Caros leitores da minha coluna do site dos Nobres do Grid,

Tenho certeza que para todos nós pilotos veteranos da década de 60/70 o dia da independência do Brasil deste ano de 2013 foi um dia de glória.

Afinal como disse um dia, o querido Reginaldo Leme, somos “a Geração que Começou Tudo“ nesse grande automobilismo brasileiro e isso tem um significado muito especial para cada um de nós.

Vimos que apesar da “Terceira Idade“ que chegou, somos ainda queridos e valorizados e, além disso, todos puderam ver que a coragem e nosso espírito esportivo é o mesmo, e continua como antes em todos nós.

Nunca fomos rivais e sim “concorrentes“ nas pistas, pois o máximo que ganhávamos era um troféu, mas conseguimos guardar uma amizade tão forte, que mais de 40 anos depois é como nunca tivéssemos saído de Interlagos, nosso berço.

Reencontramos-nos na pista em um dia lindo, um sábado brilhantemente ensolarado. Foi um verdadeiro alento, pois ao guiar os carros gentilmente emprestados pela nova geração, pudemos sentir uma serie de emoções muito fortes, e eu particularmente, pude dizer para mim mesmo: estou em forma!

Infelizmente, não havia nenhum Simca para alinhar na “largada Le Mans” que fizemos, mas tive a felicidade de sentar em um verdadeiro “foguete”.

Fiquei impressionado com o comportamento desse carro.  O proprietário, Fábio Farias, foi super rápido ao colocar o adesivo (a largada foi feita com os pilotos já sentados e afivelados nos cintos de segurança em seus carros e o proprietário ou convidado, corria atravessando a pista e colava um adesivo no vidro traseiro) e antes da curva do Senna eu estava ao lado do Ingo Hoffmann, que estava ao volante de uma réplica de sua famosa Brasília número 17.

Nos posicionamos atrás do carro madrinha e dai em diante disputamos “pra valer”. O Porsche Spider do Fritz Jordan, o Karmann-Guia do Chiquinho Lameirão e eu, trocando posição. O pega  foi forte e a Brasília 111 tinha uma saída de curva impressionante, uma relação de marchas  melhor ainda e um motor de dar gosto acelerar. Não tinha fim, sobrava potência além de ter muita estabilidade .

Na segunda volta, vi que se o carro madrinha saísse dali, ia ser uma briga só. Foi maravilhoso , mas que pena acabou logo. Mesmo assim, valeu porque sei que não foi só exclusividade minha o sentimento de que a emoção foi a mesma dos velhos tempos.

Após a nossa prova, A “minha Brasília” foi para a pista novamente, nas mãos de seu proprietário, e soube por ele que a melhor volta deles foi na casa de 2 minutos e 14 segundos. Apesar de eu estar desacostumado e sem noção dos tempos, creio que é um bom tempo para um carrinho desses.

Quero agradecer em nome dessa elite de pilotos a todas as pessoas, proprietários de carros, organizadores, ao Site dos Nobres do Grid, nas pessoas do Flavio Pinheiro e toda a equipe que trabalha no site, ao Alfredo Gehre e ao Silvio Zambello que tudo fizeram para que esse encontro tivesse tido esse sucesso e dizer a todos muito obrigado!

Mas por favor, façam outro logo, e dessa vez com 5 voltas... sem carro madrinha! Tenho certeza que muitos de nós foram dormir naquela noite felizes e realizados...  e mais saudosos ainda dos nossos tempos , feitos e vitórias.

Abraços a todos que colaboraram de uma forma ou outra para que esse evento tivesse obtido tamanho sucesso.

Parabéns também aos companheiros agora diplomados como Pilotos Beneméritos, pois a partir de agora, já somos 48!

Walter Hahn Junior