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A ética na imprensa PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 26 June 2014 07:07

Caros amigos, vou convidá-los esta semana a fazer uma reflexão sobre ética. Acho que é um momento muito apropriado em vista de certas coisas que estamos vendo nesta Copa do Mundo de Futebol, nas questões políticas que estão aflorando neste ano de eleições que se aproximam, mas que também deve ter, de alguma forma, chocado os fãs do automobilismo com o que aconteceu no caso Schumacher.

 

Caso o estimado leitor não se lembre, durante as primeiras semanas de internação do heptacampeão alemão, um jornalista tentou entrar no hospital de Grénoble disfarçado de padre, com a intenção de fazer imagens do quadro clínico do paciente, na época em “coma induzido”, segundo as – poucas – informações que eram passadas pela assessoria de imprensa da família.

 

Schumacher, segundo esta mesma assessoria, saiu do coma e agora está em uma clínica de recuperação especializada em Lausanne, na Suiça, o prontuário médico, com todas as informações do tratamento e do período de internação do alemão no hospital universitário de Grénoble foi roubado!

 

Neste mundo globalizado e conectado, onde a velocidade da internet supera em muito a dos carros de Fórmula 1, a notícia correu mundo e o autor do furto de informações está oferecendo as mesmas a quem se dispor a pagar 50 mil euros pelas privilegiadas informações de como teria sido o tratamento de Schumacher durante os mais de cinco meses em que ele esteve internado em Grénoble.

 

Seria uma precipitação de qualquer um acusar um profissional de jornalismo de ser o responsável por tal feito, mesmo porque, o responsável pelo deplorável feito vem oferecendo o material a jornais, revistas e TVs da Alemanha, Inglaterra, França e Itália, o que pode apontar para ter sido uma pessoa não diretamente ligada ao meio da mídia.

 

A família de Schumacher continua tendo em Sabine Kehm uma blindada couraça de proteção, onde ela vem absorvendo todos os impactos possíveis desde o acidente do final do ano passado. Independente disso, demonstrando seu lado humano pela primeira vez em todo este processo, a jornalista suíça disse estar chocada e enojada com o ocorrido e que não garantiria a autenticidade do prontuário. Contudo, deixou claro que o uso pela mídia será tratado como crime e resultará em ação legal e que serão usados todos os recursos disponíveis caso as informações cheguem a público.

 

O roubo foi relatado e as autoridades estão envolvidas no caso. Assim como já aconteceu em outros casos, uma ação criminal e danos contra qualquer publicação do conteúdo ou referência sobre o arquivo médico, que são de caráter privado podem e irão gerar para que os comprar e publicar problemas de diversas ordens. Será que vale a pena arriscar?

 

A polícia francesa está investigando as pessoas que tinham acesso ao prontuário e o hospital investiga se foi vítima de hackers. Jean-Yves Coquillar, promotor de Grénoble, revelou que a investigação foi aberta após uma queixa do hospital e que ninguém tenha dúvidas: com dinheiro – dos Schumacher – meios para se investigar não faltarão.

 

Existe um velho ditado que diz: “a ocasião faz o ladrão”. Quem foi atrás de conseguir o prontuário do Schumacher – e conseguiu – apostou que haveria alguém com dinheiro – e sem escrúpulos – interessado em comprar o material e aí o ponto central volta a ser a ética jornalística: quem teria interesse em publicar as informações sobre a real situação médica do alemão, por este meio escuso?

 

É lógico que tanto a imprensa quanto os fãs gostariam de saber mais detalhes sobre o tratamento, a condição atual do Schumacher e principalmente sobre as reais possibilidades de uma recuperação, mas e o “preço moral”? Na presente condição, qualquer veículo que vier a divulgar trechos ou mesmo a íntegra do prontuário médico do alemão, além de uma condenação judicial pode vir a ser vítima de uma condenação por parte da opinião pública.

 

Neste caso, o crime não deve ser compensador e quem está de posse do prontuário do Schumacher está com o chamado “mico” nas mãos.

 

Enquanto isso, no Balcão do Cafezinho...

 

Depois do fiasco no GP corrido no quintal de casa, os touros vermelhos chutaram o pau da barraca e meteram a boca no trombone em cima do pessoal da Renault. Após o abandono de Sebastian Vettel devido a problemas elétricos na unidade de força e uma apagada oitava colocação insossa de Daniel Ricciardo, as falhas de confiabilidade e desempenho do motor francês tomaram corpo na voz de Christian Horner que chamou de “inaceitável” a situação do motor da construtora francesa.

 

O diretor da Renault, Rob White, defendeu a fornecedora dizendo que a ansiedade sentida por Christian e a frustração após um resultado como esse, onde desempenho e a unidade de força não corresponderam como podem, é compreensível e compartilhada por nós. Mas estamos comprometidos a evoluir o mais rápido que podemos - e acho que mostramos sinais de progresso antes... não foi bem”ansiedade” o sentimento do pessoal da Red Bull. Estava mais para fúria!

 

Rémi Taffin, chefe da Renault, não escondeu sua decepção com o desempenho da fabricante e confessou que uma performance fraca nas retas do Red Bull Ring já era esperada. Não bastasse isso, mais uma vez, falhas do V6 Turbo da Renault resultou em um problema com o carro de Sebastian Vettel. Não se enganem: a Red Bull já está se mexendo para encontrar um meio de “produzir seu próprio motor”. O carro, como sempre, já mostrou ser bom, mas sem força, não tem milagre.

 

Lembram do assunto da coluna da semana passada? Pois o primeiro piloto da Ferrari fez coro com seu presidente, poupando a equipe de mais críticas. O Príncipe das Lamúrias disse que, neste ano, o show que estamos fazendo não é bom o bastante em algumas corridas e que quando um time está dominando tanto como a Mercedes, os espectadores provavelmente preferem mais ação. Agora jura: se fosse ele e a Ferrari ele estaria reclamando?

 

E tudo indica que a casa de Maranello jogou a toalha! Marco Mattiacci admitiu que será impossível reduzir a diferença para a Mercedes em 2014. Seus pilotos Fernando Alonso e Kimi Räikkönen, também manifestaram pouco otimismo em uma virada ferrarista neste ano, não só por conta da grande vantagem da esquadra prateada, mas também devido ao regulamento. Duvido que eles estivessem reclamando se fossem eles que estivessem na frente. Agora, admitir que o problema não é só de motor, mas também do carro eles não admitem. Quantas corridas eles andaram atrás da Red Bull e seus motores à pilha?

 

Se os franceses da Renault estão tendo enormes dores de cabeça, os da Citroen são só alegria (será?) no WTCC. Em mais uma rodada dupla, desta vez em Spa-Francorchamps, seus pilotos venceram as duas provas, uma com Yvan Muller e outra com José Maria ‘Pechito’ Lopez, que manteve os 41 pontos de vantagem na liderança do campeonato, deixando cada vez mais longe o também francês Sebastien Loeb.

 

Mas a grande notícia desta semana foi a assinatura do contrato da categoria para correr no mítico Nordschleife de Nurburgring, fazendo a preliminar das 24 horas. A categoria assim retorna ao território alemão, onde não corria desde 2011. Para esta corrida, a categoria deve mudar seu típico formato de duas corridas de cerca de 60 Km de distância para uma com 120, com um pit stop obrigatório. Assim teremos uma prova de 6 voltas.

 

O nosso amigo e ‘Oráculo’, Américo Teixeira divulgou no seu Blog, o Diário Motorsport, uma notícia preocupante: A Confederação Brasileira de Automobilismo fechou 2013 no “vermelho” o ano de 2013. A entidade que rege os destinos do automobilismo nacional registrou um aumento de despesa de 22% em relação a 2012, ao mesmo tempo em que perdeu receita na ordem de 7,2% no mesmo período.

 

Embora tenha havido aumento de receita de cerca de quinhentos mil reais, proveniente da Fórmula Indy, Fórmula 1, Brasileiro de Marcas e Cédula Desportiva/Doc. Internacional, houve queda em outros pontos como podemos observar nos itens Taxa Técnica Nacional, Inclusão Calendário (Pilotos) – onde houve isenções e descontos para categorias e inscrição de pilotos – e Receitas Diversas/Outras, o que pode ser considerado muito salutar por parte da CBA.

 

O problema foi a explosão das despesas, que aumentaram em mais de um milhão e meio de reais de um ano para o outro! Entre os itens que mais pesaram estão Despesas Automobilísticas (competições desportivas), despesas com pessoal, encargos sociais, comunicações, serviços de terceiros, despesas operacionais e não operacionais. E como em 2014 não houve Fórmula Indy, a diretoria da entidade vai precisar enxugar bem as despesas para evitar outro balanço negativo para ser anunciado no ano que vem. Assim, junta-se mais uma dor de cabeça para o ‘sorridente presidente’ e sua diretoria.

 

Os detalhes podem ser lidos no site da CBA, no tópico “Demonstrações Contábeis – Exercício 2013″.

 

Dor de cabeça da Mercedes só tende a aumentar com o andamento do campeonato. Toto Wolff, dirigente da equipe considera que os grupos dos dois pilotos não compartilharam informações como de costume, e acabaram por deixar à mercê das investidas da Williams chegar bem perto mesmo com um carro inferior.

Para ele, o grupo trabalhando junto é fundamental para o sucesso e as vitórias. Pilotos e engenheiros de ambas as garagens. É o espírito que queremos manter. Não é apenas sobre vencer as próximas corridas, mas sobre sermos competitivos pelos próximos anos. Assim, em toda corrida precisamos aprender, o que só podemos fazer tendo a mente aberta e trabalhando de forma transparente.

 

O puxão de orelha foi também para os pilotos, o cartola lembrou que para as equipes o principal é vencer o Mundial de Construtores, e os pilotos não devem colocar isso em risco. As informações devem ser conseguidas e atualizadas durante todo o final de semana, assim, permitindo que a equipe trabalhe e faça do carro o melhor que ele pode ser para as corridas. Ainda não aconteceu, mas certamente ele teme pelo pior cenário: A disputa do título entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg chegar ao ponto em que uma batida que tire ambos de uma prova.

 

Quem aqui tem boa memória? Lembram do entusiasmo do Bom Velhinho em 2009, com a chegada das novas equipes na F1? Pois é. Desde o ano passado ele vem falando justamente o contrário,  afirmou que “ficaria feliz” se as equipes de menor porte deixassem a principal categoria do automobilismo, comparando a situação a uma partida de poker: “você não conhece os outros jogadores e se não têm como bancarem o jogo, é melhor que fiquem de fora”.

 

Contudo, ele e a FIA estão abrindo caminho para a entrada de uma equipe norte americana – um sonho antigo – e uma “equipe satélite” da Ferrari para 2016. Como sempre, tudo bem conveniente.

 

Por falar em conveniências, fazia tempo que não sai na mídia uma notícia sobre o julgamento na Alemanha, não é mesmo? A última foi que o banqueiro Gerhard Gribkowsky, do banco BayernLB, contactou a agência de inteligência alemã – a  Bundesnachrichtendienst – quando disse estar sofrendo ameaças feitas pelo chefão da F1, Bernie Ecclestone. A notícia surgiu em mais um dia de julgamento de Ecclestone, nesta semana, em Munique.

 

com a história passando a ser do conhecimento de todos, foram mostrados documentos que comprovam o contato do banqueiro com a DNB. Gribkowsky estaria, à época, sendo observado enquanto se exercitava e a porta de sua casa estaria sendo sido batida misteriosamente, coisas que ele também reportou à polícia no fim de 2004, quando acreditava ser uma forma de pressão aplicada por Ecclestone em virtude das vendas dos direitos comerciais.

 

De acordo com a imprensa alemã, o assunto veio à tona quando os advogados de Ecclestone tentavam questionar a credibilidade do banqueiro, preso desde 2012 por apropriação indevida de ativos, suborno e evasão fiscal. A defesa admite o pagamento por parte de Bernie, mas mantém que foi feito por uma tentativa de chantagem do alemão, que teria ameaçado a fazer acusações sobre informações fiscais pessoais do Bom Velhinho... que fica um pouco mais perto do xilindró!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva