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A hora de parar PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 20 December 2013 00:47

Caros amigos, quando um grande piloto anuncia que está deixando o automobilismo, uma sensação de perda toma conta do ambiente daqueles que conviveram com ele pelo tempo em que ele foi um dos protagonistas do espetáculo da velocidade. Este vai ser – apesar de alguns dos leitores contestar – o caso de Alan McNish, agora ex-piloto da Audi.

 

O escocês de 44 anos, três vitórias nas 24 horas de Le Mans e .... GPs de Fórmula 1 (neste caso, sem nunca ter tido um carro à altura para mostrar o seu talento), pode ser considerado um dos melhores desenvolvedores de carros dos anos 90. Em suas mãos, diversos projetos tomaram corpo e se tornaram vencedores. Vencedores como Alan. Contudo, não posso deixar de perguntar: Estaria Alan McNish parando de correr precocemente ou ele teria tomado a decisão certa, deixando a cena em seu melhor momento, como campeão do mundo?

 

Quando se faz algo com muita paixão – e qual piloto não é extremamente apaixonado pelo que faz – não deve ser nada fácil deixar de fazer aquilo que tanto ama, mas em dado momento, o corpo e a própria mente não conseguem mais acompanhar as necessidades que aquela atividade exige do seu praticante. A dúvida é: parar no auge, antes mesmo do primeiro sinal de que a “curva descendente” tem o seu início, ir até surgirem os primeiros “sinais” destas dificuldades ou prolongar a permanência nas pistas até não mais poder?

 

A história tem diversos exemplos de pilotos que, digamos, souberam a hora de parar e outros que foral até onde não mais podiam. A velha ilha – a Inglaterra – tem exatamente estes dois lados da moeda. Basta ver o que ocorreu na primeira metade dos anos 70, quando dois bi campeões do mundo alinharam seus carros para a disputa da temporada de 1973.

 

Nas primeiras filas do grid a presença de Jackie Stewart e sua Tyrrell era uma constante. Ele venceu um terço das quinze corridas, conquistando o seu terceiro título. Na outra ponta do grid, um outro bi campeão alinhava uma modesta “Embassy”, com um chassi Shadow e motor DFV Cosworth: Graham Hill partia para a disputa de sua décima sexta temporada, aos 44 anos de idade, em um tempo que não havia nada em termos de preparação física se comparado aos dias de hoje.

 

O último pódio conquistado por Graham Hill foi a sua quinta vitória no GP de Mônaco, na temporada de 1969, que terminou na sétima colocação, ano do primeiro título Jackie Stewart, que foi companheiro do próprio Graham Hill em seu ano de estreia. Os melhores resultados de Hill foram um 9º lugar na Bélgica (com 5 voltas de atraso em relação ao vencedor, Stewart) e um 10º lugar na França (uma volta atrás do vencedor, Ronnie Peterson).  Nenhum ponto marcado.

 

No final da temporada de 1973, Jackie Stewart já estava decidido a encerrar a carreira, só não esperava fazê-lo da forma que fez, com a equipe se retirando da corrida após a tragédia que ceifou a vida de seu jovem companheiro de equipe, o francês François Cevert, que vinha sendo preparado para ser o primeiro piloto da equipe no ano seguinte.

 

Enquanto Jackie Stewart deixava os carros da categoria, Graham Hill continuava na categoria. Naquele ano de 1974, marcou seu último ponto, com o sexto lugar no GP da Suécia. Até sua trágica morte, em um acidente de avião, em 1975, chegou a disputar provas neste ano. Graham Hill era um personagem estimado por todos, mas era um arremedo do grande campeão.

 

Outros dois casos merecem ser citados como emblemáticos. Em ambos os casos, os pilotos abandonaram a Fórmula 1... e voltaram alguns anos depois.

 

O primeiro personagem é Andreas Nikolaus Lauda. Após conquistar dois títulos mundiais, “nascer novamente” após o acidente em Nurburgring, “dar uma banana” para o Comendador Enzo Ferrari e ter ido para a Brabham de Bernie Ecclestone, o austríaco parecia ter “perdido o ímpeto de campeão” em algum lugar no passado e, depois de 30 corridas na equipe, anunciou sua saída da categoria antes mesmo do final da temporada.

 

Lauda ficou dois anos longe das corridas, mas voltou para as pistas para socorrer financeiramente a sua companhia aérea, a Lauda Air, e acabou por ser o protagonista do desenvolvimento de um projeto vitorioso: o do McLaren Porsche, que dominou as temporadas de 1984 e 1985, tendo ainda conquistado pelas mãos de Alain Prost o título do ano seguinte.

 

Em 1982, no ano de sua volta, ainda com o motor Ford Cosworth, aspirado, conquistou duas vitórias, mas no ano seguinte, durante o desenvolvimento do motor turbo da equipe – que só fez sua estreia no GP da Holanda – A dupla da equipe (John Watson era o companheiro do austríaco) sofreu contra os fortes motores turbo de Renault, Ferrari e Brabham. Contudo, a corrida de encerramento da temporada mostrou uma McLaren rápida e forte.

 

Niki Lauda pilotou como nos melhores anos de sua carreira em 1984, e conquistou o seu terceiro título. Disputou ainda mais um campeonato pela McLaren, vencendo o GP da Holanda antes de se retirar em definitivo.

 

O outro personagem é o maior vencedor de todos os tempos (por enquanto), Michael Schumacher. Depois de ter conquistado cinco títulos consecutivos, a juntar-se aos dois conquistados nos tempos de Benetton, conquistando 91 vitórias em 250 GPs, uma marca assombrosa e um dos melhores “averages” da história.

 

O alemão retirou-se da categoria ao final da temporada de 2006, quando passou a divertir-se em corridas de motocicletas, de kart e buscando outras formas de elevar seu nível de adrenalina no metabolismo corporal. Talvez tenha sido uma “overdose” que o levou a negociar uma volta para a Fórmula 1 em 2010, para pilotar pela Mercedes.

 

De uma certa forma, talvez o alemão achasse estar “em dívida” com a montadora que o projetou nos tempos do campeonato mundial de protótipos onde Schumacher destacou-se ao lado de Karl Vendlinger e Heinz Harald Frentzen. Correr eu sua “velha casa” talvez fosse uma “forma de agradecimento”, talvez ele apenas não conseguiu ficar longe, ou mesmo foi uma ordem da esposa, Corina, que ele voltasse para a categoria antes que se matasse em quedas de motocicleta.

 

Schumacher disputou três temporadas (2010, 2011 e 2012) em seu retorno... e não foi nem sombra do piloto que não tinha adversários nos seus anos de Ferrari. Foram 58 grandes prêmios, nenhuma vitória e apenas um pódio, em 2012, no GP da Europa, em Valência. Michael Schumacher deixou a equipe sem glória, superado sistematicamente pelo jovem Nico Rosberg.

 

Não justo julgarmos as atitudes de nenhum destes grandes campeões, mas refletir e trazer isso para as nossas vidas.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Com a aposentadoria de Alan McNish, abre-se uma vaga no carro campeão da Audi e não há como não especular sobre a possibilidade de Lucas Di Grassi passar a ser o piloto que comporia o time, tendo assim, a chance de disputar toda a temporada do mundial de endurance em 2014 e ter uma possibilidade mais concreta de vencer as 24 horas de Le Mans. Vamos torcer!

 

A Red Bull estaria apertando o cinto ou foi uma questão de qualidade? A equipe austríaca cortou pela metade o número de integrantes em seu “programa de jovens pilotos”. Pierre Gasly, Carlos Sainz Jr. e Alex Lynn formarão o time do programa para 2014. Tom Blomqvist, Beitske Visser e Callan O’Keeffe perderam o suporte da energética equipe. Já o lusitano Antônio Felix da Costa, que não tinha mais o que crescer, vai ser piloto da BMW no DTM no ano que vem, mas também será “reserva” da equipe, mas fora do programa.

 

Dos três membros para o ano que vem, Carlos Sainz Jr. é o único remanescente do “Red Bull Junior Team”. Apoiado pela fabricante de energéticos desde que deixou o kartismo, o espanhol disputou a GP3 em 2013, mas teve sua performance ofuscada pelo russo Daniil Kvyat. Ele será piloto da Dams na World Series, entrando no mesmo carro que levou Kevin Magnussen ao título.

 

Pierre Gasly, o campeão da F-Renault Europeia, já havia anunciado como membro do programa da equipe austríaca para 2014 antes mesmo do anúncio do corte. Ele também vai disputar a World Series, mas na equipe Arden, que teve em 2013 o português António Félix da Costa.

 

Depois de vencer o GP de Macau de F3, Alex Lynn era uma aposta fácil para continuar com a equipe Prema e tentar conquistar o título da F3 Europeia no ano que vem. Contudo, graças ao convite da Red Bull, o piloto irá disputar a temporada da GP3 pela equipe Carlin.

 

Em mais um sinal de que a coisa anda mesmo preta para os lados da ‘Nega Genii’, Gerard López, CEO do grupo, afirmou que já pagou uma parte da dívida da equipe com o Kimi ‘tomotodas’ Raikkonen, mas ainda não conseguiu quitar a dívida. López reclamou da imprensa, por conta dos valores que andaram sendo divulgados recentemente.

 

A chegada de ‘nuestro hermoso volante bolivariano’, Pastor Maldonado e seus petrodólares vai aliviar as contas a pagar, mas sem o dinheiro da “Quandun” que ninguém sabe “quandun” chega e SE chega, a coisa vai ficar pior para os lados da equipe, que já perdeu uma boa parte de seu quadro técnico.

 

Por falar em coisa preta, A Pirelli realizou três dias de testes no circuito do Bahrein com o objetivo de desenvolver os pneus de 2014. A Comissão de F1 concedeu à fabricante italiana uma sessão extra de atividades por questões de segurança, especialmente, antes do início da próxima temporada.


Todas as 11 equipes foram convidadas a participar dos treinos, mas apenas quatro aceitaram o convite: Red Bull, Ferrari, Mercedes e Toro Rosso. Todas vão utilizar os carros de 2013 dos trabalhos em Sakhir neste importante passo do programa técnico conduzido pela fornecedora italiana para encontrar pneus com compostos e construção adequados para os novos carros.

 

As “cobaias” dentro dos carros foram Sebastien Buemi (Red Bull), Paquito Rosberg (Mercedes), Pedro de la Rosa e Jules Bianchi (Ferrari) e Jean-Éric Vergne e Daniil Kvyat (Toro Rosso) e no último dia dos testes – feito a portas fechadas –  foi o piloto da Mercedes que passou por um grande susto.

 

Pelo Twitter, Paquito Rosberg entregou as pregas: “Acabei de rodar a 320 km/h na reta do Bahrein porque meu pneu estourou sem aviso. Graças a isso, preciso usar papel higiênico agora”!  Depois da “derrapada”, pouco depois, a mensagem foi excluída. Após o ocorrido, a Mercedes encerrou sua participação no teste, alegando que seria preciso fazer reparos no carro e não havia mais tempo hábil para isso.

 

A fabricante está trabalhando dentro de uma linha mais “conservadora”, para evitar que sua imagem seja – mais – denegrida do que já o foi devido aos problemas ocorridos ao longo do ano de 2013, mais do que nos anos anteriores, quando ela atendeu ao pedido da F1 e fez um composto de baixa durabilidade.

 

Este foi o último teste de pista da F1 de 2013. A próxima ida de carros para a pista, que só voltarão a rodar no final de janeiro de 2014... e Jenson Button anda “ansioso” pelo que vem por aí. O campeão de 2009 a combinação das baixas temperaturas de Jerez de la Frontera em janeiro, com a mudança para os motores para V6 turbo e os já esperados problemas de confiabilidade vão movimentar o primeiro teste com os novos bólidos. Button disse que os testes tem tudo para serem hilários por conta da combinação dos fatores todos e das mudanças no regulamento.

 

E a última vaga com alguma relevância para o grid ficou com quem já estava: Esteban “Gutierros” continua como piloto da Sauber uma vez que os russos que bancariam o jovem Sergey Sirotkin não cumpriram com os compromissos financeiros e o piloto vai continuar como piloto de testes da equipe. Agora, as vagas restantes são as das nanicas.

 

E o autódromo de Brasília, que deve entrar em uma profunda reforma, no melhor estilo do congresso nacional, já recebeu uma “emenda”. Só que esta para o bem!

 

Roberto Pupo Moreno pediu ao Governador de Brasília, Agnelo Queiroz, a adequação do Autódromo Internacional Nelson Piquet para receber provas de Fórmula 1 e Fórmula Indy.

 

No pré-projeto apresentado, o autódromo terá uma pista principal no sentido anti-horário com cerca de 5 km, com uma reta de 1 km, e pelo menos mais quatro opções de traçados, inclusive com possibilidade de utilização simultânea para eventos diversos.

 

Segundo o sorridente presidente da CBA, as obras começariam ainda em dezembro, mas pelo visto, não começaram e, com a tal emenda, vamos ver pra quando ficar se fica. Tomara que sim, porque a ideia é boa.

 

O que não ficou bom foi o primeiro campeonato brasileiro de turismo, categoria de acesso da Stock Car. Em uma corrida acidentada, cheia de batidas nas traseiras, a bandeirada foi dada para  Marco Cozzi, que se sagraria campeão com as colocações que estavam na pista.

 

O problema é que choveu protestos por conta das batidas e depois, com as penalidades que a Direção de Prova aplicou, o título mudou de mãos, indo para Felipe Fraga, que subiu de 7º para 5º posição que o deixava com um ponto de vantagem sobre Cozzi.

 

Mas a equipe Carlos Alves – time do Cozzi – entrou com recurso na Confederação Brasileira de Automobilismo.  E a CBA declarou o resultado sub judice da prova. Ou seja, até que o caso seja julgado não é possível declarar campeão oficialmente.

 

E as coisas estavam indo tão bem...

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva