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A velocidade está no Cone Sul PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 11 January 2015 23:39

Olá leitores!

 

Enquanto todos os paulistas aguardam ansiosamente que fortes chuvas caiam sobre as represas que garantem o abastecimento de água da Grande São Paulo, as notícias sobre automobilismo continuam pingando por aí.

 

Os aventureiros do Rali Dakar continuam sua saga através das areias e montanhas da América do Sul. Esse ano fizeram uma inovação: antigamente existia um único dia de descanso no meio da competição, válido para todas as categorias de competidores. Como a cidade chilena que foi escolhida para ser essa base de descanso para os pilotos (e intenso trabalho para os mecânicos) é a mesma cidade que serve de largada e chegada da etapa maratona (aquela que na prática dura dois dias e em que de um dia para o outro apenas o piloto e seu navegador – no caso dos carros e caminhões – podem mexer no carro) que tem como destino o Salar de Uyuni, decidiram que os carros ficariam em Iquique do dia 10 até o dia 12. Dia 10 foi o descanso para pilotos de motocicletas e quadriciclos, e dia 12 é o descanso para o pessoal de carros e caminhões, com o detalhe que dia 11 todo mundo esteve na atividade junto. Quer dizer, junto é modo de dizer, já que os caminhões não vão até o lago salgado, por precaução da organização.

 

E como estamos? Bom, nos caminhões a escola russa está fazendo valer sua longa experiência, com 4 Kamaz entre os 5 primeiros (em 11/01, especificamente, 1º, 2º, 3º e 5º lugares), com o MAN de Loprais como intruso no 4º lugar.

 

Entre os carros, a liderança continua com Al-Attiyah e seu Mini, seguido pelos Toyota de De Villiers em 2º e Alrahji em 3º. O Peugeot de Peterhansel está em 8º lugar, enquanto Carlos Sainz abandonou após se chocar com uma pedra e capotar na 5ª etapa. Piloto e navegador intactos, mas carro destruído. O campeão do ano passado, Nani Roma, com 1h e 47m de penalização, amarga um 30º lugar na geral. Justiça seja feita: sem a penalização ele estaria por volta do 25º lugar... Na geral, a dupla brasileira Spinelli/Haddad está em 16º lugar até esse final de semana.

 

Nas motos, um domínio ibérico: primeiro e segundo colocados espanhóis (Barreda, com Honda, e Coma, com KTM, respectivamente) e terceiro colocado português (Gonçalves, com Honda). O brasileiro Jean Azevedo (Honda) continua na batalha, em 27º na geral.

 

Nos quadriciclos, a liderança está com o polonês Sonik, seguido pelo chileno Casale e pelo uruguaio Lafuente, todos de Yamaha. Até o começo da etapa maratona do final de semana, o brasileiro Suguita estava em 12º lugar.

 

Voltando para o asfalto, tivemos no sábado a etapa de Buenos Aires da Fórmula E. De longe, a melhor pista da temporada até aqui, o que seria de se esperar de um povo realmente apaixonado por automobilismo como o argentino. E lembremos, pista boa faz corrida boa. Pista larga para os padrões de pista de rua, com bons pontos de ultrapassagem, uma grata surpresa. Houve outra surpresa, essa negativa, mas falaremos dela adiante. A classificação foi dominada pelos oriundos da Fórmula 1, com pole de Buemi, 2ª posição de Alguersuari e 3º posto de Heidfeld. Di Grassi largou em 5º, Nelsinho em 9º e Bruno Senna em 19º e penúltimo lugar, após cometer erros na classificação. Na largada, Heidfeld passou Alguersuari com arrojo no hairpin após a linha de largada e foi para cima do suíço, que manteve a liderança na largada. Di Grassi foi galgando posições até encostar no líder, e poderia ter tentado a ultrapassagem se Chandhok não batesse e obrigasse a entrada do safety car, momento em que os pilotos aproveitaram para ir aos boxes trocar de carro.

 

Após a relargada, já todos de carros trocados, começou a parte mais emocionante da corrida: primeiro foi o líder Buemi que atacou a zebra com muita força e quebrou a suspensão, deixando a liderança com Di Grassi. 2 voltas depois, foi a vez da suspensão de Di Grassi quebrar. Vergne atacou Alguersuari e na disputa os dois carros se tocaram, com Vergne levando a melhor (previsível, é muito melhor piloto que o Alguersuari). Nisso o líder Heidfeld recebeu um drive-through, excesso de velocidade nos boxes. E o Vergne errou numa disputa de posições. E o pessoal que vinha brigando logo ali atrás começou a aparecer... ao final, após muitas lutas por posições, vitória do bom português Félix da Costa, com Nicolas Prost em segundo e Nelsinho Piquet em terceiro. Com esse festival de acidentes, enroscos e punições, Bruno Senna ainda conseguiu terminar em 5º lugar, excelente para quem largou lá no fundão. Primeira corrida da categoria (ou ePrix, como os organizadores dizem – não sei quanto tempo levarei para me adaptar a esse nome) que não senti sono ao assistir, mesmo com a ausência de ronco de motor a explosão. Muito boa.

 

O ponto negativo que citei lá em cima? A nítida fragilidade das suspensões dos carros. Desculpe, mas uma categoria criada para correr apenas em circuitos de rua deveria ter tido mais cuidado com a especificação da suspensão. É que as velocidades envolvidas não são das maiores, mas uma hora ainda pode ocorrer um acidente mais sério por conta dessas quebras de suspensão.

 

A próxima corrida elétrica só em 14 de março, em Miami.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini