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Hora de voltar para o asfalto! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 18 January 2015 22:07

Olá leitores

 

Sábado acabou a grande aventura motorizada pela qual o ser humano pode passar nos dias de hoje: o Rali Dakar. Sei que sempre existirão os saudosistas que sentirão falta da época em que a competição atravessava o deserto do norte da África, mas falando racionalmente, acho que as ameaças de grupos terroristas foram um mal que veio para o bem. Em que pese a perda do glamour de uma largada em frente à Torre Eiffel, a competição ganhou em dificuldade. No Atacama temos o mesmo tipo de “talco de areia” (aquilo que eles chamam de fesh-fesh) que atrapalhava a vida dos competidores no deserto do Ténéré, mas possui mais terrenos com pedras e, definitivamente, sujeita os competidores a uma altitude jamais imaginada pelos desertos africanos. Em um dos boletins do rali apresentados durante a semana pelo canal Fox Sports 2, foi entrevistado um dos médicos do rali, que mostrou o equipamento específico para competidores que estivessem sofrendo com o ar rarefeito: uma câmera hiperbárica dobrável, como as utilizadas por alpinistas. Difícil deve ter sido dar a entrevista em frente a uma placa indicando 4.950m de altitude... Para aumentar a dificuldade, temos também maior quantidade de trechos com vegetação (sempre complica as coisas no quesito navegação) e não é incomum enfrentarem chuva do lado argentino dos Andes.

 

Como ficou a classificação geral? Vamos lá: nas motos, vitória esperada do Marc Coma, 5º título do espanhol na competição. Igualou-se a mitos como Després e Neveu, e se vencer mais uma se iguala ao monstro Peterhansel. O destaque, a meu ver, ficou para Laia Sanz, se minha memória não falha a primeira mulher a terminar o Dakar entre os 10 primeiros (chegou em 8º lugar). O brasileiro Jean Azevedo terminou em 22º lugar, perto do melhor colocado na equipe Honda South America, que terminou em 19º.

 

Entre os quadriciclos, vitória do polonês Sonik, único entre os vencedores que não tem patrocínio da Red Bull. Era um dos mais fortes competidores, então também foi um resultado esperado. Primeiro brasileiro a terminar o rali na categoria, André Suguita merece os aplausos: aproveitou as férias no emprego para ir participar da competição, no mais puro espírito dos criadores do rali. Vamos lembrar que a condução de um quadriciclo é mais difícil que a de uma moto, tanto que dos 48 que largaram apenas 18 receberam a bandeirada final, e o André o fez em 10º. Parabéns!

 

Entre os carros, vitória do príncipe Nasser Al-Attiyah, conquistando seu segundo título na competição. Mais do que merecido, dominou a competição. O vencedor do ano passado, Nani Roma, começou mal a competição e terminou com acidente no dia 15. Pelo jeito funcionou a zica que jogaram nele por conta do jogo de equipe do ano passado... A dupla brasileira Spinelli/Haddad abandonou por quebra na direção hidráulica, mas a outra dupla da equipe Mitsubishi/Petrobrás, com bandeira portuguesa, terminou em 8º na geral, o que não é mau.

 

Já entre os caminhões, como seria de se esperar, mais um massacre da Kamaz, com as 3 primeiras posições na geral e vitória do Mardeev, seguido pelo Nikolaev e pelo Karginov. As outras fábricas ainda precisam evoluir muito para alcançar os russos no quesito caminhões off-road...

 

Dakar findo, vamos ao varejo das notícias automobilísticas: como seria de se prever, a Honda não quis saber do Alonso correndo em Le Mans pela Porsche. O pessoal da Porsche não deve fazer ideia, mas a Honda fez um grande favor para eles: imaginem em uma corrida de longa duração uma mala sem alça, sem rodinhas, de papelão e na chuva como o Alonso de bico pois o carro não está acertado de acordo com o que ele achava que devia ser o acerto (afinal, o acerto tem que valer também para os outros pilotos do carro), a estratégia não foi feita pensando no carro dele, que por algum motivo ele teve que dar passagem para o companheiro que estava mais rápido no outro carro... Vai por mim, pessoal da Porsche, foi melhor assim.

 

E como parte das reformas do Autódromo de Brasília para receber a Indy, mesmo com os problemas noticiados na licitação para a reforma, os boxes antigos foram demolidos. Vamos torcer para que efetivamente sejam construídos novos boxes e esse autódromo não tenha o fim trágico de Jacarepaguá. Mais informações na coluna Sala de Imprensa, do chefe Fernando, eu apenas torço os dedos para que, apesar de todos os problemas, o autódromo possa voltar a ser um lugar de prática do esporte a motor. Quem for religioso e quiser orar, por favor, ore, qualquer que seja sua crença.

 

Informo aos nobres leitores que as próximas duas colunas não serão de lavra desse vosso escriba, que estará em viagem de merecidas férias. Retornarei com a coluna do dia 08/02.

 

Até lá!

 

Alexandre Bianchini