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As conveniências da D. FIA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 07 January 2015 22:38

Caros amigos, depois da FIA deixar de lado a humildade e ter divulgado aquele absurdo parecer sobre o acidente de Jules Bianchi no final do GP do Japão, eles deram início ao ano de 2015 com duas ações que certamente levarão à várias contestações em assuntos delicados, envolvendo tanto pilotos quanto equipes e montadoras.

 

A história da Fórmula 1 é repleta de “interpretações  de regulamento” que acabaram por gerar enormes confusões, vantagens, protestos, desclassificações, greves e muita... muita guerra de bastidores. Quem não se lembra da questão dos difusores da Brawn GP em 2009, que deram enorme vantagem aos pilotos do time? Alguns ainda devem lembrar da “brecha” do regulamento de 1982 em que os carros podiam “completar os tanques de fluidos antes da pesagem dos carros”. Foi com ela que Brabham, Williams, McLaren e outras usaram falsos tanques de água para refrigeração dos freios e ficaram mais leves em corrida para competir contra os carros com motores turbo.

 

Ao longo deste ano que passou, os adversários da Mercedes, diante da evidente desvantagem em relação às unidades de força. Depois de diversas tentativas de negociações envolvendo todos os construtores, sem sucesso (afinal, quem está ganhando não quer perder a vantagem, caso dos alemães), a “brecha” foi – em um caso do qual nunca tive notícia e que, se alguém o tiver, pode nos escrever relatando – foi dado pela própria FIA!

 

Durante o inverno europeu, no intervalo entre os campeonatos de 2014 e 2015, as montadoras teriam a chance de mudar o equivalente a até 48% de suas unidades de força. E a FIA esperava que a homologação fosse entregue antes da primeira corrida do ano, na Austrália. Segundo Charlie Whiting, “Sempre foi a intenção, embora não estivesse escrito explicitamente nas regras, que as montadoras teriam de lidar com modificações nos motores dentro dos limites das regras e submetê-las até a primeira corrida. É simples, mas quando se lê o regulamento, infelizmente ele não diz isso”.

 

Diante do longuíssimo e complexo regulamento da Fórmula 1, até hoje ninguém deve ter prestado atenção num tal de “sistema de fichas”. Por este sistemas de “créditos”, o desenvolvimento dos propulsores indica o quanto que cada unidade de força pode ser alterado.

 

Composto por 66 itens, havendo uma escala de importância que vai de 1 a 3 (as “fichas”). Cinco destes 66 itens não podem ser mudados, porém os outros 61 são livres, com as equipes podendo utilizar até 32 fichas. A cada ano, a quantidade de créditos que cada montadora terá será reduzida.

 

Com isso, Renault, Ferrari e também a Mercedes poderão trabalhar no desenvolvimento de suas unidades de força ao longo do ano, limitadas a “32 fichas”. Quem fica fora disto é a Honda, que terá até o dia 28 de fevereiro para homologar a sua unidade de força. A Honda, logicamente, já protestou, alegando que tal medida é colocá-la em uma concorrência desleal e em clara desvantagem. Ou seja, Ron Dennis e a McLaren também cerrarão fileiras para mudar mais esta regra. Afinal, porteira que passa um boi, passa uma boiada!

 

Logicamente que, com todos – exceto a Honda – podendo mexer em seus propulsores ao longo da temporada, um outro problema vai ser criado: como é que a Pirelli, fornecedora dos pneus, irá fazer para compensar os ganhos de potência e velocidade dos carros ao longo da temporada.

 

Em 2014, a Pirelli agiu de forma mais conservadora com o intuito de evitar uma nova crise envolvendo seu nome, como a que aconteceu no decorrer de 2013. Por isso, desenvolveu pneus mais duráveis e evitou escolhas arriscadas para as corridas, mas isso acabou por deixar algumas corridas um tanto monótonas, algo que não interessa a ninguém.

 

Até agora a Mercedes não se manifestou, o que pode parecer estranho. De duas uma: ou a montadora alemã está reunindo subsídios para travar uma outra disputa no campo legal e impedir o uso desta “brecha” fornecida pela FIA para Renault e Ferrari ou ela tem como fazer uso das suas “fichas” e com ela aumentar ainda mais a sua supremacia.

 

Que para o bem da competição, o feitiço não vire contra o feiticeiro!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva