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Uma questão de atitude PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 13 September 2013 01:08

Caros amigos, a saída de Felipe Massa da Ferrari não pode deixar de ser o assunto da semana da coluna de ninguém. Algo que ninguém queria, mas que todo mundo esperava... desde o ano passado, quando Felipe Massa salvou-se na chamada “bacia das almas”, “graças aos seus resultados”, na visão dos incautos.

 

A verdade é que, em 2012, Felipe só não saiu porque a Ferrari não encontrou um piloto que considerasse à altura para ocupar um lugar na Ferrari. A equipe chegou a sondar Mark Webber, piloto da Red Bull, descartou a mala de dinheiro de Sergio Perez, alegando inexperiência do mexicano e preteriu, alegando o mesmo motivo, o filho da academia de pilotos da equipe, Jules Bianchi.

 

Agora no final de 2013, com uma série de pilotos potencialmente interessantes para a equipe italiana terminando seus contratos (Jenson Button, Kimi Raikkonen, Mark Webber e Nico Rosberg), Felipe Massa teria que andar muito, sempre perto de Fernando Alonso, e não cometer erros para garantir sua permanência: não fez nenhuma das duas coisas!

 

Felipe Massa, ao lado de Lewis Hamilton, mostrou-se um grande gastador de pneus, num período em que os pneus da Pirelli se mostraram mais frágeis do que no ano anterior e com isso, não conseguia acompanhar o companheiro e “dono” do time, que sempre soube dosar bem o ritmo de corrida e tirar o máximo do equipamento na hora certa.

 

Não bastasse isso, Felipe errou... errou muito e errou feio, com acidentes em sequência em um momento crítico do campeonato (GPs de Mônaco, Canadá e Alemanha), fazendo com que as vozes descontentes com ele – dentro e fora da equipe – voltassem a subir. Estranhamente, Fernando Alonso que foi um defensor feroz da permanência de Felipe no ano passado, este ano praticamente não se manifestou, a não ser agora, no final do “processo de fritura” do companheiro, quando a decisão certamente já havia sido tomada. Como de costume, o espanhol “jogou pra torcida”.

 

Ao menos a equipe deixou que o próprio Felipe anunciasse a sua saída do time – uma falsa impressão para os mais “inocentes”, que acharam que foi ele quem tomou a decisão de sair – um dia antes do anúncio do retorno de Kimi Raikkonen na ‘Casa di Maranello’. Agora é juntar os cacos da viola e tentar tocar a vida. A pergunta é: aonde?

 

Com a saída de Kimi Raikkonen da ‘Nega Genii’, o lugar deixado vago por ele passa a ser o mais cobiçado do circo, uma vez que as duplas da Red Bull, Mercedes e McLaren estão fechadas para 2014. Mas a briga por este cockpit não vai ser fácil. Não faltam candidatos, limitações e dificuldades.

 

O maior problema da ‘Nega Genii’ é a falta de dinheiro. A equipe, bancada pelo grupo de investimento de Luxemburgo – Genii – conseguiu tomar um “fôlego” com a assinatura de um contrato com outro grupo financeiro – o Emaar – vindo do sempre endinheirado ‘mundo árabe’, vai ficar com a equipe por dois anos, mas certamente qualquer dinheiro é bem vindo e o caso de Felipe Massa é: o quanto ele vai custar e o quanto ele pode agregar à equipe?

 

Com a variável financeira na equação, um piloto que traga dinheiro para o time pode vir a ser muito mais interessante do que um nome que venha a pesar no orçamento da equipe. Com isso, Nico Hulkenberg, Paul Di Resta e Jules Bianchi acabam tendo tantas ou até mais chances que o brasileiro.

 

A outra possibilidade de permanecer na Fórmula 1 é a Sauber, que vai receber um grande aporte financeiro do ‘triunvirato russo’, com um piloto inexperiente de contrapeso. Com isso, ter um piloto experiente ao invés de um estabanado como o Esteban Gutierrez pode pesar a favor de Felipe Massa, sem falar que o fato da equipe usar motores Ferrari, um piloto que certamente participou deste ano de transição de desenvolvimento do novo motor seria um ganho de conhecimento valioso para u time suíço.

 

E é aí que residem as chances de Felipe Massa. Do contrário, vamos ficar sem pilotos na Fórmula 1 pela primeira vez desde 1970, uma vez que Felipe Nasr, depois de desperdiçar as chances que teve para tomar e disparar na liderança do campeonato da GP2 e de ter sido esnobado pelo sempre arrogante Helmut Marko, não deve ter um carro decente que compense deixar a GP2 para a F1.

 

Engraçado vai ser o outro lado da moeda. A encrenca em que Fernando Alonso se meteu com a saída de Felipe Massa e a chegada de Kimi ‘mandoasfavas’ Raikkonen para ser o dono do outro carro no time vai mudar a política da equipe, estabelecida há quase 20 anos, quando a Ferrari contratou Michael Schumacher.

 

Para quem não lembra, antes da chegada dos estrangeiros na Ferrari – que começou com Jean Todt em 1993 – e que solidificou-se em 1996 com a ida do time da Benetton, a Ferrari sempre teve pilotos fortes no time, com a disputa aberta entre os dois e com a decisão de quem ajudaria quem na reta final do campeonato decidida apenas a partir do terço final da temporada. Ou seja, não deve ter essa coisa de “Fernando is faster than you” em 2014, do contrário, muito pouco provável que Kimi Raikkonen aceitasse assinar o contrato com a Ferrari.

 

Certamente a mudança de postura por parte da direção da Ferrari é uma resposta clara e direta à atitude de Fernando Alonso em criticar a equipe e – pior – ter enviado seu empresário ao motorhome da Red Bull para tentar mudar de equipe e assumir o lugar então vago com o anúncio da saída de Mark Webber. Definitivamente, a vida do espanhol não vai ser fácil para estes três anos que ainda lhe restam de contrato com a ‘scuderia’. Podemos esperar muita briga interna.

 

Agora, briga e briga feia foi o que aconteceu na etapa de córdoba da Fórmula Truck, mas primeiro, falemos da briga bonita.

 

A decisão do Campeonato Sul-Americano da F-Truck foi de arrepiar, e a temperatura subiu ao Maximo nas voltas finais da corrida, com a acirrada disputa entre Beto Monteiro, Felipe Giaffone e Roberval Andrade.

 

Com o resultado da corrida (Beto Monteiro em 1º, Felipe Giaffone em 2º e Roberval Andrade em 3º, após ser punido por queimar o radar na disputa com Beto Monteiro e não ter cumprido o “drive thru”, levando um acréscimo de 20s em seu tempo total de prova), Beto Monteiro e Leandro Totti terminaram empatados na tabela de pontuação, com 72 pontos para cada um. Contudo, o pernambucano, piloto da IVECO, conquistou duas vitórias, contra nenhuma de Totti, critério de desempate para definição do campeão.

 

Toda esta disputa poderia ter sido em vão caso a equipe Volkswagen/MAN tivesse tomado uma decisão de boxes: Caso Felipe Giaffone conseguisse ultrapassar o IVECO de Beto Monteiro, garantiria o título a Totti. Caso simplesmente tirasse o pé e parasse, abandonando a prova ou deixando o ‘Marvado’ ultrapassá-lo, Totti subiria da quinta para a quarta posição, ganhando o título independente de uma vitória da Monteiro.

 

A opção pela lisura e pela esportividade foi um exemplo a este mundo de combinações e ordens de rádio que temos visto com tanta frequência. Sem receber nenhuma ordem dos boxes, Felipe Giaffone foi em busca da vitória. Atacou Beto Monteiro até o fim, “trocaram tinta” nas últimas curvas, com o caminhão MAN indo pra grama, mas voltando (podia ter ficado por lá, não?), para cruzar a linha de chegada em segundo.

 

No pódio, Felipe ainda teve que separar Beto Monteiro e Roberval Andrade que por muito pouco não saíram na porrada diante das câmeras de televisão dos dois países e da transmissão do sinal para todos os países que recebem as imagens pelo canal internacional. Felipe foi o verdadeiro campeão moral deste final de semana!

 

Moral que faltou na NASCAR, cujo o atrapalhado ‘jogo de equipe’ foi a cereja no bolo do final de semana. Com rapidez e energia, os dirigentes da categoria americana deixaram bem claro que não aceitariam qualquer tipo de manipulação de resultados nas corridas. Ainda na segunda-feira, dia seguinte à corrida, foram anunciadas as punições a Clint Bowyer, Brian Vickers e Martin Truex Jr. – todos da equipe de Michael Waltrip – por terem armado um esquema para que Truex disputasse o Chase.

 

A polêmica começou nas voltas finais da corrida de Richmond, quando Bowyer teria rodado propositalmente para ajudar Truex. Na sequência, Não apenas Clint Bowyer, mas também Brian Vickers entraram nos boxes de forma surpreendente, no final da prova e sem razão aparente, o que permitiu a Joey Logano, da Penske, herdar as duas posições.

 

Na matemática do truque, Logano conquistou pontos suficientes para assumir a décima colocação do campeonato, superando Jeff Gordon por um único ponto. Como o tetracampeão não venceu nenhuma corrida em 2013, ele acabaria fora do Chase, já que as duas últimas vagas são destinadas aos pilotos com mais vitórias entre a 11ª e a 20ª posição, que no caso ficariam com Kasey Kahne e Martin Truex Jr.

 

Embora Gordon tenha terminado em 11º no campeonato, quem acabou indo aos playoffs foi Ryan Newman e o criador – na pista – do imbróglio, Clint Bowyer, que mesmo punido ainda ficou entre os 12 primeiros. Devido à punição aplicada, Truex acabou caindo para a 17ª posição e Newman conseguiu a vaga graças a vitória conquistada em Indianápolis para se manter na luta pelo título.

 

O vice-presidente de competições da NASCAR, Robin Pemberton, disse que era uma obrigação mostrar para todos os envolvidos no esporte que as disputas nas pistas são reais e não há nada premeditado. O presidente da NASCAR, Mike Helton, explicou a situação ao dizer que não foi possível afirmar com certeza que o americano rodou propositalmente. Além disso, o dirigente deixou claro que o objetivo era punir a equipe de Michael Waltrip no geral, e não um determinado piloto suspeito.

 

Além da perda de pontos, a NASCAR multou a equipe em US$ 300 mil dólares, suspendeu o chefe da escuderia, Ty Norris, por tempo indeterminado e deixou os mecânicos-chefe Brian Pattie, Scottie Miller e Chad Johnstone em observação até o final da temporada. Um exemplo para os Briatores da vida, não?

 

Depois de tanta confusão e tensão, ao invés de cafezinho, hoje recomendo uma boa cachaça mineira!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva