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A CBA está cumprindo o seu papel? (1ª parte: Pilotos e Imprensa) PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 25 November 2013 02:55

Há décadas, entra presidente, sai presidente, a Confederação Brasileira de Automobilismo é alvo de críticas. As vezes mais duras, em outros momentos nem tanto, mas sempre sob críticas. A CBA tem cumprido ou deixado de cumprir o seu papel como órgão gestor do automobilismo brasileiro? As críticas tem fundamento? São infundadas? O que a CBA pode, precisa ou deveria fazer para realmente cumprir seu papel?

 

Lito Cavalcanti – Comentarista de automobilismo do Sportv.

 

Muitas das críticas que foram e são feitas à CBA, no passado e no presente, tem fundamento, mas – de um modo geral – ela tem cumprido seu papel, embora em alguns pontos venha deixando a desejar.

 

Não podemos negar que no momento temos visto algumas iniciativas até positivas que estão começando a frutificar, contudo o longo período de inércia e isso é pura e exclusivamente culpa da CBA que não vem a público e expõe quais são as suas dificuldades, suas limitações, que sejam técnicas, quer sejam orçamentárias e nesta hora o que aparece são as coisas mal feitas ou as coisas não feitas.

 

A partir do momento que a CBA deixa de fazer algo ou peca na execução de um projeto e por qualquer motivo deixa de dar uma explicação, uma satisfação ao seu público, que são os pilotos, os promotores de categoria, os chefes de equipe e seus mecânicos e aí surgem as críticas, porque as pessoas nãosabem que dificuldades a CBA enfrentou.

 

Eu não estou aqui questionando a seriedade ou a honestidade das pessoas que fizeram e fazem a CBA, mas quando os resultados de alguma ação deles que lá estão não aparece e não há uma nota oficial, uma tentativa ou justificativa, as críticas vem e por vezes de forma mais dura do que deveriam vir. E aí neste aspecto, ele deixa de atender o que se espera da CBA.

 

Enquanto a CBA não se expor, não deixar claras quais são suas dificuldades e o que ela quer  como entidade, vai ser muito difícil ser compreendida, ter apoio e conseguir unir todos que querem ver e fazer um automobilismo mais forte em torno dela. Hoje vemos o automobilismo brasileiro diminuindo. São categorias encerrando atividades, Grids menores a cada ano na maioria das que permanecem, vem perdendo novos valores, apesar do kart ter melhorado um pouco, o jovem kartista ainda se vê sem ter para onde ir.

 

Timidamente a CBA começa a traçar um rumo, tomar medidas positivas como o incentivo à Fórmula Junior, no rio Grande do Sul, como a reforma do autódromo de Goiânia, onde a CBA está participando técnica e financeiramente, são coisas que estão acontecendo apenas no segundo mandato. A partir do momento que você gere uma atividade tão grande e que não dá satisfação de seus atos como foi o primeiro mandato, você dá margem às críticas e a CBA deu margens à estas criticas que veio sofrendo nos últimos anos.

 

Sergio Jimenez – Piloto da Stock Car e do Mundial FIA GT.

 

Eu estou no automobilismo há 20 anos e não é fácil fazer automobilismo no pais do futebol, mas a gente não desiste. O papel da CBA é algo muito complexo, mas o que tenho visto é que, de um tempo pra cá ela tem se mostrado mais aberta a ouvir o que as pessoas que fazem automobilismo, pilotos, chefes de equipe, promotores, pessoas mais experientes tem a dizer.

 

Ela tem seguido um exemplo da FIA, que é a colocação de um piloto junto com os comissários para analisar e decidir nos casos em que é necessário uma decisão sobre algo que ocorreu na pista e, as vezes, o comissário é alguém que nunca correu ou pouco correu e ele vai tomar uma decisão e o risco de errar é grande. Ter um piloto com eles ajuda. Investir na formação e aperfeiçoamento dos comissários seria algo muito importante para a credibilidade das decisões e para evitarmos tantos protestos.

 

Eu acho que eles estão tentando fazer o melhor e não acho que eles errem, quando erram, por maldade ou querendo prejudicar alguém. Eu acredito que eles tem esta preocupação em fazer a coisa certa, do contrário, não teremos mais automobilismo e aí não terá mais uma CBA e federações. Certamente não é isso que eles querem, muito pelo contrário.

 

Uma coisa que sempre será necessário é o investimento nas categorias de base, principalmente no kart. Ter uma empresa que entre como parceira em projetos para desenvolver mais o esporte, encontrar meios de baixar os custos dos equipamentos, diminuir o valor das inscrições e mesmo nas categorias já estabelecidas a gente ter como importar equipamentos a um custo mais baixo e isso seria algo importante de se conseguir com atuação política.

 

Clovis Grelak – Proprietário da Grelak Comunicação, assessoria de imprensa de diversas categorias do automobilismo e motociclismo no país.

 

As críticas tem fundamento “a partir da página três”. No seu papel de dar suporte e organização ao esporte automobilismo no Brasil ela peca e peca muito. As taxas cobradas por ela para que as categorias possam existir e se manter são caríssimas. São valores muito além da realidade do automobilismo brasileiro, nem tanto pela capacidade dos promotores de arcar com as taxas, mas pelas contrapartidas que a CBA dá aos promotores.

 

Como bem foi falado na pergunta, há tantas coisas erradas e há tanto tempo, e para quem está envolvido com o automobilismo há 20 anos como eu e que viu tudo que foi feito de errado nas gestões do Reginaldo Bufaiçal, do Paulo Scaglione e agora nas gestões do Cleyton Pinteiro que eu me sinto muito incomodado, muito desconfortável para falar sobre o assunto.

 

Automobilismo é meu meio de vida como dono de agência de comunicação e ver as coisas que a gente vê, muitas vezes desanima e a gente só não para com isso porque é o trabalho da gente e depois de tanto tempo vendo, questionando, criticando e vendo certas coisas não mudarem, isso deixa a gente exaurido, a gente desiste e deixa rolar.

 

É claro que nem tudo é ruim, nem todas as pessoas que estão envolvidas com a gestão do automobilismo brasileiro são ruins, mas para mudar isso que está aí tinha que haver gente como vocês que fazem o site dos Nobres do Grid, que fazem o trabalho de vocês com diletantismo e com amor pelo que faz, sem apego por cargos, títulos e dinheiro. Renovando-se, reinventando-se, ouvindo as pessoas que querem o automobilismo melhor e fazendo o que tem que ser feito sem buscar ganhos e benefícios pessoais em troca.

 

Flavio ‘Nonô’ Figueiredo – Piloto da Stock Car e Consultor Técnico da Porsche GT3 Challenge Cup.

 

O papel da da CBA é o de regular o esporte. Regular, fomentar, controlar. Se tem gente fazendo algum tipo de crítica, se está insatisfeito com alguma coisa, esta crítica tem que ser conhecida. Eu acho que os dirigentes da CBA tem se esforçado para fazer com que as suas atribuições sejam cumpridas e é um trabalho que nem sempre aparece e nem sempre é reconhecido.

 

A CBA pode melhorar em seu desempenho para fazer com que seu papel seja cumprido? Claro que sim! Tudo pode melhorar. O importante é que haja um planejamento, com objetivos bem traçados para que se faça um bom trabalho. Erros todo mundo comete e nisso podemos colocar todos nós: pilotos, equipes, dirigentes, promotores, mas o importante é se aprender com os erros, buscar corrigi-los e fazer um esporte melhor.

 

Para que se faça um trabalho melhor é preciso haver um canal de comunicação bom, constante e efetivo entre a CBA e os pilotos, os promotores e com isso possamos nos ajudar para que as coisas dentro do automobilismo melhorem sempre.

 

Teo José – Jornalista e Locutor da Rede Bandeirantes.

 

Não é preciso aprofundar muito para ver o quanto de coisas estão erradas no automobilismo brasileiro que vive hoje o seu pior momento. Independente das críticas que outras pessoas tenham em relação a CBA, a minha visão é de que a entidade como ela está não incentiva, nem apoia em nada as categorias que estão tentando começar, as que deveriam nascer ou as iniciantes que tentam se estabelecer.

 

Quando eu comecei no automobilismo, em 1990, o Brasil tinha uma força muito grande na Fórmula 3 sulamericana que era uma grande categoria continental, que projetava pilotos para a Europa. Havia também a Fórmula Ford, a Fórmula Chevrolet, depois veio a Fórmula Renault e hoje a gente não tem nada disso. Temos categorias que vem e vão, que não se firmam, muitas categorias feitas para pilotos pagantes, gente que faz do automobilismo um hobby, a Fórmula 3 está aí, definhando e a situação do Rally é uma ilusão, pois a competição mesmo não existe, o que temos é um monte de gente que pega seu jipe, sua pickup 4x4 e vai “brincar de Rally” no final de semana. O kart andou dando sinais de recuperação, mas não tem mais a mesma representatividade, a mesma projeção que tinha no passado, onde tivemos pilotos disputando o título mundial da categoria.

 

A realidade do automobilismo brasileiro hoje é a dependência da força e do profissionalismo de alguns dos promotores que, junto com seus patrocinadores, e no caso da Fórmula Truck, que tem um grande apoio popular e da Stock, que conta com o suporte de uma grande emissora de televisão, vão conseguindo se manter.

 

A parte esportiva e jurídica da CBA nunca esteve tão mal como agora, com punições e decisões questionáveis, muitas delas injustas, e os problemas das punições que não são aplicadas por conta de liminares e efeitos suspensivos. Tem o problema do doping, que a legislação adota a mesma do esporte olímpico e isso não se pode considerar aplicável para o automobilismo, uma vez que um piloto que venha a tomar um anabolizante é punido com dois anos de suspensão e um período deste tamanho para uma substância que vai ajudar um piloto no que? Se uma piloto mulher toma um medicamento para uma cólica menstrual antes de uma corrida e tem uma substância lá que é proibida e ela vai tomar dois anos de suspensão e isso é mais um problema que a CBA, ao invés de criar uma norma, um regulamento, usa um já pronto, que não é compatível com o que envolve o esportista que pratica o automobilismo.

 

A CBA não cumpre seu papel como apoiadora do automobilismo, e aí distingue-se apoio de criadora. A CBA não tem que criar categorias, mas sim apoiar, dar condições para que elas existam e se fortaleçam, se solidifiquem... e isso ela não faz. Além do que, algo que ela já deveria ter feito há muito tempo é acabar com esta coisa de presidentes de federações e da própria confederação se perpetuarem no poder e fazer vista grossa para as irregularidades nas federações estaduais. De acordo com o estatuto da própria CBA, se formos auditar as federações estaduais, eu duvido que tenham mais de 5 federações realmente regulares e dentro das normas para funcionar.

 

Cacá Bueno – Piloto da Stock Car e do Mundial FIA GT.

 

No meu entender a CBA é inoperante. Ela deixa de cumprir o papel dela. Ela deveria normatizar o esporte, cuidando dos interesses do esporte e daqueles que fazem o esporte, que são os pilotos e as equipes das categorias que correm no país e não trabalhar para o fortalecimento do seu próprio poder. Ela se preocupa em manter sua estrutura política, em manter federações sem nenhuma estrutura, sem competições, sem autódromos, praticamente sem pilotos, mas que votam e que mantém a estrutura como está, sem fazer o que tem que realmente ser feito.

 

A partir do momento que a CBA deixa de cumprir com o que ela tem que fazer, que os seus dirigentes se omitem e muitas vezes deixam de estar presentes em corridas que deveriam estar, o que podemos esperar da CBA? E as coisas não se limitam aqui ao Brasil. Nós perdemos representatividade junto à FIA.

 

Além disso, a CBA não tem feito um trabalho de enorme importância, que seria dar condições para que uma categoria de base depois do kart fosse criada e se fortalecesse e com todas estas falhas e omissões acontecendo, é lógico que virão as críticas. Não seria mais fácil, mais compreensível se eles viessem a público e explicassem o porque de não fazerem as coisas, se eles abrissem as contas e dissessem: “não fazemos porque não temos dinheiro pra fazer”, isso já os poupariam de muitas das críticas que recebem.

 

Aqui no Brasil, recentemente nós vimos o esforço do Felipe Massa em criar uma categoria escola para iniciantes em carros de fórmula. Aqui no Brasil, esta categoria teve que apoio? Na França, que tem categoria de base neste molde, a Confederação deles não só apoia como investe financeiramente na manutenção desta categoria, ela subsidia a categoria e aqui a Fórmula Futuro teve que pagar uma taxa para poder ser homologada.

 

Nossos carros, no caso das categorias de turismo e gran turismo, que deveriam ser reconhecidos como equipamentos para fins esportivos, são classificados e taxados como bem comercial, assim como as peças de reposição e nisso incide os impostos de importação que todo mundo sabe que são absurdos aqui no Brasil. Cadê a Confederação para ir brigar em Brasília para que os equipamentos, os carros, as peças não fossem taxadas como são? Isso deixaria o esporte um pouco mais acessível, desde o kart.

 

O que as federações e a CBA estão fazendo para a manutenção dos nossos autódromos. O autódromo do Rio de Janeiro não existe mais e eu não vejo perspectivas de ver construído o autódromo que eles prometeram em Deodoro. Tem autódromos que tem dificuldades financeiras para se manter e não há apoio ou trabalho para que se criem meios de se manter estes autódromos.

 

A única forma que eu vejo para haver uma mudança, uma transformação da situação que temos hoje seria uma intervenção do Ministério Público e uma mudança completa no estatuto da CBA, com os pilotos elegendo diretamente presidentes de federações e estes estarem comprometidos com os pilotos em representar seus interesses e não interesses políticos. Enquanto esta transformação não acontecer, eu não vejo perspectivas de melhoras.

 

Wagner Gonzalez – Sócio proprietário da Beepress e ex-assessor de imprensa da CBA.

 

Se nós formos partir do princípio que o papel da CBA é o de organizar, supervisionar de defender o esporte, a CBA não tem cumprido o seu papel. E porque não? Porque não se vê nenhum exemplo prático, nenhuma ação concreta neste sentido e nem de corrigir deficiências que continuam existindo no esporte.

 

Falta uma ação mais atuante. Porque a CBA não procura a ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos) para que elas sejam como são na Argentina, os grandes apoiadores do esporte automobilismo. Eles tem o interesse em vender seus produtos e o modelo do passado foi o uso do automobilismo como ferramenta de marketing onde haviam equipes oficiais de fábrica disputando campeonatos.

 

Se olharmos não apenas para a Argentina, mas para outros tantos países do exterior, vemos as montadoras diretamente envolvidas com o automobilismo. Seja na manutenção de categorias monomarcas, seja de categorias multimarcas, seja em programas de formação de pilotos e estas montadoras fazem do automobilismo um laboratório de desenvolvimento. Aqui no Brasil não se vê nada disso.

 

Otávio Mesquita – Piloto da Porsche GT3 Challenge Cup.

 

A bem da verdade, a gente sabe muito pouco do que a CBA faz. Eu, particularmente nunca recebi nenhum informativo deles para saber o que eles estão fazendo. A partir daí já poderiam eles, se eles vão ler ou ouvir o que eu estou falando aqui, pensar em como mostrar o trabalho deles para nós, pilotos, e para a mídia entendermos o trabalho deles.

 

É lógico que entidades como a CBA tem um cunho político muito forte e talvez ela carecesse de ter uma participação mais efetiva de pilotos dentro de sua estrutura para poder agir mais próximo do que é o trabalho dos pilotos.

 

Eu não acompanho de perto o trabalho político da CBA. Sei da importância dela para o automobilismo. Acredito que ela deveria ouvir os pilotos das principais categorias do país para que houvesse uma representação efetiva dos pilotos na entidade, algo que não acontece. Ter numa eleição futura um candidato representando diretamente os pilotos seria algo legal.

 

Reginaldo Leme – Comentarista de automobilismo da Rede Globo e do Sportv.

 

Honestamente, eu acho que não. Eu acompanhei e acompanho de perto o trabalho que os últimos presidentes e reconheci neles todos o desejo de fazer um trabalho que marcasse suas gestões. Eu converso muito com o Cleyton Pinteiro e eu vou me focar no caso dele. O Cleyton é uma pessoa que não precisa de nada, que é um empresário bem sucedido, que foi piloto de kart, de carros no seu estado [Pernambuco] e que podia continuar sendo apenas um fã apaixonado pelo esporte, mas que decidiu ir mais longe.

 

Só que ele decidiu entrar para a política do esporte, primeiro no seu estado, depois a nível nacional. Julgar se ele está sendo um bom ou um mau presidente é uma coisa difícil. Eu nunca fui um político do esporte, nunca estive dentro da CBA e aí é difícil julgar se ele está conseguindo cumprir as metas que ele se impôs para também fazer uma gestão marcante e, no caso, positiva.

 

Ele tem feito algumas coisas que estão visíveis e que são positivas. Aumentou bastante o número de pilotos de kart no país e regulamentos que visassem reduzir o custo do kartismo foram estabelecidos. As taxas de inscrição caíram bastante e ele tem feito um grande esforço para que uma categoria de base, de fórmula, para os pilotos que saem do kart venha a se tornar uma realidade e que todos sabemos que é algo que faz falta para nosso automobilismo.

 

Agora, está faltando gente que crie. O Felipe Massa tentou, teve um apoio por um tempo da FIAT, mas o projeto não conseguiu ir pra frente. Eu sei que existe uma ideia do Eduardo Souza Ramos de criar uma categoria com apoio da Mitsubishi e também há o projeto que está em andamento no Rio Grande do sul com a Fórmula Junior, e quem está dando todo o suporte a ambos os projetos é a CBA.

 

Uma parte da culpa da pouca projeção do esporte automobilismo no cenário nacional é da imprensa. Quanto se noticia hoje em dia sobre automobilismo nos principais jornais e revistas do país, se não for um veíclo de mídia direcionado apenas para o esporte a motor? Se não é a Fórmula 1, não sai praticamente nada. A Stock Car leva 35, 40 mil pessoas aos autódromos e o que sai nos jornais. Tivemos o Mundial de Endurance aqui no país e pouco ou nada se viu nos jornais. Eu não convivo com política, nem a esportiva. Mas, se eu fosse um político do esporte, chamaria ex-pilotos para assumir cada setor do esporte e isso foi exatamente o que o Cleyton Pinteiro fez. Agora, se daí por diante não se consegue fazer as coisas funcionarem, eu não sei aonde está o problema. A gente sabe que dinheiro é algo que não tem sobrando no país, mas algo precisa ser feito e isso vai além dos poderes da CBA para que o automobilismo, que deu tantas glórias ao país possa voltar a dar.

 

Regis Boessio – Piloto da Fórmula Truck.

 

O trabalho da CBA é muito complexo. O automobilismo brasileiro tem diversas categorias e cada uma delas tem suas particularidades. A CBA tem que cuidar de todas! Digamos que seja uma empresa onde há vários departamentos. Toda empresa tem seus problemas e o automobilismo para a CBA não poderia ser diferente. Não existem empresas perfeitas. Se uma empresa tem problemas, tem pessoas que estão pensando em como resolver estes problemas e nem sempre todos pensam da mesma forma. Vai haver discordância e discordar é importante.

 

Dentro do papel de regulamentação, acho que a CBA faz o papel dela. Em alguns momentos concordamos, em outros nos discordamos. Lembre-se que toda decisão da CBA é baseada na opinião, no parecer de uma ou de um pequeno grupo de pessoas que recebeu uma informação. Aí vem a pergunta: como é que esta informação chegou à quem vai tomar a decisão?

 

Em 2011 havia o acompanhamento de um dirigente da CBA [Valdner Bernardo de Oliveira], que era à parte de tudo, que estava sempre presente junto a nós na categoria, ouvindo, aprendendo, sugerindo, trocando conhecimento para a categoria melhorar. Foi algo muito positivo. A partir daí não tivemos mais esta pessoa aqui. Seria algo positivo ter esta pessoa aqui fazendo isso.

 

Eu acho que a CBA deveria ouvir mais os pilotos, de todas as categorias, deixar um canal aberto para que a gente possa ser ouvido, mas que haja também um retorno por parte deles, dos dirigentes para nós. O trabalho que foi feito aqui em 2011 a gente não ficou sabendo qual foi a conclusão, o resultado prático do que foi feito.

 

 

Last Updated ( Friday, 17 January 2014 23:16 )