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Written by Administrator   
Monday, 16 March 2015 00:57

Olá leitores!

 

Demorou, mas ainda bem que começou uma nova temporada daquela que (ainda) é a mais importante categoria de monopostos do planeta, a Fórmula 1. Novamente começou no simpático (embora sem muitos pontos de ultrapassagem) circuito de Albert Park, em Melbourne. O único grande problema que vejo é o fuso horário da Austrália, que faz a corrida ser no meio da madrugada e obriga a alguma logística para acompanhar a prova... e no meio da madrugada, após a corrida, deitei-me na cama pensando como comentar uma prova com tão poucos carros. Foi quase a mesma sensação deprimente de assistir uma prova de Fórmula 3 Brasil, a diferença de carros na pista era pouca. Sempre existirão aqueles que dizem que “qualidade é melhor que quantidade”, mas se eu tiver a opção entre assistir uma corrida com muitos carros, não necessariamente com ótimos pilotos, e uma com poucos carros apenas com “botas” reconhecidos pilotando, minha opção sempre será a primeira.

 

Como seria de se esperar, a vitória ficou nas mãos da Mercedes, sendo Hamilton o vitorioso. Ele é a prova que a preparação dos pilotos hoje em dia é melhor do que na época de Piquet e Senna. Naquela época, um piloto que liderasse tão facilmente a corrida, em algum momento cometeria algum erro por pura falta de concentração. Ele não, manteve-se focado a corrida toda, e não deu chance ao seu companheiro Rosberg (2º), que bem que tentou, mas não conseguiu se aproximar o suficiente para uma tentativa de ultrapassagem. Uma das poucas partes emocionantes da prova foi a “disputa” de volta mais rápida entre a dupla da Mercedes, mas não passou disso também. Nesse ponto, a F-1 2015 está idêntica à F-1 2014.

 

Em 3º chegou Vettel, muito contente com a sua estreia, já que foi o primeiro entre os “normais”, haja vista que por enquanto a Mercedes está correndo em uma categoria própria. Fez uma boa largada, acompanhou Massa até o momento em que ele parou para trocar os pneus, fez a clássica “volta de classificação” antes de sua parada e voltou à frente do brasileiro, não dando a ele posteriormente chances de tentar uma ultrapassagem. Já está arriscando umas palavrinhas em italiano, e a exemplo de Schumacher no pódio apontou para os mecânicos agradecendo o trabalho deles. Boa política. Seu companheiro Räikkönen (12º) vinha fazendo uma corrida bastante honesta até que aconteceu um problema na hora de prender a roda traseira esquerda no pit-stop, ele foi liberado para a pista assim mesmo, e teve de abandonar logo depois antes que a roda se soltasse definitivamente do carro.

 

Em 4º lugar chegou Massa, fazendo aquela que deve ter sido uma de suas melhores apresentações em Melbourne, corrida em que geralmente ele não se dá bem. OK, estava chateado ao final da prova por ter perdido o pódio, mas temos que levar em conta que perdeu o pódio não por erro dele, mas devido à equipe ter chamado ele no momento que talvez não fosse o mais apropriado... enfim, coisas de Williams. Acho que não preciso lembrar as diversas “lambanças” da equipe em estratégias desde a época de Piquet e Mansell, eles são bons em estragar o trabalho que o piloto faz na pista. Entendi como uma estreia positiva da equipe. Seu companheiro Bottas nem largou, pois apresentou dores nas costas no Q2, que atrapalharam a performance dele no Q3, e foi vetado pelos médicos da FIA. Ficou frustradíssimo, claro, mas torçamos que se recupere para a Malásia.

 

Em 5º chegou Felipe Nasr, fazendo aquela que é a melhor estreia de um brasileiro na F-1. OK, vamos relativizar esse fato: haviam poucos carros na pista, no geral os pilotos brasileiros não estreiam exatamente em carros de ponta (mesmo Emerson, que estreou já na Lotus, o fez com o antiquado Lotus 49, enquanto o companheiro de equipe Jochen Rindt usava o Lotus 72), mas ele apresentou algo que eu considero MUITO positivo: ele não é como o Rubinho ou o Massa, que ficam metade da corrida estudando se vai dar para passar o carro da frente e por qual lado vai passar; ele vê uma oportunidade, vai lá e passa, pronto. Não fica cozinhando a costela na parte de cima da churrasqueira que nem os outros. Eu achei isso muito bom. Ganhou 5 posições (largou em 10º) ultrapassando os outros pilotos na pista, e isso é extremamente positivo. Mais: ele terminou na mesma volta do líder. Ele ainda tem muito a aprender, evidentemente, mas já mostrou que é mais rápido que o companheiro de equipe – e o maior adversário dele nesse momento é o companheiro. Seu companheiro Ericsson (8º) terminou uma volta atrás dos líderes, e não fez uma má corrida não, apenas não foi tão rápido quanto o Nasr. Grande felicidade para a Sauber, que não pontuou ano passado e já colocou os dois carros nos pontos logo na primeira corrida. A respeito do “imbróglio” com o Van der Garde: coisa de amadores. Jamais “raposas velhas” como Frank Williams, Ron Dennis, o pessoal da Ferrari, até mesmo Helmut Marko, fariam contratos com um piloto sem prever uma cláusula de encerramento de contrato antes do prazo, e se fizessem não encerrariam o contrato do piloto como foi encerrado. Fiquei estarrecido ao saber que a Monisha (chefe da equipe após a aposentadoria do Peter Sauber) é formada em advocacia e encerrou o contrato de maneira tão amadora.

 

Em 6º chegou Daniel Ricciardo, e dessa vez o homem sorriso da categoria não teve muitos motivos para o fazer: o motor da Renault está consideravelmente pior que no ano passado, uma encrenca mesmo, e a não ser que os franceses encontrem o caminho perdido esse será um ano muito difícil para a equipe dos energéticos. Seu companheiro Kvyat nem largou, o câmbio quebrou antes de chegar na posição de alinhamento para a largada. Vettel deve estar pensando “olha só do que me livrei”...

 

Em 7º chegou Hülkemberg, novamente levando o Force India nas costas. Fez uma bela corrida, extraindo do carro o que era possível – afinal a falta de recursos da equipe atrasou consideravelmente o desenvolvimento do carro. Mas há como melhorar, em tese. Seu companheiro Pérez terminou em 10º, que poderia ter alcançado uma melhor posição mas perdeu muito tempo atrás do Button na relargada pós bandeira amarela.

 

Em 9º chegou outro estreante, Carlos Sainz Jr., assustadoramente parecido com o pai, o campeão de WRC e piloto do Dakar Carlos Sainz, “El Matador”, recordista de vitórias no WRC até aparecer o ET Loeb. Fez uma corrida direitinha, disputou posições sem se envolver em acidente, gostei. Levando em conta que também tem motor Renault, está louco de bom terminar a corrida. Seu companheiro Verstappen (13º), o “di menor” da categoria, vinha correndo sem comprometer ninguém até que o motor puxou o tapete dele na corrida de estreia. Se eu fosse ele, começaria a me acostumar com isso...

 

Não pontuou, mas eu preciso falar da McLaren. Eu sei qual é o problema de saúde que está atrasando a volta do Alonso para as pistas após o acidente. O problema de saúde se chama “motor Honda”, e se bobear ele só volta às pistas no meio da temporada. Que lástima...

 

A próxima corrida será na Malásia, dia 29/03, e fica desde já a torcida para que pelo menos os 18 carros inscritos consigam largar...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini