Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
o quanto você gosta de automobilismo? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 25 January 2015 21:15


Olá leitores!

 

Decidi começar esta coluna com a mesma saudação do seu titular, Alexandre Bianchini, que está no merecido gozo de férias. Escrever todas as semanas, especialmente num período em que praticamente não há corridas requer muito conhecimento e profissionalismo.

 

O fato de estarmos num período do ano em que praticamente não há corridas (neste mês tivemos o Dakar, há algum tempo corrido na América do Sul, as 24 Horas de Dubai e neste último final de semana, as 24 Horas de Daytona) será meu link para falar do assunto que escolhi como tema central desta coluna: o quanto você gosta de automobilismo?

 

Há alguns anos eu cheguei a conclusão de que o brasileiro não gosta de automobilismo. Ele gosta de “vencer no automobilismo”. Falo isso pelas conversas que tinha em alguns fóruns que participava quando ainda morava no Brasil em que lia as pessoas falando sobre “a Fórmula 1 perdeu a graça... não assisto mais corridas”.

 

Para início de conversa, o automobilismo não se resume à Fórmula 1. Aqui na França, pelo canal Eurosport, tenho assistido muitas corridas, especialmente de turismo, simplesmente fantásticas, com os pilotos a ponto de se matar uns aos outros para conquistar posições, da largada a bandeirada.

 

Mas como o brasileiro de uma forma geral mal vê o que se passa fora da Fórmula 1, acho que alguém que diz achar que “a fórmula 1 perdeu a graça” deveria olhar para outras realidades, de países que não tem um nome no automobilismo, mas que tem espectadores e admiradores, ou na direção contrária, países com larga história no automobilismo, mas que – ao menos em termos de Fórmula 1 – há décadas não sabem o que é ser campeão ou mesmo vencer uma corrida.

 

Vejam os franceses, por exemplo: há mais de 20 anos, como os brasileiros, não sabem o que é ter um piloto campeão do mundo. O último foi Alain Prost, em 1993. Vencer uma corrida? O último foi Olivier Panis, em Mônaco, 1996! A Fórmula 1 correu pela última vez em território francês em 2008... e todos os anos Le Mans recebe mais de 200 mil pessoas!

 

Mais extremo é o caso da Itália, que não sabe o que é ver um italiano campeão do mundo na Fórmula 1 desde 1953!!! Exatamente. Depois de Giuseppe Farina em 1950 e do bicampeonato de Alberto Ascari em 1952/53, nunca mais a Itália ganhou na Fórmula 1.

 

Logicamente que o contra-argumento “Ferrari” vai entrar em questão, mas mesmo a mais tradicional equipe de competição do mundo já passou por períodos piores que o atual. Foram 21 anos entre o título de 1979, com Jody Scheckter, até a conquista de Michael Schumacher em 2000... e nem por isso os ‘tifosi’ deixaram de lotar Monza ou Ímola.

 

Mas as vezes os pontos de vista distintos podem surpreender até aos mais atentos, o que me leva ao segundo assunto desta coluna, as 24 Horas de Daytona. Antes de falar sobre a corrida, que assisti algumas partes pela internet, com narração em inglês, para “manter o idioma ativo”, algo difícil de se fazer aqui na França, tive a impressão de que o público era muito pequeno.

 

Diversas tomadas, mesmo na “reta” de partida, mostravam as arquibancadas vazias. Está certo que ninguém fica 24 horas sentado numa arquibancada (será?), mas como há o “camping” no interior do circuito, fica difícil calcular quantas pessoas estiveram lá.

 

Na corrida, as bandeiras amarelas ajudaram e atrapalharam as estratégias das equipes. No final, por conta da última delas, a corrida virou “tiro curto”, com os carros e os pilotos tendo que dar o máximo do que lhes restava para tentar vencer e dando uma levantada no público, igualmente cansado.

 

Na categoria principal, os dois primeiros colocados tiveram brasileiros no time de pilotos: Tony Kanaan no carro vencedor e Christian Fittipaldi no segundo colocado. Detalhe é que o Corvete de Christian e João Barbosa, que teve Sebastien Bordais completando o trio, vai disputar o campeonato americano inteiro. O Ford que venceu a prova, não.

 

Nos protótipos “PC”, a vitória do quarteto Tom-Kimber Smith, Mike Guasch, Andrew Novich e Andrew Palmer contou com um daqueles “casos de Corrida”. O Oreca #52 saiu com a vitória, auxiliados pela batida de Colin Braun, que liderava antes com certa folga.

 

Uns ganham, outros perdem. Na GT Le Mans, o BMW de Augusto Farfus, Bill Auberlen, Dirk Werner e Bruno Spengler podia ter ganho, mas uma saída de pista, um pára-choque arrancado numa manobra de ultrapassagem acabou comprometendo a corrida do carro #25. No final, eles encostaram no Corvette de Antonio García, Jan Magnussen e Ryan Briscoe, mas não conseguiram recuperar a ponta.

 

Na Gentlemen Drivers, a largada do profissional Chico Serra, saindo de 5º para a liderança (terá sido  a nova “melhor primeira volta de todos os tempos”?), mas numa corrida de 24 horas, isso não faz tanta diferença. A Ferrari 458 da Via Itália estava bem, mas o quarteto formado por Chico Longo, Daniel Serra, Andrea Bertolini e Marcos Gomes acabou encontrando o óleo deixado na pista após o carro #44 da Porsche atropelar um gambá. Chico Longo saiu da pista e acabou batendo. A vitória foi do time formado por  Ben Keating, CameronLawrence, Kuno Wittmer, Dominik Farnbacher e Al Carter, ao volante de um Dodge Viper. 

 

No próximo domingo, teremos o início dos testes dos carros 2015 da Fórmula 1... e muito, muito assunto para falar.  

 

Abraços,

 

Luiz Mariano