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Que inveja da Suécia... PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 09 February 2014 20:51

Olá leitores!

 

Tivemos nesse final de semana a segunda etapa do WRC, o tradicional Rali da Suécia. Na época anterior à popularização das geladeiras frost-free, um amigo dizia que a Escandinávia era a coisa mais parecida com um freezer que existia. Haja vista o quanto estou sofrendo com as altas temperaturas do verão paulistano, parece-me um lugar extremamente agradável... o grande atrativo dessa etapa é a neve. Neve que costumeiramente comparece ao Rali de Monte Carlo, mas geralmente em pontos isolados. Aqui não, o negócio é hardcore, frequentemente são obrigados a utilizar aqueles pneus específicos para esse tipo de clima, fininhos (para encontrar tração abaixo da camada de neve) e com pequenos pregos presos à banda de rodagem (para conseguir aderência sobre o gelo). Obviamente, há anos em que o frio não coopera e a camada de neve é muito fina, com os carros passando se transforma em uma lama na qual você escorrega de tentar andar a pé, imagine dirigir qualquer coisa nesse piso...

 

O atual campeão e vencedor da primeira etapa Sebastian Ogier (VW) largou na frente, mas cometeu um erro logo no primeiro dia e saiu da pista, ficando atolado em um banco de neve. Perdeu diversas posições, mas terminou o dia em um bom nono lugar. Quem aproveitou a oportunidade foi o seu companheiro de equipe, o Latvala, que assumiu a liderança para não mais a perder. Sim, é isso mesmo: dessa vez Latvala conseguiu domar sua fúria ao volante, não cometeu erros e terminou a prova na liderança, 53 segundos à frente do jovem Andreas Mikkelsen (também de VW) e quase 1 minuto à frente do Mads Østberg (não me perguntem a pronúncia desse O com barra no meio, também conhecido como conjunto vazio nas aulas de matemática), com Citroën. O melhor piloto daqueles que não correm por equipes com apoio oficial de fábrica foi o Hirvonen, com seu Fiesta com apoio semioficial (outro termo difícil de explicar...), que ficou a quase 2 minutos e meio do Latvala em quarto lugar. Ogier, correndo pensando na pontuação do campeonato, ainda terminou em sexto lugar, quatro minutos e meio atrás do líder.

 

Latvala é um piloto que já fez por merecer uma série de apelidos jocosos, inclusive por parte desse vosso colunista, devido à sua imensa atração pelo lado de fora da pista. É um dos pilotos mais rápidos da atualidade, em termos de velocidade pura acredito que é um dos poucos que consegue rivalizar com o mito Sebastian Loëb. Só que o Loëb fazia aquilo tudo que fazia sem sair da pista e sem se envolver em acidentes em pelo menos 9 de cada 10 ralis, e o Latvala tem esse estranho hábito de “take a walk on the wild side”, como diria Lou Reed. Mas é um grande piloto, rapidíssimo, só precisa aprender a controlar seu ímpeto.

 

Tivemos no meio da semana os testes coletivos da MotoGP em Sepang, na Malásia, e embora as motos da Honda tenham sido as mais rápidas (com Marc Márquez à frente de Dani Pedrosa), as Yamahas não ficaram muito atrás não, demonstrando que ao menos no que diz respeito às primeiras posições teremos uma temporada com grandes disputas na categoria máxima da motovelocidade. Seria bom para o espetáculo grids com mais de 20 motos, mas aí reconheço que estou sendo um pouquinho exigente demais... Não serve de desculpa, mas os principais mercados europeus de motocicletas (Espanha e Itália) estão em crise, o que acaba afugentando o patrocinador que quer mostrar sua marca para o público que gosta de motocicletas.

 

Por fim, eu gostaria de não ter que comentar esse tipo de coisa, mas vai lá: o piloto brasileiro Pedro Piquet, 15 anos, filho do tricampeão Nelson Piquet, que é um contumaz crítico do modelo de gestão adotado pela CBA, teve a sua licença especial para correr na Toyota Racing Series cassada pela CBA. Essa categoria é da Nova Zelândia, e é um daqueles degraus de acesso para a Fórmula 3. Sua idade mínima para participação é de 16 anos, mas desde que a entidade ao qual o piloto está filiado forneça uma autorização especial, é possível disputar com 15 anos. Diversos pilotos correm com esse tipo de autorização. Pois bem, a licença concedida ao Pedro Piquet foi cancelada quando ele se preparava para disputar a 3ª etapa do campeonato. Onze dias após, corrida perdida e às vésperas de outra etapa, a CBA publicou semana passada em seu site uma carta de desculpas ao Pedro Piquet, dizendo que houve um ato equivocado e que ficaram consternados com isso. Gostaria muito de dar um voto de confiança à entidade e acreditar que tudo o que está no comunicado é a mais pura verdade, mas...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini