Olá! Rapaz, eu não sei se o que eu vi neste domingo foi uma corrida ou um programa de exibição de vídeos sensacionalistas na internet. Nunca vi. Dê um carro a uma cambada de retardados que não sabem andar em circuitos de rua/mistos e vejam o que eles fazem. E não é porque é circuito de rua não. Em Sonoma, se viu a MESMA coisa, só que, hoje, a coisa foi bem maior. Ou será que estão no cio? Ou será que não estão deixando seus problemas pessoais fora do carro? Sabe-se lá o motivo. Fato inconteste é que os pilotos da Fórmula Indy estão, aspas, no cio. Acho que não preciso dizer, então, que a corrida em Baltimore foi um verdadeiro caos. Muitos acidentes, no decorrer e, principalmente, no final da prova. Especialmente nas relargadas. Esses pilotos não sabem relargar? #benzadeus. Graças a isso, houve muita monotonia durante boa parte da prova, por conta das bandeiras amarelas. Os acidentes envolveram também os dois líderes do campeonato, Hélio Castroneves (1º) e Scott Dixon (2º). Aliás, a maior polêmica da corrida aconteceu envolvendo esses dois. Castroneves fez uma prova bizarra. Após a largada, foi tocado por James Jakes, perdeu o controle e, nisso, tocou no pneu traseiro do norte-americano Josef Newgarden. A sina de Helio Castroneves, no entanto, não parou por aí. O brasileiro ainda se envolveu numa das desastrosas relargadas deste acidentado grande prêmio. Muitos carros se envolveram no engavetamento provocado pelo acidente nessa relargada, inclusive o dele, pois foi abalroado por Charlie Kimball. O piloto da Penske, no entanto, conseguiu retornar à corrida, apesar de, nas quatro voltas seguintes, ter voltado aos boxes três vezes. O prejuízo de Hélio foi reduzido pela bandeira amarela. Enquanto isso, Scott Dixon vinha “de boa na lagoa”. O neozelandês estava em estado de graça, com toda a sorte que poderia desejar para si. Tendo largado em segundo, Dixon vinha para reduzir drasticamente a vantagem do seu adversário na reta final do campeonato. Tendo largado da pole-position, o piloto da Ganassi mantinha-se bem nas primeiras posições. Lembram-se da relargada mencionada no parágrafo anterior? Ele se envolveu, tocado por Graham Rahal, que tentou uma manobra ousada: Passar três carros na curva um. Perdeu a freada e tocou na Ganassi. Mas, com sorte, Dixon perdeu apenas três posições antes de retomar a corrida. Parecia tudo bem para Scott finalmente se aproximar bastante de Hélio e embolar o campeonato. Mas, na relargada seguinte, a sorte abandonou-o, ou lhe foi tirada pelas mãos de um certo australiano. No ímpeto de ultrapassar Graham Rahal, Will Power virou para a direita e bateu em Dixon, fazendo com que o neozelandês batesse no muro e forçando-o a abandonar a corrida. No paddock, ao sair do carro, Dixon, puto da cara, foi à direção de prova. De nada adiantou. Ele reclamou bastante da falta de punição e da flexibilidade das regras da Indy. Também questionou a decisão de não trazer o carro dele de volta aos boxes para eventuais reparos ainda antes do final da prova, algo permitido por regulamento. O piloto da Ganassi queria, é claro, voltar à pista para, eventualmente, salvar mais alguns pontos, se houvesse mais desistências até o fim das 75 voltas previstas. Olha, pessoalmente, eu acho que foi culpa de Power. Mas se ele tiver, deliberadamente, batido em Dixon para tirá-lo da prova e beneficiar Hélio, o ideal seria uma punição para o piloto e para a equipe, se isso fosse comprovado. Infelizmente, acho que não dará em nada. Como eu disse, a Indy não é muito de punir pilotos por acidentes de corridas. As razões disso? Não sei, mas eu apostaria minha estante cheia de “die casts” como é para melhorar o show. Alguns são injustiçados e pagam o preço dessa brincadeira. O neozelandês da Ganassi foi a “roda da vez”. Roda, roda, roda. Rodou! Em contrapartida, o final de prova foi espetacular. Mais uma relargada desastrosa, a bem da verdade, mas houve uma ótima disputa pela primeira posição nas voltas finais. Simon Pagenaud, Josef Newgarden, Justin Wilson e Sebastian Bourdais brigaram ferozmente. O francês Pagenaud levou a melhor, seguido de Newgarden e de Bourdais, que completou o podium. Tony Kanaan estava entre os primeiros até as voltas finais, mas acabou, aspas, "arregando" e batendo na primeira volta após a última relargada. Ele concordou comigo: "foi uma corrida bizarra". "Heliocas Troneves" chegou em nono e abriu ainda mais de Dixon. Sorte dele ou complô da Penske para tirar Dixon do caminho? Cenas dos próximos capítulos. Não "perdam"! ********************************************* As seis horas de São Paulo, por sua vez, foram muito mais notáveis pela beleza de seus bólidos e complexidade do que propriamente pela corrida. É divertido ver um monte de protótipos que mais parecem naves espaciais em pequena escala junto com alguns dos carros que costumam estar nos sonhos de todo fã de automobilismo, mas a corrida é longa e, portanto, às vezes as fortes disputas são sacrificadas em nome da resistência, como o próprio nome em inglês desse tipo de corrida sugere. Estava assistindo a corrida da Indy e via flashes da prova em Interlagos. Posso dizer que gostei daquilo que vi, num panorama geral. Não há muito o que dizer sobre a LMP1. A Audi dominou quase todos os treinos, à exceção do primeiro, dominou a classificação e dominou a corrida. Com os dois bólidos R18 e-tron quattro. As sobras ficaram para a Rebellion Racing. E só para ela. Só para ela? Sim, só para ela. A Toyota nem mesmo terminou a corrida. Na verdade, podemos dizer que ela nem mesmo a começou decentemente, pois, com 35 minutos de disputa, o Toyota Hybrid TS030, então guiado por Stéphane Sarrazin. O francês foi atingido por Dominik Kraihamer, do Lotus T128 (LMP2), e foi direto na barreira de proteção de pneus, destruindo a parte frontal do carro. Para os reparos na pista e remoção no TS030, foram necessários mais ou menos 40 minutos com o safety car na pista. Alguns momentos depois, o carro #71, de Kamui Kobayashi/Toni Vilander pegou fogo e abandonou – novo safety car. Depois da segunda relargada, Bruno Senna, que estava ao comando do Aston Martin Vantage V8, se envolveu num acidente com Stefan Mucke (GTE-Pro, Jack Gerber (GTE-Am) e Jorg Bergmeister (GTE-Pro). Duas voltas depois, em decorrência do acidente, a suspensão traseira direita cedeu e forçou o abandono do brasileiro. "Dia para esquecer", disse o sobrinho após a prova. Loic Duval, que conduzia o e-tron #2, teve problemas faltando pouco mais de duas horas para o final da prova. A roda traseira direita, provavelmente mal fixada pelos mecânicos nos boxes, soltou-se do lugar, bateu no muro dos boxes e caiu de volta em cima do Audi. Duval voltou para os boxes para corrigir o problema, mas levou dois stop & go: um de 30s por excesso de velocidade nos boxes e outro de um minuto pela liberação perigosa na pista pelos mecânicos. Punições justas, mas que não afetaram em nada a posição do Audi. Por outro lado, isso deixou a vitória nas mãos do Audi #1, de Marcel Fassler/André Lotterer/Benoit Treluyer. E assim foi. Na LMP2, deu a equipe russa G-Drive, com um Oreca 03 tripulado por Roman Rusinov (russo)/John Martin/Mike Conway. Esses três me deixaram felizes. Pude escutar pela primeira vez o hino nacional da Rússia. Na LMGTE-Pro, disputa feroz até o final entre a AF Corse e a Aston Martin. A Ferrari 458 Italia, tripulada por Giancarlo Fisichella/Gianmaria Bruni levou a melhor sobre Darren Turner/Stefan Mücke no Aston Martin V8. Na LMGTE-Am, como redenção para o Aston Martin de Bruno Senna, venceu o V8 de Stuart Hall/Jamie Campbell-Walter. Eles derrotaram a 8Star, subsidiária da Ferrari, e seu 458 Italia tripulado por Enzo Potolicchio/Rui Aguas/Davide Rigon. O brasileiro Fernando Rees, que tripulou o Corvette ZR1 junto com Patrick Bornhauser e Julien Canal para a Larbre Competition, chegou em sexto na GTE-Am e recebeu uma gratificação em troféu das mãos de Emerson Fittipaldi por ser o melhor brasileiro da prova. Teve mais nesse domingo: A Stock Car teve pole de Rubens Barrichello e vitória de Marcos Gomes. Barrichello teve um pneu furado e acabou fora da disputa, terminando apenas na 26ª posição. Na Moto GP, teve disputa entre os espanhóis Jorge Lorenzo e Marc Márquez no GP de Silverstone, que culminou na vitória do bicampeão da Yamaha. É isso. Final de semana de corridas muito bom. Semana que vem tem GP da Itália de F1, em Monza. Até lá! Antônio de Pádua |