Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Pra rolar macio PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 21 March 2014 11:49

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Fiquei sabendo pelo Fernando Paiva que os leitores do site reclamaram porque eu nunca mais citei marido nas minhas colunas.

 

Pois bem, saibam que foi justamente marido que inspirou a coluna desse mês. O assunto nem ia ser esse, mas como foi no carro dele que eu vi o que estava acontecendo, além de reclamar com ele, acabei decidindo por tratar do assunto aqui no site porque deve ter muita gente rodando por aí sem perceber um problema que é simples, fácil de ser resolvido, mas que se não cuidar vai dar muita dor de cabeça.

 

Semana passada, marido saiu mais cedo de casa (o trabalho dele é mais perto que o meu. Normalmente eu saio mais cedo porque, no caminho, tem o colégio das crianças) porque tinha uma reunião. Quando ele deu ré no carro na garagem e manobrou, eu ouvi aquele barulho de metal roçando em metal e falei para ele parar.

 

Marido morre de calor e só não liga o ar condicionado do carro antes de dar a partida porque isso não é possível. Com os vidros fechados, provavelmente ele não estava ouvindo era nada, só o rádio, que é a terceira coisa que ele liga, depois do motor e do ar condicionado. A verdade é que o negócio dele é bola. O homem adora futebol... mais ou menos. Se gostasse mesmo, torcia para o Vitória, e não para o Bahia.

 

Falei pra ele desligar o ar condicionado, o rádio e dar umas voltas ali por perto que eu queria ouvir direito aquele barulho. Na terceira esquina eu já dei-lhe um ‘carão’ daqueles de mulher na TPM. “Oxe, marido, não tá vendo que o rolamento tá roçando? Leve esse carro na autorizada ainda hoje”. Ele disse que eu tinha “ouvido de tuberculoso”, porque ele não estava ouvindo coisa nenhuma! Deve ser porque meu negócio não é bola... é carro.

 

Quando um carro começa a ter problemas com os rolamentos é que nem algumas doenças. Demora-se pra perceber. No começo, o barulho não é muito alto, mas com o tempo vai aumentando ao ponto de até o mais avoado dos motoristas perceber de dentro do carro.

 

Os rolamentos estão em diversos sistemas de um carro, mas são os rolamentos das rodas os que mais costumam ser exigidos.

 

Quando o rolamento de roda começa a fazer barulho não tem jeito. Precisa ser trocado. Além do barulho incômodo, ele pode quebrar se não for substituído e, em último caso, provocar o travamento da roda, o que – dependendo de onde e como ocorrer – pode causar um acidente de trânsito.

 

Os rolamentos de roda costumam durar mais de 70 mil quilômetros ou até mesmo chegar a cinco anos sem problemas. Porém, podem apresentar defeitos antes se a peça tiver algum problema de lubrificação ou sofrer a entrada de umidade. Aqui em Salvador, principalmente para quem mora perto da praia (e isso serve para quem mora em qualquer cidade no litoral) ainda tem o problema do salitre, que a gente não percebe. O contato dos rolamentos com umidade ou mesmo um contato direto com água gera uma reação química do oxigênio com o aço do rolamento, a qual denomina-se oxidação, também conhecida como ferrugem, e que provoca a corrosão nos componentes dos rolamentos. Inicialmente comprometendo e depois impossibilitando a sua utilização.

 

Mas como perceber isso antes de ter um problema mais grave? Para quem não tem carro automático fica mais fácil. Tendo uma oportunidade, andando num lugar plano e sem ou com pouco tráfego, coloque o carro em ponto morto e faça aquela famosa “banguela”. Se você tiver um problema de rolamento e um bom ouvido, vai ouvir o barulho mais facilmente. Quanto mais rápido o carro estiver, mais fácil para perceber, pois o barulho aumentará.

 

Os rolamentos encontrados nos veículos que rodam pelo mundo são construídos especificamente, podendo ter esferas ou cilindros.

 

Mas a melhor forma mesmo de descobrir se você tem mesmo um problema nos rolamentos ainda é fazer as revisões regularmente. De preferência na autorizada do seu veículo, mas pode ser também naquela oficina de sua confiança. Os rolamentos dianteiros costumam estragar primeiro devido à tração, que na maior parte dos carros brasileiros é na frente. 

 

O contato de gente da minha geração com rolamentos é antigo. Eu, que fui criança pobre e ainda por cima com três irmãos homens, nas minhas brincadeiras de rua, os carrinhos de rolimã eram os meus favoritos!

 

Bastavam, basicamente, uma chapa e dois eixos de madeira, alguns parafusos e três rolamentos (um na frente e dois atrás), iguais aos que são usados nos automóveis. Enquanto ficavam expostos no antigo brinquedo, os rolamentos estão bem escondidos nos carros de gente grande, alojados nas extremidades dos eixos para fazer as rodas girarem livremente. E é justamente por isso que muita gente se esquece de que eles existem e de que precisam de manutenção periódica. Quando criança, quem tinha como, conseguia com algum mecânico de oficina de perto de casa um pouco de graxa, para lubrificar os do carrinho para ele andar mais rápido.

 

Os rolamentos nos nossos carros são um pouco mais complexos. Inclusive, existe uma diferença entre os rolamentos que são montados nos eixos dianteiros em relação aos instalados nos eixos traseiros.

 

Para quem não usa as autorizadas, um cuidado: caso seja preciso trocar um rolamento, use peças originais e profissionais competentes.

 

Nos eixos traseiros normalmente são instalados rolamentos cônicos, aos pares. Estes, que no caso dos carros de tração dianteira roam mais soltos e tem menos peso sobre eles por conta do motor instalado na frente do carro, devem ser verificados a cada 20 mil quilômetros. Nestas revisões, como são montados aos pares, esses rolamentos precisam ser ajustados e lubrificados (com graxa específica) para não perder sua eficiência.

 

O eixo traseiro também pode contar, dependendo do modelo, com um conjunto que reúne rolamentos com cubos integrados, onde as rodas são montadas diretamente. Sua manutenção preventiva também deve ocorrer a cada 20 mil quilômetros. A diferença desse conjunto para o rolamento cônico é que sua montagem é mais fácil de ser feita e sua durabilidade média fica por volta dos 100 mil quilômetros.

 

Já o rolamento duplo de esferas, geralmente montado na dianteira, não precisa de manutenção. A única preocupação, nesse caso, é que – em caso de substituição – o mecânico que a fizer saiba instalá-lo adequadamente. Por isso sempre recomendo que o leitor vá na autorizada. Isso é importante porque esse tipo de peça não pode ser reaproveitado depois de retirado do eixo. Um especialista, treinado no tipo de peças que existem no seu carro, também saberá avaliar se a peça está desgastada sem retirá-la do eixo. Para isso, ele suspende o veículo e verifica como a roda se comporta ao ser girada manualmente. Ao invés de ficar na sala do cafezinho e da televisão, acompanhe o serviço de perto. Aprenda a conhecer o seu carro.

 

Além dos problemas de desgaste natural, corrosão por contato com materiais e líquidos danosos, outros fatores também podem abreviar bastante a durabilidade do componente, independente da época em que o veículo foi fabricado. Transitar frequentemente com excesso de carga é um deles, mas a peça também sofre quando o carro está equipado com rodas e/ou pneus com medidas muito diferentes das originais. Os impactos que pneus e rodas sofrem ao passar por tantas imperfeições no asfalto também podem danificar a peça.

 

O cuidado com os rolamentos de um veículo são relativamente simples, mas os problemas que eles podem gerar são sérios.

 

As vezes achamos que sabemos tudo de carro e acabamos nos enganando em nossos “diagnósticos” e achamos que o problema é um, quando é algo bem diferente. Defeitos como bolhas em um dos pneus podem iludir o dono do veículo, que pode pensar que o rolamento está desgastado, por exemplo. Quando isso acontece há uma alteração sentida no volante, o que não é o caso quando o problema é nos rolamentos, que não causa desconforto de rodagem nem mesmo quando seu corpo rolante começa a descascar, o que é um sinal normal de desgaste.

 

Fique atento com a manutenção do seu carro. Ele não serve apenas para levá-lo para o trabalho, serve também – e muito bem – para os momentos de lazer.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça

  

Last Updated ( Friday, 21 March 2014 19:54 )