Olá leitores! Vamos começar a coluna com uma grande notícia: teve vitória brasileira nas 12 Horas de Sebring! Sim, o primeiro lugar na classificação geral ficou nas mãos do Christian Fittipaldi, que correu em parceria com o português João Barbosa (com quem conquistou o campeonato do ano passado) e o francês Sébastien Bourdais. E é possível dizer que foi uma vitória tranquila, já que desde as primeiras horas de corrida o carro apresentava um ótimo desempenho e esse desempenho não sofreu grandes prejuízos mesmo com a quebra da barra estabilizadora no decorrer da prova. A edição também marcou a primeira vitória de um Corvette (ainda que protótipo) na prova e a primeira vitória de um motor Chevrolet desde 1965, como bem lembrou o especialista em Endurance Rodrigo Mattar. Impressionante foi o acidente do brasileiro Oswaldo Negri, que na tentativa de recuperar o tempo perdido nos boxes perdeu o controle do carro em um esse de alta velocidade (feito em 5ª marcha) e foi direto na barreira de proteção. Ainda bem que nada aconteceu ao piloto. Nesse domingo tivemos a abertura da temporada 2015 da Stock Car, com a corrida de duplas, aquela em que os pilotos da categoria convidam um outro para dividir a pilotagem durante a prova – e que por isso tem pontuação pela metade pelo campeonato, para evitar que um possível erro do convidado prejudique muito o piloto titular na pontuação geral. Muita gente famosa esteve na pista: desde lendas que retornaram da aposentadoria (como piloto de Stock, já que ele continua em atividade como instrutor da Mitsubishi) como Ingo Hoffmann (parceiro do Rubinho) até bons nomes do automobilismo internacional como José “Pechito” López, Jacques Villeneuve, Nicolas Prost, Jaime Alguersuari, António Felix da Costa e Vitantonio Liuzzi. A vitória ficou nas mãos da dupla Átila Abreu e Néstor Girolami, merecidamente. A corrida começou com uma certa dose de prudência, já que os pilotos “titulares” pareciam preocupados em garantir que os seus convidados, alguns que vieram de muito longe, tivessem carro para competir na segunda parte da corrida. Logo apareceu uma bela luta pela liderança envolvendo Átila Abreu, Marcos Gomes, Ricardo Maurício e Valdeno Brito. Logo na 7ª volta apareceu a bandeira amarela, por conta do acidente de César Ramos, que destruiu a frente do seu carro no muro. Relargada na 10ª volta, e na 12ª foi aberta a janela de pit-stops. Hora dos convidados assumirem o volante. Quem se deu bem foi Átila Abreu, que passou Marcos Gomes e fez uma ótima parada, entregando o carro para o argentino Néstor Girolami (campeão da Super TC 2000, categoria argentina com similaridades com a Stock Car) na liderança. Na troca, não foi conectado o rádio no capacete do argentino, e em minha opinião aí esteve a chave da vitória: sem engenheiro algum no ouvido dizendo “faça isso” ou “faça aquilo”, o argentino teve que se concentrar em fazer o que faz de melhor, acelerar, e aí não teve para a concorrência: venceu com quase 7 segundos de vantagem para o carro da dupla Marcos Gomes/Mark Winterbottom (piloto da Supercar V-8 australiana) e mais de 18 segundos sobre o terceiro colocado, o carro da dupla Allam Khodair/António Félix da Costa (piloto do Red Bull Junior Team, participou em 2014 da DTM e está na Fórmula E). O argentino ganhou de gente “muito fraca”, como podemos perceber... aliás, em 4º chegou o atual campeão do WTCC, José “Pechito” López, mais um que não sabe nada da arte do volante e dos pedais... Foi uma corrida agradável de se assistir, o que ultimamente não é exatamente muito comum na Stock Car. Acredito que o excelente traçado da pista de Goiânia tenha ajudado, afinal pista boa costuma fazer corrida boa. Tivemos também a etapa de Fontana da NASCAR, com um vencedor surpreendente: quem assistiu a corrida inteira poderia apostar que a vitória deveria ficar ou na mão do ótimo Kevin Harvick ou na mão do rápido Kurt Busch, que voltou da suspensão que tinha recebido da direção da categoria enquanto estava sendo acusado de violência contra a ex namorada com muita fome de andar na frente. De vez em quando Matt Kenseth (outro piloto que admiro muito) aparecia ali na frente tentando se meter na briga. No entanto, a vitória ficou com Brad Keselowski, que liderou apenas a última volta – a volta certa, para sermos sinceros. Com uma bandeira amarela acontecendo a 2 voltas do final, tivemos a maioria dos pilotos indo para os boxes trocar pneus. A enorme maioria trocou apenas 2... ao passo que a equipe Penske apostou que haveria mais de uma relargada e trocou 4. Eles acertaram: na segunda relargada Keselowski estava em 5º, largou muito bem, em 1 volta já estava em primeiro lugar e ganhou de forma maiúscula a corrida. Nos metros finais Busch ainda perderia a segunda posição para Kevin Harvick, fazendo Carl Haas ficar realmente com cara de poucos amigos nos boxes, afinal a equipe dele tinha praticamente garantido as posições 1-2 na pista e acabou ficando com 2-3... faz parte do jogo. Completando os 5 primeiros chegaram Paul Menard em 4º e Ryan Newman em 5º, dois carros do Richard Childress. Para semana que vem existe a promessa do retorno do Alonso para a corrida da Malásia... vamos ver. Não aposto 100% de minhas fichas nisso. Até a próxima! Alexandre Bianchini |