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Daytona's Party PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 26 January 2014 18:10

Olá leitores!

 

O grande assunto desse final de semana foi a tradicional corrida das 24 Horas de Daytona, um dos 3 grandes eventos da pista durante o ano – os -outros dois são a etapa de abertura da Nascar, a Daytona 500, e a Daytona 200, tradicional evento motociclístico. A prova de 24 horas existe desde o começo dos anos 60 e ocorre anualmente entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro, sendo que não é incomum ela coincidir com a data de outro grande evento esportivo norte americano, o Super Bowl do futebol americano. Como os fãs da bola oval não necessariamente também curtem automobilismo, o problema é por conta das emissoras de TV que fazem as transmissões dos eventos.

 

Cabe lembrar que as 24 Horas e a Daytona 200 são disputadas utilizando o circuito “misto”, na verdade praticamente o oval inteiro com um trecho sinuoso com entrada logo após os boxes e saída na entrada da 1ª curva do oval, com uma chicane nos moldes da antiga Bus Stop de Spa-Francorchamps (só que muito mais larga) antes da curva 3 do oval (um dia eu entenderei essa mania do norte americano de considerar uma curva do oval como sendo duas, a primeira metade sendo a curva “ímpar” e a segunda a curva “par”). Inclusive há regras de ultrapassagem, já que existem carros de categorias e potências diferentes, com os carros mais lentos sendo instruídos a correr pela parte “de baixo” das curvas inclinadas do oval para os carros mais rápidos passarem pelo lado “de cima”, mais próximo ao muro.

 

Esse ano tivemos um bom número de brasileiros participando, 12 ao total, em um total de 150 pilotos inscritos. Na categoria mais rápida, a Prototype (fusão dos LMP2 com os Daytona Prototype) tivemos Tony Kanaan, Christian Fittipaldi e Oswaldo Negri, vencedor da etapa de 2013. Gabriel Casagrande, Júlio Campos, Bruno Junqueira e Raphael Matos correram na Prototype Challenge (antiga LMPC). Na GTD (Gran Turismo Daytona) tivemos um carro correndo apenas com brasileiros, uma Ferrari 458 Italia com Xandinho Negrão, Daniel Serra, Marcos Gomes e Chico Longo, e o Augusto Farfus completando a esquadra brasileira.

 

Logo nas primeiras horas de corrida aconteceu um acidente que em outros tempos teria tido pelo menos uma morte como saldo: o piloto Memo Gidley (correndo com um Corvette da categoria Prototype) tentava se livrar de um carro mais lento de outra categoria e não percebeu a Ferraro do Matteo Malucelli andando devagar pela borda da pista com problemas de motor. Gidley desviou exatamente para o lado da pista onde estava o Malucelli e o acertou em cheio, com uma diferença de velocidade superior a 150km/h, pelo menos. Malucelli saiu andando do carro, mas a bandeira vermelha foi acionada para retirar Memo Gidley dos restos do protótipo, sendo levado para o hospital.

 

Na categoria principal houve um massacre dos Corvette Prototype, que fizeram os 4 primeiros lugares com certa folga. Falando dos brasileiros, o melhor brasileiro foi o Christian Fittipaldi, que fez parte do trio do carro vencedor, o nº 5, junto com o português João Barbosa e o francês Sebastian Bourdais. Na Prototype Challenge o Raphael Matos terminou em 3º na categoria, e na GTD o melhor foi o Augusto Farfus, que terminou em 8º na categoria com o seu BMW Z4.

 

E para os fãs de Fórmula 1 não acharem que comissário de pista sem noção existe só na categoria principal do automobilismo, tivemos na última volta da corrida uma dura disputa de posição entre um Audi e uma Ferrari da categoria GTD. No miolo do circuito, o Audi emparelhou com a Ferrari e avançou meio carro em relação ao rival, só que a curva seguinte era para a esquerda – lado onde estava posicionada a Ferrari. Os carros não se tocaram, mesmo sendo uma curva veloz e razoavelmente estreita, só que o Audi na saída da curva foi parar na grama. Os “jênios” dos comissários enxergaram dolo do piloto italiano que pilotava a Ferrari e o puniram com perda de tempo na classificação final, caindo de 1º para 4º na categoria... fica a lição: se é para ser punido, jogue maldosamente o adversário para fora da pista, pois se você agir com intenção de jogar o outro ou não os comissários irão te punir do mesmo jeito, então que o seja por algo que verdadeiramente fez. Esse povinho precisa aprender que carros de turismo e protótipos não são fórmulas (que por lá recebem uma denominação bem interessante, open wheelers, muito mais apropriada a meu ver) e que nessas categorias o automobilismo pode ser um esporte de contato.

 

Essa semana também tivemos a apresentação de alguns dos novos carros da F-1 para esse ano, com a Force India, Lotus, Mercedes, Ferrari e Sauber mostrando suas “obras de arte” para a temporada 2014. Lembram quando começaram a aparecer os carros com “degrau” no bico e o pessoal – merecidamente, diga-se de passagem – fez grandes críticas à estética dos carros? Pois é, começo a achar aqueles carros até simpáticos em relação aos modelos 2014. O da Lotus, por exemplo, visto de cima parece uma tomada padrão americano – e ainda é assimétrico. Os aerodinamicistas devem ter uma ótima explicação para isso, mas o negócio é feio. O carro da Mercedes, então, parece aquele macaco narigudo da região de Bornéu, o “Nasalis larvatus”. De doer a vista. A Ferrari fez o molde de um bico convencional, aí o responsável pela maquete apoiou o braço em cima dele e deformou, o responsável pela aerodinâmica deve ter achado legal, e ficou assim mesmo, parecendo um daqueles sopradores que americano usa no quintal de casa, ou um bagre. Sei que o Comendattore Enzo Ferrari dizia que “carro bonito é o que vence corridas”, mas não precisa também avacalhar... esses modelos vão ter que vencer muitas corridas para merecerem escapar da classificação de “medonhos”.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Last Updated ( Sunday, 26 January 2014 18:16 )