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Você conhece a CVC? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 14 August 2014 00:54

Caros amigos, ainda chocado com alguns dos últimos acontecimentos no mundo do automobilismo (o julgamento de Bernie Ecclestone, a morte no oval de terra nos Estados Unidos e o suposto suicídio do suspeito de ter roubado o prontuário médico de Michael Schumacher), assunto para a coluna da semana não faltaria.

 

Acabei optando pelo primeiro tema, mas não pelo julgamento em si, algo que realmente frustrou a muitos que viram a decisão da corte de Munique como algo impressionantemente injusto, uma vez que um dos acusados no processo – o banqueiro Gerhard Gribkowsky – está preso há anos. É justo e correto isso? Mas a minha coluna começa mesmo é com uma outra pergunta: você, caro leitor, conhece a CVC?

 

Caso tenha curiosidade e colocar “CVC” em qualquer site de busca, nas três ou quatro primeiras páginas seremos lançados para uma conhecida agência de turismo e viagens aqui do Brasil, sem nenhuma ligação com o automobilismo a não ser pela venda de pacotes para São Paulo quando da realização da corrida da Fórmula 1 aqui no Brasil. Para encontrar a CVC que queremos, precisamos prover mais informações ao buscador.

 

Para diminuir o seu trabalho e, quem sabe, satisfazer sua curiosidade, a CVC – a verdadeira “dona” da Fórmula 1 – é uma administradora de fundos de investimento que opera no mercado em nome de cerca de 300 investidores institucionais, governamentais e privadas em todo o mundo. Atualmente a CVC gerencia 71 bilhões de dólares em fundos com até 10 anos de duração para seus clientes.

 

Fundado em 1987, a CVC tem em seus três sócios cofundadores – Donald Mackenzie, Steve Koltes, e Rolly Van Rappard – uma liderança segura – e discreta, visto que raramente aparecem – para um grupo de cerca de 300 gestores e analistas de negócios com os olhos voltados para boas oportunidades em todo o mundo. Se for algo potencialmente lucrativo, a CVC estará de olho.

 

Donald Mackenzie está no conselho de holding da empresa e do conselho do Grupo CVC. Ele preside Comitês de Investimento da CVC e seu Comitê de Portfólio. Antes de ingressar na CVC, Donald trabalhou na 3i Plc. Donald é um Revisor Oficial de Contas e possui um grau LLB da Universidade de Dundee, na Escócia.

 

Steve Koltes está no conselho de holding da empresa e do conselho do Grupo CVC. Ele é o vice-presidente do América Europa / Norte e Ásia-Pacífico Private Equity Quadros e é um membro da América Europa / Norte e Comitês de Investimento do Pacífico Asiático. Ele preside o Comitê de Recursos Humanos e supervisiona de angariação de fundos e de relações com investidores equipes da CVC. Antes de ingressar na CVC, Steve trabalhou para Citicorp 1980-1987 em finanças corporativas e serviços bancários corporativos em Nova York, Londres e Zurique. Steve tem um Bacharel de Middlebury College.

 

Rolly Van Rappard está no conselho de holding da empresa e do conselho do Grupo CVC. Ele é membro do Conselho Consultivo de Crédito Parceiros CVC. Ele preside a Europa / América do Norte e Ásia-Pacífico Private Equity Quadros e é um membro da América Europa / Norte e Comitês de Investimento do Pacífico Asiático. Antes de ingressar na CVC, Rolly trabalhou para Citicorp em finanças corporativas em Londres e Amsterdã. Rolly detém um mestrado em Economia pela Universidade de Columbia, em Nova York, e um LLM pela Universidade de Utrecht, Holanda.

 

A CVC começou a negociar os direitos da F1 em 2005 e, em março de 2006, adquiriu o controle majoritário da Formula One ('F1'). A FIA Formula One World Championship ™, Em maio de 2006, os fundos CVC adquiriu tanto Allsopp Parker & Marsh (APM), que comercializa e vende Fórmula pacotes de publicidade e patrocínio quanto a “Gestão Allsport”, fornecedora líder de hospitalidade VIP na Fórmula eventos. Em 2007, assumiu o controle da GP2, categoria atrelada à F1. O conjunto destes investimentos reúne todas as receitas relacionadas com a FIA Formula One World Championship.

 

O conjunto CVC Capital Partners, Bayerische Landesbank e Bambino Holdings anunciou o fechamento do negócio em 2006 onde uma nova empresa – a Alpha Prema – iria adquirir o Bayerische Landesbank e a “Bambino” junto à Bernie Ecclestone, que por contar com total confiança e ter um explícito interesse na “Formula One Group”.

 

Os acionistas da Alpha Prema será CVC Capital Partners ("CVC"), Bambino (através de um reinvestimento), o Sr. Bernie Ecclestone e a Formula One equipe de gestão. CVC terá uma participação majoritária na Alpha Prema e uma participação de controle na Formula One Group. Bernie Ecclestone permanecerá como presidente-executivo da Formula One Group e Dr. Gerhard Gribkowsky (atualmente presidente da SLEC Holdings), Donald Mackenzie (CVC) e um representante da “Bambino” comporão o Conselho de Alpha Prema.

 

Caso o caro leitor não tenha perdido a paciência, desistido da leitura ou – pior – jogado o tablet ou notebook na parede, deu para ver o tamanho do emaranhado de fios que foi esta negociação e que o banqueiro, hoje presidiário, Gerhard Gribkowsky, tinha um papel de relevância mesmo depois da negociação... e que depois do escândalo divulgado, acabou sendo o “boi de piranha” no enredo inteiro. Afinal, Donald Mackenzie testemunhou na corte praticamente como um defensor de Bernie Ecclestone, deixando o banqueiro alemão “órfão” no processo.

 

E a gente que pensa que essas falcatruas só acontecem por aqui e que a justiça é “cega”...

 

Enquanto isso, no Balcão do Cafezinho...

 

E para quem acha que com o gordo pagamento pela liberdade a vida do Bom Velhinho voltaria ao normal, enganou-se. Apesar da justiça alemã ter esta “estranha benevolência” com seus acusados, onde a liberdade pode ser comprada, o banco BayernLB revelou ter negado um acordo proposto pelos advogados do Bom Velhinho para encerrar de vez o escândalo de suborno no qual ele se envolveu até o último fio de cabelo branco.

 

Além do valor dos 100 milhões de dólares pago à justiça alemã na semana passada, o octogenário também ofereceu outros 25 milhões de euros para o BayernLB deixar a história para trás, mas a oferta expirou na sexta-feira passada e a resposta por parte da instituição germânica foi um sonoro não!

 

No processo da venda das ações da F1 para o CVC em 2005, o BayernLB, dono de uma parcela dos títulos da categoria, foi representado por Gerhard Gribkowsky, o banqueiro que mais tarde foi preso por corrupção no negócio. No fim de 2013, o BayernLB manifestou a intenção de processar o Bom Velhinho por conta de ter ele – o banco – ficado exposto perante a mídia de forma negativa. O motivo da recusa do acordo não foi dado, tampouco se haverá uma negociação de um novo acordo ou se o banco vai acionar a justiça para pleitear uma indenização.

 

Com seus poderes renovados, a primeira “missão” foi “apagar um incêndio” aqui no Brasil depois que a ‘Quatro Rodas’ noticiou que a emissora detentora dos direitos de transmissão da Fórmula 1 passaria a fazê-lo por seu canal por assinatura, deixando a TV aberta, devido aos baixos índices de audiência, notícia dada pelo então advogado da empresa FOM no Brasil, Carlos Aydar, que também é o presidente do São Paulo.

 

O Bom Velhinho foi ao ar no programa esportivo semanal que passa espremido entre o jornal local e o nacional na hora do almoço para declarar a FOM não tem advogado pra isso no Brasil, que este assunto é tratado diretamente com ele e que a F1 fica na emissora, e com transmissão em sinal aberto, até 2020.

 

Carlos Miguel Aydar também tratou de tirar o corpo fora da confusão dizendo não ser advogado da FOM e nem saber que empresa seria. Por fim, a ‘Quatro Rodas’ teve que administrar a ‘barriga’ (notícia furada no jargão jornalístico) e “garantiu que o contrato com a FOM vai até 2020 e obriga a emissora a transmitir todas as corridas do calendário”.

 

Agora, com as férias dos pilotos e das equipes onde a F1 dá uma “tirada de pé” no noticiário dentro das pistas e mesmo nas sedes, onde foi todo mundo pra praia, eis que os diretores de equipe acabam chamando atenção por suas posições manifestadas, especialmente diante das recentes discussões sobre o futuro da F1.

 

Éric Boullier mostrou-se incomodado e disse que “o mundo da F1 tem que parar de criticar a categoria e elogiar as virtudes que ela tem”. Do contrário ao invés de combater a queda na audiência que vem sendo registrada nos últimos anos. O diretor de corridas da McLaren acredita que, com esse tipo de comportamento, os fãs acabam se afastando cada vez mais da categoria.

 

Boullier não é o primeiro dirigente que reclama das críticas que nascem dentro do paddock. No passado, Monisha Kaltenborn, da Sauber, e Christian Horner, da Red Bull, também já mencionaram o assunto. Horner inclusive se irritou, no GP da Hungria, com as perguntas dos jornalistas sobre o tema. Pediu que os questionamentos na entrevista coletiva não fossem tão centrados nos aspectos negativos e, sim, nos positivos... como as boas disputas que tem ocorrido no pelotão longe das Mercedes, certo?

 

Se a F1 fosse um mundo perfeito e harmônico, não receberia tantas críticas. Se não estivesse havendo uma perda generalizada de audiência, ninguém estaria fazendo perguntas como a do jornalista alemão Ralf Bach, do 'Bild', que perguntou aos chefes de equipe se as equipes aceitariam passivamente correr na Coreia do Norte caso Bernie Ecclestone fechasse um contrato para tal. A reação de Boullier foi pedir que a FIA tirasse a credencial do jornalista... é como tapar o sol com uma peneira, não?

 

Tocado mesmo eu fiquei com a humildade do Paddy Lowe, que assumiu o comando do time de Stuttgart depois que Ross Brawn saiu de cena e se aposentou da F1 no fim do ano passado, afirmou ter sido ele o responsável por levar a Mercedes “ao próximo nível” em termos de competitividade e que isso se refletiu no domínio apresentado pela esquadra prateada em 2014. Melhor os carros voltarem logo para a pista...

 

Por falar em pistas, A F. Indy ainda não fechou o calendário da temporada 2015. Mark Miles, CEO da categoria, disse que está otimista com relação à possibilidade de realizar provas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em Brasília, no Brasil, antes de voltar aos Estados Unidos para o GP de São Petersburgo no fim de março.

 

Quanto a pista de Dubai, tudo 100%, já quanto a etapa no Brasil, o dirigente diz estar bem otimistas de que vamos ter uma que não é o Brasil antes disso, com isso a temporada vai começar na primeira metade de fevereiro, seis ou sete semanas mais cedo do que em 2014, que terminará precocemente em 30 de agosto.

 

O acordo para levar a Indy a Brasília foi anunciado em março deste ano pelo Grupo Bandeirantes e pelo Governo do Distrito Federal. A concretização do plano envolve a modernização do Autódromo Nelson Piquet. O problema é que a obra ainda não tem sequer a licitação definida.

 

Willy Hermann, um dos detentores dos direitos da Indy no Brasil, falou ao GP que, apesar disso, confia na realização do evento. De acordo com ele, a categoria norte-americana não pensa em prejudicar um projeto de longo prazo devido a uma questão pontual.

 

Este pensamento não é compartilhado pela Dorna, promotora do Mundial de Motociclismo. com a lentidão no início das melhorias. Carmelo Ezpeleta, chefão do Mundial, já sinalizou com a mudança do GP do Brasil, cancelado em 2014, para o recém-reformado Autódromo Ayrton Senna, em Goiânia, que já recebeu o mundial no passado e que era muito elogiado por suas áreas de escape amplas.

 

Na semana passada, deixei de falar certas coisas sobre a corrida do milhão e o autódromo de Goiânia. Fico cada vez mais horrorizado com a insistência de alguns comentaristas em querer fazer o telespectador que acompanha corridas de idiota, repetindo um absurdo argumento de que as ondulações na pista são “um desafio a mais para os pilotos”.

 

Será que eles esquecem que eles mesmos chegaram a fazer programas nos canais por assinatura quando Interlagos era o foco de queixas dos pilotos da F1 por conta das ondulações no traçado, em especial no final da reta dos boxes? Memória curta ou “memória conveniente”?

 

Felizmente os responsáveis pela pista ouviram os pilotos e viram as imagens e, ao invés ouvir os comentaristas da TV, reformaram a pista. Não ficou perfeito, mas melhorou muito.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva