Olá leitores! Creio que a grande notícia do final de semana – ao menos para os fãs do “automobilismo de contato” norte americano, a NASCAR – tenha sido os treinos de classificação para a prova de abertura da temporada da Sprint Cup, a pomposa Daytona 500. Tão pomposa que a classificação é feita uma semana antes. Antes, temos o NASCAR Unlimited, prova extracampeonato que funciona como “festa pré-temporada” para a categoria. Nessa prova extracampeonato, vencida pelo Denny Hamlin, o destaque ficou para o pace car. Sim, o carro madrinha. Não me lembro de ter visto alguma vez o carro madrinha pegar fogo no meio da competição. Uma instalação não muito bem feita das baterias auxiliares para as luzes strobe do carro provocou um curto circuito e um incêndio no porta malas do pace car... ainda bem que piloto e copiloto saíram ilesos. Mas fica o registro cômico. Mas voltando ao treino classificatório: a pole position ficou com um novato. Considerando que é uma corrida em superspeedway, com placa restritora (para diminuir a entrada de ar do motor e restringir a potência), nada muito imprevisível. O detalhe ficou para o número do carro: o jovem Austin Dillon, garoto sensação quando passou pela Truck Series e pela Nationwide Series, as categorias de acesso, e neto do Richard Childress, um dos maiores donos de equipe da categoria, estreia na categoria principal com o nº 3. Sim, aquele número que desde a morte do seu usuário anterior (um tal de Dale Earnhardt, a.k.a. “The Intimidator”, 7 vezes campeão da categoria) na pista durante uma Daytona 500 em plena última volta da prova estava “encostado”, já que nenhum outro piloto quis enfrentar a pressão da torcida usando esse número. Previsível, já que a cobrança seria mais ou menos a mesma de entrar no Boston Celtics usando a camisa nº 33 (aquela do Larry Bird), por exemplo. O número continuou em poder da equipe, e agora o Childress resolveu estrear o neto usando esse número. Boa sorte ao garoto, é tudo o que posso desejar. Menos mal que o carro não é todo preto, com patrocínio Goodwrench... mesmo assim, é complicado. Esse número já foi usado por grandes nomes da história da categoria como Fireball Roberts, Buddy Baker, Ricky Rudd, Junior Johnson, além do próprio Intimidator. Pressão maior que usar a camisa 10 da seleção brasileira de futebol após o Pelé. Saindo da NASCAR para a Fórmula 1, a Sauber comunicou a contratação da ótima suíça Simona de Silvestro (que ano passado deu um calor no Tony Kanaan na KV Racing) como “pilota afiliada”, seja lá o que isso for, da equipe para 2014 com promessa de estreia na categoria em 2015. Não sei se vejo o dedo do Tio Bernie nisso (ele já declarou que gostaria de ver uma mulher pilotando na F-1) ou uma busca de visibilidade na imprensa por parte da suíça Sauber – e consequentemente mais patrocínios. Seja lá o que for, é merecido para a Simona, que pilota bem melhor que a queridinha da imprensa americana, a Danica Patrick. Espero que o tempo no simulador e em alguns testes em pista (provavelmente aqueles aerodinâmicos em linha reta) sejam suficientes para ela “pegar a mão” da categoria, que é muito diferente daqueles monstrengos da Indy. OK, comparados aos carros da F-1 para 2014 talvez não sejam tão monstrengos assim... Saiu também a lista de inscritos para as 24 Horas de Le Mans, e o Brasil novamente estará representado pelo Bruno Senna (pela equipe da Aston Martin na categoria GTE Pro, carro 89) e pelo Lucas Di Grassi (na todo poderosa equipe Audi, carro 1). Aliás, o Di Grassi nessa equipe tem chances reais de lutar pela vitória na classificação geral, o que seria fantástico. Vitória essa que passou perto das mãos do Raul Boesel quando corria pela equipe Jaguar. E na categoria GTE Am (onde correm os “gentlemen drivers”) teremos a participação de um tal Fabien Barthez. Aquele carequinha, goleiro da seleção francesa da copa de 1998, daquele jogo em que o Ronaldo entrou baleado após a convulsão... OK, OK, não preciso mais nada para mais de 150 milhões de brasileiros torcerem contra o cara. Foi mostrado também o novo logotipo da corrida, modernizando o anterior que vinha desde 1978. Se quiserem conferir, deem uma olhada no site da corrida, www.24h-lemans.com, e vejam se gostaram. Eu gostei. Informo-lhes que sairei em viagem de férias e voltarei com a coluna de 03/03, próxima semana teremos um outro colunista trazendo as novas do automobilismo do final de semana. Até a volta, Alexandre Bianchini |