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E a chuva não foi! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 24 November 2013 20:33

Olá leitores!

 

E chegamos ao final da temporada. Já que o campeonato estava com o título decidido, São Pedro resolveu que daria sua contribuição para o espetáculo: o único momento em que os pilotos andaram com os pneus de pista seca foi justamente na corrida, pois em todos os treinos a chuva foi uma presença constante, chuva essa que na hora da corrida se resumiu a uma garoa fina o suficiente para não molhar a pista de uma maneira que requeresse os pneus intermediários (para chuva fraca). E se não foi uma corrida com grandes emoções do início ao final, foi melhor que a grande maioria das corridas feitas nas pistas novas (os “Tilkódromos”), comprovando a tese da jornalista Alessandra Alves (Rádio Bandeirantes) segundo a qual “pista velha é que faz corrida boa”.

 

Em 1º lugar, pela 13ª vez essa temporada (igualando recorde de Michael Schumacher em 2004) e pela 9ª vez consecutiva (igualando recorde de Alberto Ascari nas temporadas de 1952 e 1953) chegou Vettel. Só não esteve na liderança durante a maior parte da 1ª volta, já que Rosberg fez uma largada primorosa, assumiu a liderança e se manteve nela até a subida para os boxes. Contudo, antes de completar a volta Vettel já reassumiu a liderança e não a largou mais. A fase da equipe está tão boa que nem mesmo o erro no segundo pit stop (não levaram para a frente dos boxes o pneu dianteiro direito para a troca e tiveram que ir buscar lá dentro) abalou a supremacia dele na corrida.

 

Como é a última corrida com o atual regulamento (ano que vem muda muita coisa, começando por motor), durante a comemoração avisou a equipe para aproveitar o momento especial que estão vivendo. Seu companheiro Webber (2º) não largou bem, como de costume, completou a 1ª volta em 5º, foi passando Rosberg, Hamilton e batalhou um bocado com Alonso pela posição na segunda metade da corrida. O melhor foi a comemoração: como foi a última corrida dele na categoria, após receber a bandeirada, enquanto os olhares estavam para o vencedor, ele retirou o capacete para fazer a volta de retorno aos boxes de rosto ao vento. Já que os coxinhas da FIA não iriam mesmo conseguir dar uma punição para ele cumprir na próxima corrida... aproveitou. Que tenha boa sorte em sua nova empreitada (o WEC, mundial de corridas de endurance, onde correrá pela Porsche).

 

Em 3º chegou o Alonso, em mais uma grande apresentação. Analisando friamente, largar em 3º e terminar na mesma posição não parece grande coisa, mas não mostra todas as batalhas por posição que aconteceram durante a corrida. E o espanhol teve boas disputas contra Hamilton, Rosberg e Webber, principalmente contra o australiano. Acho que teve motivos para sair contente do carro. Seu companheiro Massa (7º), em sua corrida de despedida da Ferrari, largou muito bem (passou de 9º para 6º na primeiras curvas) e já estava em 4º, contendo os ataques do Hamilton quando cometeu o maior pecado da F-1 moderna: cruzou com as 4 rodas a linha de entrada dos boxes, ou no linguajar técnico da FIA “desrespeitou os limites da pista”.

 

Como nos dias de hoje fogueiras são politicamente incorretas para punir os pecadores, ele recebeu um drive-through devido a esse pecado mortal e voltou lá atrás. Ainda conseguiu recuperar algumas posições, mas aí passou a andar num ritmo mais lento que os pilotos à frente (e, diga-se de passagem, um ritmo mais lento que o dele mesmo antes da punição)... fica difícil defender um piloto quando ele não consegue manter o mesmo ritmo durante a corrida inteira. Entendo e compartilho da ira dele, mas não é assim que se reverte uma punição que se considera injusta.

 

Em 4º ficou o Button, naquela que talvez tenha sido a melhor apresentação da McLaren nesse ano. Desde 1980 a equipe não ficava a temporada inteira sem ter um piloto subindo ao pódio. Button é um piloto que “cresce” nessas condições de tempo instável, e não duvido que a boa apresentação tenha a ver com o clima. Seu companheiro Pérez (6º), em sua última corrida pela equipe, fez uma senhora apresentação: largou lá atrás (classificou em 14º, mas teve de trocar o câmbio e perdeu 5 posições na largada) e veio crescendo de posicionamento com o desenrolar da corrida. Acredito que foi demitido da equipe por causa disso: faz uma corrida muito boa, depois faz uma grande sequência ruim, aí desencanta em outra prova... com os dólares da Telmex no bolso, não deve ser muito difícil arrumar uma equipe para o ano que vem.

 

Em 5º chegou Rosberg. Esteve entre os 3 primeiros durante todos os treinos com chuva, aí na corrida largou muito bem mas começou a ter problemas com os pneus e caiu de rendimento. Mesmo assim estava contente ao final da corrida, por ter ajudado a equipe a ser a vice campeã no Campeonato de Construtores. Bom para ele. Seu companheiro Hamilton (9º) vinha em 4º lugar até a volta 47, quando na Reta Oposta ele veio para o meio da pista, o (retardatário, diga-se de passagem) Bottas achou que dava para ultrapassar por fora, o inglês não o viu do lado de fora, e se movimentou para fazer a curva normalmente... se tocaram, a roda do Bottas quebrou, o pneu dele furou, teve que ir aos boxes trocar o pneu e ainda levou um drive-through por ter causado um acidente. Com isso tudo, não foi uma má posição de chegada.

 

Em 8º terminou o Hülkemberg, que não fez uma apresentação brilhante mas sim o que os pneus deixaram. Porém, esse 8º lugar garantiu a ele o 10º lugar no Campeonato de Pilotos, o que é muito bom levando em conta a decadência da equipe na qual ele está. Espero que encontre um carro decente para correr ano que vem, pois carros “descentes” ele já teve o suficiente. Seu companheiro Gutiérrez terminou apenas em 12º.

 

Fechando a zona de pontuação, chegou o substituto do Webber, Ricciardo. Reclamou muito das condições da pista e dos pneus dianteiros que não aqueciam o suficiente, então nessas condições não foi um resultado de todo ruim para sua corrida de despedida da Toro Rosso. Seu companheiro Vergne, por exemplo, chegou apenas em 15º, após se enroscar com o Maldonado (sempre ele...) no Esse do Senna.

 

Próxima corrida, na madrugada de 16 de março, no belo Alberta Park em Melbourne, Austrália. Ano novo, regulamento novo, e eu espero que com diversas equipes disputando as primeiras posições.

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini