Olá leitores! Não é por que não teve F-1 que o fã do esporte a motor ficou à pé. Tivemos um bocado de coisa interessante para acompanhar. Começando pelas duas rodas: primeira vitória do ano para Jorge Lorenzo, em uma corrida onde Valentino Rossi preocupou os fãs (ao tentar ultrapassar Pedrosa por fora, como Pedrosa não deixou espaço ele foi para uma parte molhada da pista e tomou um tombo de razoáveis proporções) ao sair de maca da pista. Apenas uma concussão, o que pela velocidade com que ele caiu pode ser interpretado quase como lucro. Havia promessa de chuva, e ela apareceu. Não de sopetão, mas aos poucos, daquele jeito que faz os pilotos muito confiantes cometerem erros. E foi o que aconteceu com Marc Márquez, que quis ficar na pista o máximo de tempo possível com pneus slick na pista molhada e levou um belo tombo, captado magistralmente pela câmera onboard da moto, mostrando ele caindo, segurando o guidom da moto enquanto foi possível para manter o motor funcionando e poder voltar à corrida. Quem também visitou o solo foi Pedrosa, na tentativa de acompanhar tudo o que Márquez fazia, bem na freada da primeira curva, levantando um monte de faíscas com o contato da moto com a área de escape asfaltada. O vencedor Lorenzo, muito mais experiente, parou antes para trocar de moto e evitou o contato com o solo. Com 3 dos 4 principais pilotos fora da disputa pelo pódio, a corrida lembrou um clássico do cinema italiano pós guerra, “A Classe Operária Vai Ao Paraíso”: o segundo colocado foi Aleix Espargaró, que corre com a Forward Yamaha na classe Open, nada mais que uma moto de 2012... em 3º chegou Cal Crutchlow, de Ducati, que como bom inglês se dá bem na chuva e propiciou uma chegada memorável, tocando carenagem com Espargaró. Tanto Márquez como Pedrosa conseguiram voltar aos boxes e trocar de motos, Márquez em 13º e Pedrosa em 14º. Na Moto3, o brasileiro Eric Granado terminou em 17º depois de ter sido empurrado para fora da pista logo na primeira volta, mas conseguiu se recuperar. Pena que ficou fora da zona de pontos. A Stock Car correu em Santa Cruz do Sul (RS) e foi o Festival do Safety-Car. Sério: em uma corrida no seco, foi impressionante o número de vezes que o carro teve que entrar. Talvez pelo fato de ser uma pista relativamente nova construída “à antiga”: as áreas de escape são pequenas e em grama, daí que as saídas de pista geralmente resultavam em acidente e carro parado no muro, requerendo a presença do carro de segurança. Na primeira corrida o vencedor absoluto, de ponta a ponta, foi Thiago Camilo (RCM Chevrolet). Largou bem, e na frente conseguiu se manter longe das diversas confusões que apareceram atrás dele. A boa notícia é que, como teria uma segunda corrida logo após, ele não pode fazer aquela ridícula comemoração de socar o espelho retrovisor. Completaram o pódio Daniel Serra (Red Bull Chevrolet) e Allam Khodair (Full Time Chevrolet). Os líderes do campeonato não se deram bem: Átila Abreu (líder) foi liberado para voltar à pista com o galão de combustível ainda preso ao carro e teve que voltar para o retirar, e Rubinho (vice) ficou no meio do pelotão o tempo todo e de quebra foi punido com acréscimo de tempo por ter tirado adversário da pista. A segunda corrida, a curtinha, ficou mais curta ainda por problema no semáforo de largada e por causa – de novo – das intervenções do safety-car. A essa altura, o espectador já estava cansado de ver o desfile em bandeira amarela. Com o grid de largada tendo os 10 primeiros colocados da prova anterior invertidos de posicionamento, Rafa Matos (Hot Car Chevrolet) largou na ponta e nela permaneceu até o final, seguido por Júlio Campos (Mico’s Peugeot) e Max Wilson (RC Chevrolet). Sinceramente, espero que a próxima etapa tenha menos intervenções do safety-car, cansou. Contudo, o festival do safety-car não foi privilégio da Stock Car, na etapa de Zandvoort do DTM ele também apareceu com destaque. No tradicional – e desfigurado pela especulação imobiliária, já que a reta de largada deve ficar a no máximo 200 metros da praia – circuito holandês a proximidade da pista com os guard rails em alguns trechos também requereu algumas intervenções do carro de segurança. Uma delas, infelizmente, envolvendo o brasileiro Augusto Farfus, que foi tocado por trás, rodou e foi em direção ao guard-rail do lado direito da pista, sendo ricocheteado de volta e acabando na grama do outro lado da pista. A vitória ficou com Mattias Ekström (Audi), após largar em 9º lugar, seguido pelo campeão antecipado Marco Wittmann e por Martim Tomczyk (ambos de BMW). E por fim a etapa de Dover da NASCAR Sprint Cup, a “Monster Mile”. O vencedor, pela 4ª vez na temporada e pela 1ª vez no Chase, foi o tetracampeão Jeff Gordon, que conseguiu resistir às investidas do Brad Keselowski e conquistar uma importante vitória. Quem teve azar foi o Kevin Harvick: liderou mais de 200 voltas até ter um pneu furado e precisar ir para os boxes, voltando em último entre os pilotos na volta do líder. Completaram os 5 primeiros Jimmie Johnson, Joey Logano e Matt Kenseth. A liderança do Chase está com Keselowski, seguido bem de perto por Logano e Harvick (1 e 7 pontos atrás, respectivamente). Até a próxima! Alexandre Bianchini |