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Os profetas do apocalipse PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 08 August 2014 20:28

Durante muitos anos nós vimos a Fórmula 3 definhando no continente e limitando-se a um grid magro de menos de 10 carros basicamente composto por brasileiros. Corridas no exterior (uma na Argentina e uma no Uruguai para “legitimar” o caráter continental da competição).

 

Como é de praxe, a nossa profissionalíssima imprensa não poupou os dirigentes do nosso automobilismo, desde Paulo Scaglioni à Cleyton Pinteiro com artigos e mais artigos criticando a falta de atitudes, de ações e projetos para o automobilismo brasileiro em geral e para as categorias de fórmula em particular foram escritos. Não faltou cobrança!

 

Pois muito bem: No final do ano passado, o “sorridente presidente”, em entrevista exclusiva ao meu chefe, contou-nos sobre o projeto de “renascimento” da Fórmula 3, com a mesma passando a ser uma categoria nacional e com as equipes, o promotor e a Confederação enxugando tudo o que era possível para que a categoria viesse a ser a “Fórmula 3 mais barata do mundo”. Choveu ceticismo!

 

Carros em Interlagos. Etapa antes da Copa do mundo. 17 carros inscritos. É a F3 renascendo...

 

O campeonato começou e não demorou muito para virem as primeiras críticas. Primeiro questionaram o fato de que, depois de duas rodadas duplas “preocupações rondassem a nova Fórmula 3 Brasil”. Um dos pontos de discussão seria o desempenho de Pedro Piquet, que chegou ao extremo de se questionar as vistorias dos comissários técnicos da CBA, independentemente do fato do filho do nosso tricampeão vivo de F1 ter ou não talento e do fato de estar na equipe mais bem estruturada da categoria, a Cesário Fórmula.

 

Lembro-me bem de um artigo que li sobre o “automobilismo varzeano do Brasil” onde a falta de visão, de gestão e fomentação junto à base do automobilismo fez sucumbir, após dois anos de funcionamento a “Fórmula-Sem-Futuro” como eu mesmo a chamei quando foi lançada.

 

Correr em um programa com outras categorias tem ajudado a F3 Brasil a aparecer e a reduzir custos.

 

Era uma categoria cara para o que oferecia, tanto é verdade que “reduções” e “promoções” foram feitas pelo promotor da categoria na tentativa de se chegar a um grid com mais de 16 carros (sendo 20 o número tido como ideal). A culpa do insucesso da categoria – claro – foi creditada à CBA e os maus gestores/promotores/empresários “aplaudidos pela iniciativa”.

 

Vamos deixar a hipocrisia de lado, certo? Nenhum empresário ou interessado ou investidor ou oportunista se mete a fazer um investimento no que quer que seja se não for para obter lucro. No automobilismo não é diferente e ninguém faz automobilismo por filantropia, só a gente aqui no site, que manda gente fazer matéria em diversos lugares e o cara vai trabalhar de graça, da mesma forma que nós, colunistas e pesquisadores de história.

 

Em Curitiba, 19 carros inscritos... e este número pode subir.

 

Quando Pedro Paulo Diniz trouxe a Fórmula Renault para o Brasil, não tardou para se descobrir que se tratava do campeonato mais caro da categoria em todo o planeta. Quem pode criticar o ex-piloto de Fórmula 1 por querer ganhar dinheiro. Não era nada desonesto... não era ético, claro, mas as regras eram claras: corria (pagava) quem quisesse! E assim a categoria acabou.

 

Aí a corrida depois da hibernação compulsória imposta pela copa do mundo teve mais inscritos do que a etapa de Interlagos, a qual – em teoria – deveria ter o maior número de inscritos, ver um “rabugento de plantão” dizer que “mesmo a categoria não tem o mesmo peso em diversos certames feito o Inglês, por exemplo, e que só o Europeu consegue ainda reunir mais de duas dezenas de participantes ao longo da temporada, ver 19 carros inscritos para a rodada deste fim de semana é simplesmente sensacional”.

 

Pedro Piquet (em primeiro plano) teve, no início da temporada, seu domínio questionado. Balela!

 

É claro que o mérito do sucesso da categoria não é apenas da CBA e da VICAR, mas também de Augusto Cesário (Cesário F3), Dárcio dos Santos (PropCar), Rogério Raucci (RR Racing), Rodrigo Contin (Hitech Racing) e dos chefes de equipes pequenas como Mario Souza e Robson Lopes.

 

Agora não faltam “pitacos” de como a categoria deve ser gerida, promovida, fortalecida, transmitida, da necessidade de intercâmbio e internacionalização... agora está todo mundo que sempre desceu o pau e que nunca apresentou uma proposta concreta e exequível bancando o “consultor”, o “expert” em gestão e marketing do esporte.

 

Classe de 2014. Um Grid mais do que duas vezes maior que o da Fórmula 3 inglesa.

 

Presidente Cleyton, sei que temos nossas diferenças e que não é sempre que eu concordo com as coisas relacionadas ao nosso automobilismo e com as decisões – ou falta delas – em relação ao que acontece e o que deixa de acontecer no nosso esporte, mas desta vez os “profetas do apocalipse”, que tanto parecem torcer para as coisas darem errado e assim eles terem o que escrever estão tendo que morder a língua e dar o braço a torcer: a CBA também acerta!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

 

 

Last Updated ( Friday, 08 August 2014 20:47 )