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A música ainda não parou, Jenson PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 19 November 2014 23:45

Olá fãs do automobilismo,

 

Ainda durante o final de semana do Grande Prêmio Brasil deste ano, entre todas as consultas houve uma que me deixou tocada (logicamente que não deixei transparecer este sentimento) e que me fez pensar muito sobre futuro, vida e principalmente família.

 

Jenson começou ter sessões regulares comigo em 2011, em seu segundo ano de McLaren. Ele havia chegado no ano anterior, como campeão do mundo, para fazer dupla com o então queridinho da casa e campeão um ano antes dele, Lewis Hamilton.

 

No confronto direto entre os campeões, no primeiro ano deu Hamilton, mas a relação entre eles era boa, muito diferente do clima pesado da equipe dividida com Fernando Alonso. Certamente pela diferença de temperamento que o sempre simpático e acessível.

 

Simpático, acessível, mas nada satisfeito por andar atrás do companheiro de equipe. O que estaria acontecendo? Assim Jenson me procurou para tentar encontrar as respostas. Mais do que isso, o entendimento de que o fortalecimento mental seria fundamental para reverter a desvantagem na temporada seguinte. Funcionou! Em 2011, foi Jenson quem ficou na frente na pontuação do campeonato daquele ano e, se olharmos o que aconteceu no ano seguinte – o último dos dois juntos na McLaren – a diferença de apenas 2 pontos entre eles pode ser considerado um “empate”.

 

Jenson e Lewis. Equilíbrio numa disputa entre campeões mostrou o que nem precisava: a sua capacidade.

 

Entre 2009 e 2012, mesmo no ano em que ele ficou atrás de seu companheiro, Jenson mostrou – finalmente – aquele Jenson que todos esperavam dele quando, precocemente, chegou à Fórmula 1 no ano de 2000. Jenson fala sobre isso com um misto de orgulho e reflexão. Orgulho por ter seu talento reconhecido e reflexão sobre o fato de ter – talvez – tido pressa demais em chegar na categoria máxima.

 

Jenson destacou-se como piloto desde os tempos de kart, tendo um grande orgulho em ter ganho um prêmio especial – o Ayrton Senna Memorial Cup – para o piloto da categoria Super A. No ano seguinte, o “Ayrton Senna Awards” para o piloto de melhor performance na pista quando conquistou o campeonato da Fórmula Ford. Uma verdadeira inspiração, segundo ele, não só para o atleta, o piloto, mas também para o cidadão Jenson.

 

O menino com um talento "acima da média" era a esperança inglesa que David Couthard não concretizou.

 

Foi apenas um ano na Fórmula Ford e no ano seguinte, o terceiro lugar no campeonato da Fórmula 3 levou Frank Williams a apostar naquele ‘menino’ de 20 anos. Jenson confessou que era mesmo um menino e que a força e a presença constante de seu pai, John Button foi fundamental... e como tem feito falta.

 

Jenson fez uma longa pausa antes de começar a falar da relação com o pai. Era mais que pai e filho, era mais que amizade. Ele falou sobre uma sintonia, uma cumplicidade e que por vezes parecia quase uma transmissão de pensamentos naquelas horas em que as dúvidas surgiam e as respostas precisavam ser rápidas. Algo que palavras não podem explicar.

 

Um ano de FFord e um ano de Fórmula 3. Talvez um tempo muito curto para seguir direto para a Fórmula 1. 

 

Algo que Jenson disse que também as palavras não podem explicar são as colocações que tem lido e ouvido sobre ele. Como podem as pessoas duvidar de sua capacidade? Como podem as pessoas acharem que ele tenha perdido a motivação?

 

Esta temporada de 2014 está terminando e nos dois últimos anos a McLaren foi uma equipe que produziu carros aquém de sua história, onde seus pilotos ficaram longe da possibilidade de vencer uma corrida. Jenson sabe muito bem o que é isso. Viveu este drama nos anos de 2007 e 2008, quando a equipe Honda, anos terríveis e que pareciam destinados a sepultar uma carreira que tinha se mostrado tão promissora.

 

Não ter conseguido cumprir o que dele esperavam só não o desanimaram por um grande motivo...

 

A décima quinta temporada de Jenson na Fórmula 1 está chegando ao fim, mas ele não pensa em parar, apesar de ele saber que muitos pensam que um ciclo pode – ou deveria – estar chegando ao fim. Nesta hora, Jenson deixa escapar aquele sorriso e diz: “eles pensavam assim em 2008 e eu dei uma bela resposta a eles em 2009”!

 

Este é o espírito de Jenson. Com classe e elegância, como um lorde inglês, dar a resposta certa, na medida exata e calar os descrentes em sua capacidade de se reinventar, de renascer quando tudo parece apontar para o fim, apesar do “fim” ser algo relativo.

 

... John Button, seu pai e grande companheiro teve um papel fundamental no sucesso de Jenson.

 

O automobilismo é uma paixão e Jenson é um apaixonado. A Fórmula 1 é o ápice, mas a possibilidade de vencer desperta mais emoção do que qualquer outro sentimento. Se for para vencer, correr em outra categoria não é algo a ser descartado.

 

A ida do colega Mark Webber para a equipe Porsche no Mundial de Endurance, depois de tanto tempo como ele na Fórmula 1 – 12 anos – pode vir a ser um novo horizonte, uma nova fronteira, ainda mais com uma nova equipe – a Nissan – chegando no ano que vem.

 

O Jenson vitorioso e campeão da Brawn GP não desapareceu. Ele ainda está ali. Jenson sabe disso.

 

Na cabeça de Jenson, hoje, há mais perguntas do que respostas, mas uma coisa nem ele, nem eu e nem nenhum torcedor mais atento do automobilismo acredita que Jenson não estará com as mãos em um volante no ano que vem. Com o espírito roqueiro de seu pai, com a elegância que marcou todos estes anos nas pistas do mundo e principalmente com a paixão que o move.

 

Keep the show moving on, Jenson!

 

Beijos do meu diva,

 

Catarina Soares

 

 

 

 

Last Updated ( Thursday, 20 November 2014 23:36 )