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Os Reis do mimimi PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 10 February 2015 23:36

Quem vem assistindo as corridas de Fórmula 1 e lendo os noticiários há pelo menos 20 anos como eu, já viu, já leu e já riu de muito piloto fazendo “mimimi” por que as coisas não acontecem como eles queriam... como eles achavam que deveria acontecer.

 

Antigamente, via-se um ou outro piloto com este tipo de postura, um ou outro momento em que um piloto ou outro reclamava de alguma coisa. Foi de pouco mais de 20 anos para cá que este tipo de comportamento começou a se tornar mais frequente e nos últimos dez foi tomando conta de uma forma que o “mimimi” tornou-se parte do comportamento geral.

 

Eu tive que rir – depois de xingar o moleque até náo poder mais – do engomadinho do Jolion Palmer, campeão da GP2 no ano passado, resmungando, choramingando que “um piloto que ele bateu regularmente” iria correr na Fórmula 1 e ele não, só porque o outro tinha dinheiro e ele não. Tadinho... quase mandei um twiter pra ele pedindo o número da conta para eu depositar uns trocadinhos... pensei até em fazer uma “vaquinha japonesa”, inspirada no Kamikase Kobayashi, pra ver se ele conseguia um lugarzinho em alguma equipe.

 

Acho que a nossa psicóloga, a Catarina (ainda é Soares? Não sei o sobrenome do seu marido) deveria começar a receber os pilotos ainda na adolescência pra ver se tira este “encosto” que parece tomar conta do grid de quase tudo que é categoria. Mas pra não escrever um livro sobre o assunto, vou restringir os comentários à este chorão engomadinho.

 

Jolion, ao lado do pai, Jonathan: muito 'choro' e uso da influência do pai para conseguir bons carros na carreira.

 

Foi evidente que ele se referiu ao Felipe Nasr quando falou do tal piloto que ele derrotou regularmente. Ele apenas se esquece – convenientemente – que quando ambos estiveram na mesma equipe, com o mesmo equipamento em 2014, na Carlin, o derrotado foi ele! Apesar de ter ganho uma corrida, no final do campeonato, terminou atrás do Brasileiro.

 

Mas vamos contar um pouco mais deste ‘sebozinho’. Ele é filho de um outro seboso e engomadinho, o ex-liloto Jonathan Palmer, que como piloto chegou a ser promissor nas categorias de base, vencendo o campeonato inglês de Fórmula 3 em 1981 e o europeu de Fórmula 2 em 1983. Foi ele que – para conseguir um lugar na Fórmula 1 – topou assumir aquele carro do Mickey Mouse, o Spirit, com motor Hart, que Emerson Fittipaldi recusou nos anos 80.

 

Apesar de promissor nos seus tempos de categoria de base, nos anos em que tentou permanecer na Fórmula 1, nunca conseguiu um carro minimamente decente para pilotar... apesar de ter tido uma chance na equipe de Frank Williams, coisa que Ayrton Senna não teve, e estamos falando de uma época onde pilotos mesmo sem dinheiro, mas com talento, conseguiam ser vistos e conquistavam lugar em equipes mais competitivas.

 

Acontece que o sujeito era político por todos os poros do corpo e conseguiu ao longo do tempo fazer uma boa rede de contatos e amizades de ocasião. Sem conseguir se estabelecer como piloto, voltou a estudar e formou-se em medicina, mas o sonho de fazer uma carreira no automobilismo não foi descartado.

 

Quando esteve na mesma equipe - Carlin - que o brasileiro Felipe Nasr, andou atrás o campeonato inteiro.

 

Entre as “boas amizades” que Jonathan Palmer cultivou, uma delas foi com o escárnio Max ‘chotinho’ Mosley, o mesmo que garfava dinheiro de pilotos inocentes nos seus tempos de dono da equipe March. Como se sabe, ter “amigos de conveniência” pode se algo muito interessante... e lucrativo.

 

Quando o – antes de ser – defenestrado presidente da FIA (também colocado lá e posteriormente retirado numa “puxada de tapete” do Bom Velhinho, o mandachuva supremo e acima da lei, Bernie Ecclestone) decidiu, na base da canetada e da queda de braço, baixar os custos do automobilismo de competição e criou as condições para o nascimento das ‘falecidas Nanicas’, estabeleceu toda uma rede de favorecimento para amigos, pessoas, empresas, todas – de certa forma – ligadas à empresas estabelecidas em sua quase sempre úmida e cinzenta ilha.

 

Uma outra coisa que o ‘chicotinho’ fez – e nisso ele entrou em rota de colisão com o seu grande amigo e protetor Bernie Ecclestone – foi tentar resgatar na história uma categoria para ser “o último degrau” antes de se chegar na Fórmula 1: a Fórmula 2! Categoria que tinha sido extinta por falta de interesses no final dos anos 80 e que, em voltando – e se desse certo – seria uma concorrente direta da GP2 (de Bernie Eclestone) e mexer no bolso do Bom Velhinho é praticamente uma declaração de guerra.

 

Graças ao jogo de influência, o pai, Jonathan, montou a F2 com as bençãos do então presidente da FIA.

 

A Fórmula 2 foi feita sob medida para favorecer o amiguinho Jonathan Palmer, que mesmo tendo fracassado como piloto na Williams, costurou fortes laços com os grandes automobilistas de seu país e o carro da categoria chamava-se JPH1B, tendo sido desenhado pela equipe de projetistas da Williams F1.

 

O motor era alemão. Um 1.8 turbo, da Audi, com 425cv e 500cv no ‘push’. Esta parceria já tinha uma década. No final dos anos 90 o engomadinho criou a Fórmula Palmer-Audi como uma “opção de baixo custo” para o passo adiante da F.Ford. Com a ajuda do Max ‘chicotinho’ era possível “voar mais alto”.

 

A categoria nunca decolou e ainda levou o azar de em seu primeiro ano (2009) ir parar na mídia mundial por um acidente fatal com o filho de um campeão mundial de Fórmula 1. Henry Surtees, Filho de Johnny Surtees, tomou uma “peneuzada” na cabeça e – desacordado, talvez já morto – bateu no guardrail da curva seguinte.

 

A Fórmula 2 de Jonathan Palmer nunca 'decolou' e ainda carregou em seus 4 anos a morte do filho de J. Surtees.

 

Em 2010, com a proteção do papai mecenas e empresário (Jonathan Palmer é diretor da administração do circuito de Bedford onde se pode fazer cursos, pilotagem, etc.), Jolion – que dá cursos de pilotagem no local – foi “vice campeão da Fórmula do Papai”. Imaginem o “apoio”... Olhem o site e vejam como são módicas as instalações do parquinho da família Palmer (http://www.palmersport.com/our-venue.aspx).

 

O mais engraçado é que o chorãozinho disse que tem gente que só consegue lugar na Fórmula 1 porque leva dinheiro e compra o lugar numa equipe. Queria ver esse menino explicando como foi que ele tomou o lugar do Davide Valsechi – campeão da GP2 em 2012 – como piloto de testes da ‘Nega Genii’. Foi por caridade? Logo de quem, que está vendendo o almoço para comprar o jantar!

 

O problema é que esse “chororô” tá fazendo escola faz tempo. D. Fernando Choronso, o Príncipe das Lamúrias passou cinco anos choramingando na Ferrari. Reclamou, resmungou tanto, “esticou a corda do violino” a tal ponto que acabou saindo antes do final do contrato (que ia até 2016), dispensado pelo então chefa da equipe, Marco Matiacci, que nem está mais na função.

 

Fernando Alonso: este passou a maior parte da vida na F1 choramingando e/ou reclamando de alguma coisa.

 

Antes disso, o histórico de lágrimas vem desde quando mudou-se para a McLaren, em 2007, e se viu pressionado pelo ‘Neguin’ Hamilton, quase um moleque de fraldas, mas que além de “cria da casa”, andava – e anda – muito. Saindo da equipe pela porta dos fundos, amargou e choramingou por dois anos na Renault, com toda a mídia de seu país chorando junto pra conseguir um lugar na Ferrari... onde não fez o que tanto queria: voltar a ser campeão.

 

Aqui no Brasil tambem temos nosso histórico de chorões. Antes do Lamúrias, o “rei das lágrimas” era o Rubinho Chorumelo, aquele que era “só um brasileirinho”, que pecava mais pelas coisas que falava – dando munição para aqueles que dele faziam chacota – do que pelas coisas que fazia ou deiava de fazer.

 

Entre os brasileiros, Rubens Barrichello sempre foi rotulado como 'chorao', mas seu 'antecessor' também o era.

 

Este, na minha opinião, tinha que ter “um desconto tipo meia-entrada para estudantes”. Afinal, jogaram sobre seus ombros quando ele ainda era um novato o peso de ter que ser o sucessor do chorão anterior, aquele que só queria andar em carro bom sem ter que trabalhar pra deixar o carro bom e que se espatifou num muro de concreto.

 

Esse pessoalzinho tem que trabalhar mais e dar valor ao suor ao invés das lágrimas!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

 

Last Updated ( Wednesday, 11 February 2015 01:34 )