óleo diesel utilizado pelos veículos de transporte de carga e de passageiros (ônibus).

 

Vários programas experimentais em veículos de carga e transporte foram postos em prática. No entanto, a pequena diferença entre os preços do gás natural e do óleo diesel inviabilizava economicamente a conversão da frota nacional.

 

Aliados a esses fatores, a falta de infra-estrutura de abastecimento dificultava a implantação do programa: Para ampliar o projeto e criar uma estrutura de abastecimento, foi liberado no final de 1991 o uso de Gás Natural para táxis, posteriormente para as frotas cativas de empresas e inaugurou-se o primeiro posto público de abastecimento no Brasil, no Rio de Janeiro.

 

Somente a partir desta medida, o programa de gás natural brasileiro iniciou seu desenvolvimento efeito. Viabilizou-se, então, o gás natural como combustível alternativo, seja para o álcool, a gasolina ou mesmo para o diesel - em função das suas qualidades, do seu preço competitivo, reservas e aspectos positivos em relação ao meio ambiente.

 

A conversão para o gás natural tomou-se, então, extremamente atrativa para os proprietários de táxis. A demanda pelo combustível passou a ter uni ritmo de crescimento constante, estimulando as distribuidoras a investirem na abertura de novas estações de abastecimento nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 

Um diagama de fácil compreensão explica o processo de utilização de gás natural em um motor de combustão.

 

A maior parte dos investimentos no programa de gás natural automotivo é proveniente do capital privado, especialmente das companhias distribuidoras de petróleo. Ao contrário do pró-álcool que foi criado, desenvolvido e controlado totalmente pelo governo.

 

O uso do Gás Natural Veicular no Brasil, se deu pra valer mesmo, com a liberação para veículos particulares no inicio de 1996 e a implantação das medidas sugeridas ao Governo.

 

Em 2006 a Fiat lançou o Siena 1.4 TetraFuel, veículo esse que já vem com GNV de fábrica. Atualmente, cerca de 50% das vendas do Novo Siena no Brasil são do modelo Tetrafuel.

 

Já em 2007 chegou ao mercado a Ford Ranger com motor 2.3l a gasolina, preparado para conversão ao GNV, com manutenção e garantia de fábrica, sendo a primeira picape média no Brasil com esse recurso.

 

Nos últimos anos, a IVECO tem priorizado suas pesquisas a produção de veículos ecológicos no Brasil. Dessa forma tem desenvolvido e aplicado motores a GNV em caminhões, ônibus e veículos comerciais leves. Esses veículos já podem ser vistos pelas ruas brasileiras. A IVECO é líder mundial em tecnologia GNV para veículos pesados. Já são mais de 12 mil unidades em diversos países. Atualmente a América Latina é foco na introdução dessa tecnologia.

 

Alguns países já constroem carros com o sistema para o GNV integrado. As adaptações reduzem os porta-malas.

 

As vantagens no uso do Gás Natural:

O consumidor só paga pela energia efetivamente consumida. O fornecimento é rigorosamente controlado.

A tarifa é escalonada, ou seja, quanto maior o volume contratado, menor será o preço médio da tarifa.

Redução do capital de giro. O pagamento só é efetuado após o consumo.

O consumo global de energia é reduzido.

O custo de instalação é mais baixo que o custo total de instalações elétricas.

O combustível é limpo e isento de enxofre, o que aumenta a vida útil dos equipamentos.

De todos os combustíveis utilizados atualmente, o gás natural é um dos menos poluentes, dispensando, por isso, equipamento de filtragem dos gases combustíveis. Os gases gerados na combustão são limpos e podem ser lançados diretamente na atmosfera.

Sua densidade relativa é igual a 0,6. Isso significa que ele é mais leve que o ar e, em caso de vazamento, sobe para a atmosfera rapidamente, garantindo maior segurança.

O gás natural é inflamável apenas quando atinge temperaturas superiores a 622ºC, o que dificulta qualquer tipo de queima acidental.

Diferentemente do gás de cozinha (GLP), o gás natural não é explosivo. Se houver combustão, ele manterá a chama sem explosões até que seu suprimento se esgote.

O gás chega através de tubulações, dispensando manuseio de botijões e controles diários. Aumenta a área útil do estabelecimento, pois não precisa ser estocado.

Redução do custo de seguro, transporte e armazenagem. O gás natural é canalizado, sendo acessível pela simples abertura de válvulas.

 

É preciso viabilizar o uso do GNV.

 

Como já mencionei anteriormente, os problemas em relação à capacidade de abastecimento e da rede de postos atender a todas as regiões do Brasil são um impedidor de uma maior exploração deste combustível. A infra-estrutura de dutos, por enquanto, concentra-se, basicamente, na faixa litorânea do país. Outro tipo de problema á a conversão artesanal, motivada pela busca de custos menores. O resultado obtido, na grande maioria dos casos, é a instalação de produtos com qualidade duvidosa, o que leva a defeitos e desgastes precoces no veículo.

 

O uso do GNV ainda carece de uma melhor infraestrutura. Os Argentinos tem uma frota maior que a nossa.

 

Em todo caso, o uso do GNV no Brasil é muito recente, resultando numa participação na matriz energética ainda muito modesta. Inúmeros fatores ainda dificultam a massificação do uso do GNV, destacando-se a insuficiência da malha distribuidora e o alto investimento para instalação nos postos de serviço dos equipamentos especiais necessários para a operação de abastecimento dos veículos, com destaque para os compressores. No médio prazo, com a ampliação da produção de GNV e o crescimento da demanda do mercado, novos projetos e investimentos em infra-estrutura de distribuição de gás poderão ser viabilizados, ampliando a participação do GNV na matriz energética brasileira, trazendo maior eficiência no uso dos recursos econômicos e do meio ambiente.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça

 

Last Updated ( Sunday, 19 April 2015 19:26 )