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Dakar: tradição e emoção PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 05 January 2014 18:25

Olá leitores!

 

Como de costume, o ano se inicia com aquela que deve ser a última grande aventura do ser humano: o rali Dakar. Tudo bem que não tem mais o charme da largada na Cidade Luz com vista para a Torre Eiffel, mas os desertos da América do Sul não deixam nada a dever em termos de desafio e dificuldades aos desertos do norte da África. E as terras sul americanas ainda apresentam desafios desconhecidos pelo Saara: essa edição, por exemplo, passará pela primeira vez pela Bolívia e passara pelo salar de Uyuni. Um salar é um deserto de sal, criado a partir de um lago salgado pré histórico que secou. No caso desse salar tem outro desafio desconhecido da época africana do rali, a altitude de cerca de 3.700m. Enfim, acredito que o que se perdeu em charme se ganhou em desafio – e convenhamos, esse é o verdadeiro espírito da coisa, o desafio.

 

Desafio está na gênese dessa competição, criada como cumprimento da promessa feita por Thierry Sabine em 1977, quando estava perdido no deserto da Líbia quando participava do rali Abdijan – Nice com moto. Ele queria partilhar a beleza do deserto, e criou uma competição que partia de Paris, desembarcava na Argélia, passava por Agadez e terminava em Dakar. O deserto não gosta de ver os seus distantes, e Thierry acabou morrendo a bordo de um dos helicópteros de resgate em 14 de janeiro de 1986. Cumprindo seu desejo, suas cinzas foram espalhadas pelo deserto e seu pai decidiu pela continuação da prova daquele ano, decisão acatada pela organização do rali, que já era feita pela TSO (Thierry Sabine Organisations). A partir de 1994 a organização passou para a ASO (Amaury Sports Organisation)

 

Com o passar dos anos a competição passou a não necessariamente largar de Paris e também não necessariamente chegar em Dakar. Tivemos largadas em Granada, Barcelona, Clermont-Ferrand, Lisboa, até mesmo na própria cidade de Dakar (em 1997), chegadas na Cidade do Cabo (África do Sul) e no Egito, sempre tendo em vista a necessidade de apresentar caminhos que não fossem rigorosamente os mesmos a cada edição. A mal fadada edição de 2008, cancelada por falta de segurança na Mauritânia (nos dias que antecederam a corrida, 4 cidadãos franceses e 3 militares da Mauritânia foram assassinados por militantes contrários ao governo, e o Ministério das Relações Exteriores da França desaconselhou fortemente que se entrasse no país africano depois que as autoridades francesas descobriram planos dos terroristas em atacar a caravana do Dakar), por exemplo, partiria de Lisboa. Desde 2009 que o rali se desenrola em território sul americano, e as 3 primeiras edições tiveram largada e chegada em Buenos Aires, sendo que o dia de descanso no meio do rali sempre foi em território chileno (afinal, convenhamos que após sofrer um bocado no deserto é merecido descansar em locais como Valparaiso e Antofagasta, embora em 2011 tenham descansado em Arica). Em 2012 o rali saiu de Mar del Plata e terminou em Lima, no Peru, e em 2013 largou em Lima para terminar em Santiago, capital chilena.

 

Uma coisa muito legal do Dakar é a participação dos pilotos de equipes particulares. Evidentemente a vitória deverá ficar na mão de alguém das equipes com apoio de fábrica, ou no mínimo semioficial... mas dá gosto de ver a lista dos participantes privados. Analisar a classificação geral da prova de 2013 dá bem uma ideia dessa diversidade automotiva. Vamos desde protótipos (como o Hummer com tração traseira do Robby Gordon e dos diversos buggies construídos para off-road) até carros que participaram de edições anteriores com equipes oficiais que abandonaram a competição (caso dos BMW X3 e X5 CC).

 

A competição permite que se corra com motos, quadriciclos, carros e caminhões, com classificação em separado, e no caso dos três primeiros com diversas categorias baseadas em combustível, tração e cilindrada do motor.

 

A participação brasileira começou nos anos 80, com a dupla André Azevedo e Klever Kolberg correndo com as míticas Yamaha XT 600 Ténéré (nome dado pela fábrica justamente devido ao sucesso das primeiras XT 500 nas competições efetuadas nesse deserto norte africano). Já tivemos competidores em motos, carros e caminhões, mas para a edição 2014 estaremos representados apenas pela equipe da Honda (pilotos Jean Azevedo e Dário Júlio) nas motos e nos carros pela equipe Mitsubishi (duplas Guilherme Spinelli / Youssef Haddad e Reinaldo Varela / Gustavo Gugelmin), que utilizarão o modelo ASX devidamente adaptado. Vamos torcer para que terminem a prova sem punições, o que já costuma garantir uma boa classificação.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini