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Written by Administrator   
Sunday, 07 September 2014 20:40

Olá leitores!

 

Desde que as regras de segurança tolheram um pouco da vocação natural de Monza para ser uma pista “pau puro”, quase um tamanco holandês, as corridas nessa pista não costumam ser as mais emocionantes possíveis. Percebe-se que a atmosfera geral da pista sente falta dos carros passando pelas curvas inclinadas do oval (usado até os anos 60) com pouco mais de 60° de inclinação, mas o mundo muda e hoje em dia não conheço fora dos ralis piloto que ousasse enfrentar aquele perigosíssimo circuito oval – que estava ameaçado de ruir e está sendo reformado para que a estrutura permaneça intacta. Já deu para ver o antigo pavimento de concreto que passa sobre a reta que leva para a Chicane Ascari refeito. Seria simples apenas demolir o que resta do oval, mas lá não é o Brasil. É a história sendo preservada, e isso merece ser aplaudido.

 

Vitória com méritos do Lewis Hamilton, ele que foi o mais rápido na classificação, largou mal, e foi recuperando as posições perdidas até encostar no seu companheiro de equipe. Dessa vez ele não cometeu erros, acelerou forte e conquistou a vitória que tinha ficado engasgada na Bélgica. Seu companheiro Rosberg (2º) largou bem, mas errou duas vezes na freada da primeira chicane. Da primeira vez ele tinha uma confortável margem para Massa e o prejuízo ficou apenas no cronômetro. Da segunda vez ele tinha Hamilton próximo, e aí perdeu a liderança para não mais a retomar. Em defesa dele, deve-se dizer que as freadas para as chicanes de Monza são muito “extremas”, você vem a mais de 330 km/h para fazer uma curva a menos de 100 km/h. Se frear antes do ponto ideal perde tempo, se frear depois passa reto como Rosberg passou duas vezes.

 

Em 3º, comemorando muito seu primeiro pódio esse ano, chegou Massa. Fez uma corrida sem erros nem falhas mecânicas, e isso é muito bom haja vista o histórico dele nessa temporada. Como são carros com pouco arrasto aerodinâmico comparados com os Red Bull, por exemplo, os carros da Williams são muito velozes nas retas, o que contribuiu para prolongar o duelo dele com o Hamilton, por exemplo, e facilitou a ultrapassagem sobre o Magnussen. E a prova da boa adaptação dos carros à pista veio com o companheiro dele, Valtteri Bottas (4º), que se classificou em 3º, conseguiu largar ainda pior que o Hamilton, caiu para 10º lugar e veio recuperando as posições até o 4º lugar. Uma bela prova de recuperação.

 

Em 5º chegou Ricciardo, que também fez uma bela prova de recuperação, tendo classificado em 9º e perdido algumas posições na largada. Uma estratégia de parada para troca de pneus correta e uma pilotagem no limite fizeram ele galgar boas posições e mostrar belos duelos para o público, como os duelos entre ele e Räikkönen e ele e Vettel. Por falar em Vettel, esse terminou em 6º lugar, completando 3 dobradinhas nas 6 primeiras posições – algo que não é incomum em Monza, diga-se de passagem. Antecipou a parada para troca de pneus para superar os McLaren mas ficou com as borrachas muito desgastadas no fim da corrida e perdeu a 4ª posição para Bottas e Ricciardo.

 

Em 7º terminou Pérez, outro que tem um carro (Force India) que é muito veloz em retas e que brindou o público com belas disputas. O duelo dele com Button foi de encher os olhos, com direito a percorrer curva emparelhado e tudo o mais. Seu companheiro Hülkemberg (12º) não se entendeu bem com o carro e fez uma apresentação abaixo do seu padrão.

 

Em 8º chegou Button, marcando mais alguns pontinhos com um dos carros da McLaren mais inexpressivos dos últimos anos. O pessoal na fábrica deve estar trabalhando no carro para o ano que vem, que marcará a volta da Honda fornecendo motores para a categoria, já que do carro desse ano não há muito a se aproveitar. E consta que a McLaren está tentando contratar o Alonso para correr e ajudar a desenvolver o carro “Powered by Honda”, como vinha escrito na tampa do motor dos carros campeões do mundo em 87 com Piquet e 88, 89, 90 e 91 com Senna e Prost. A conferir. Seu companheiro Magnussen largou muito bem, saiu da primeira chicane em 2º lugar, mas começou a perder posições, e quando lutava com Bottas pela 5ª posição fez uma manobra dura de defesa de posição na primeira curva, forçando o finlandês a cortar um pedaço da chicane. Manobra polêmica, que alguns entenderam como válida e outros entenderam como merecedora de punição. Os fiscais de prova preferiram aplicar uma punição de parada de 5 segundos no boxe, que ele não entrou para cumprir e teve o tempo acrescido ao tempo final, caindo de 7º para 10º lugar. Levando em conta que ele perderia muito mais tempo entrando e saindo dos boxes, acho que puniram sem muita convicção e depois da corrida aplicaram só o tempo de parada, tirando uma “pizza” do forno quentinha para o resultado final... afinal, a corrida foi na Itália, não nos esqueçamos.

 

Em 9º, salvando a Ferrari da vergonha completa, chegou Räikkönen. Nos treinos chegou-se a ventilar que a Scuderia teria trazido alguma atualização para o carro que a fizesse ser mais veloz... engano nosso: apenas andaram de tanques mais vazios para mostrar um resultadinho para a torcida, e na corrida o carro esteve terrível. Juntando a falta de velocidade nas retas com a pouca aderência em curvas, 9º lugar esteve de ótimo tamanho. Seu companheiro Alonso abandonou por problema mecânico, o que não é comum: o abandono anterior por quebra tinha sido em seu primeiro ano de Ferrari...

 

Próxima etapa em 21/09, prova noturna de Cingapura. E como sempre indico que o fã de F-1 assista o 1º e o 3º treinos livres, que no horário local é feito ao entardecer, possibilitando uma visão da bela infraestrutura urbana de Cingapura, já que no horário da classificação e da corrida apenas dá para ver algumas luzes acesas fora do traçado da pista. Para ter uma ideia: aquele trecho em que o Nelsinho bateu de propósito passa entre uma arquibancada e um campo de futebol... lindo.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini