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Por um Ayrton humano PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 30 April 2014 05:32

Caros amigos, no dia em que se completa 20 anos da morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger, para quem ninguém fará programações especiais na TV, que escrevo este editorial sobre o primeiro de maio, dia em que é celebrado o dia do trabalhador praticamente em todo mundo, mas que neste ano marca 20 anos do trágico acidente que encerrou um dos piores – talvez o pior – final de semana vivido nestas mais de seis décadas da Fórmula 1.

 

Em muito por conta de seus feitos extraordinários, mas também por conta de um bem montado trabalho de marketing e promoção, a morte de Ayrton Senna chocou e comoveu até mesmo aquelas pessoas que pouco ou nada ligavam para a Fórmula 1.

 

Ao longo destes 20 anos passados de sua morte, boa parte da mídia, a família do piloto, os colegas de profissão e o público que seguiu acompanhando o automobilismo lembram com tristeza aquele feriado em que o país entrou de luto.

 

 

Preservar a memória e a história de Ayrton Senna da Silva, de forma séria e responsável, contando os fatos de forma histórica, didática e correta jornalística e eticamente deve ser considerado um dever para qualquer veículo de mídia voltado para o esporte a motor. Por isso é preciso ter cuidado com o que se fala, mostra, escreve, para que a história não seja distorcida e sim preservada para as gerações futuras, especialmente num país sem memória como o nosso.

 

Não acho que o fato de Ayrton Senna trabalhar a sua imagem seja um pecado. Pelo contrário, esta atitude, somada ao seu marcante desempenho nos anos de McLaren, onde conquistou seus três campeonatos mundiais de Fórmula 1, acabou sendo fonte de inspiração para centenas, talvez milhares, de meninos e meninas que trocaram suas bolas, raquetes ou tacos por um capacete e um macacão, lotando os kartódromos do país.

 

Até mesmo os adultos, que descobriram o kart indoor, que proliferou como uma praga do Egito pelas cidades do país, foram levados a travestirem-se de pilotos e acelerar aqueles parcos cavalos entre barreiras de pneus.

 

 

Ao longo destes anos estamos acostumados a ler e ouvir distorções sobre a vida, as conquistas, as virtudes e até sobre os defeitos de Ayrton Senna. Até mesmo por parte de quem teria a obrigação de preservar a história e evitar o endeusamento de um ser humano. Imperfeito e falível como qualquer um de nós.

 

Cinco anos atrás, quando eu ainda não fazia parte da equipe do site dos Nobres do Grid, pude ler uma série de artigos aqui publicados, relembrando passagens da vida de Ayrton Senna quando dos 15 anos de seu falecimento. Este ano, depois de ter chegado e crescido dentro do projeto que estamos construindo, preferia não ter que preparar nada de especial para esta data. Afinal, já tem tanta gente fazendo isso que penso que seríamos apenas mais um a participar deste folguedo, e praticamente assumindo um compromisso para daqui há cinco anos, fazermos um “especial do jubileu de prata”.

 

Ayrton Senna deve, tem e irá seguir vivo em nossas memórias e na vida de todo aquele que é apaixonado por automobilismo como um dos maiores pilotos – para alguns o maior – de todos os tempos.

 

 

Algum tempo atrás, vi uma montagem na internet que, inicialmente, achei patética, mas que depois, refletindo bem, acho que teria sido o que de melhor poderia ter acontecido com ele: ter sobrevivido e evitado o processo de mitificação ao qual vem sendo submetido e preservando a sua trajetória!

 

Fernando Paiva