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Written by Administrator   
Friday, 30 August 2013 07:38

Caros amigos, mais uma vez a coluna que eu escrevo tornou-se alvo de boa parte dos emails que recebemos todos os dias. Como temos um sério problema de disponibilidade de tempo, infelizmente não temos como abrir os artigos no formato blog, para que nossos leitores comentem diretamente. Isto exigiria um monitoramento constante do site e, devido às nossas diversas e reais atividades profissionais, não temos como atender esta demanda.

 

Entre os comentários, um dos leitores, especificamente, mostrou-se disposto a defender seu ponto de vista em um verdadeiro “debate” no último sábado...  que eu tratei de encerrar no final do dia com um argumento muito simples, uma sugestão e um artigo do site para leitura:

 

Como disse anteriormente, não temos formato de blog, mas sim de site. No site temos artigos e colunas, não noticiário. Cada colunista é livre para escrever o que pensa. Ele pode ser incisivo em seu ponto de vista, mas jamais agressivo ou ofensivo contra quem quer que seja. Todos os artigos e colunas são lidos, analisados e “ajustados caso seja necessário” antes de serem publicados, sem que – claro – seja tirado o sentido do mesmo e a ideia de quem o redigiu.

 

No caso do nosso leitor, ele mostrou-se um feroz defensor do falecido tricampeão Ayrton Senna, e não gostou do fato de eu ter mencionado como “a super primeira volta de Rubens Barrichello em Donington Park” ao invés da volta de Ayrton Senna. Opiniões são pessoais, e a minha é a minha. Ponto!

 

Conversando com nosso editor chefe, que é uma verdadeira enciclopédia quando se trata de assuntos de automobilismo, ele – de certa forma – justificou a postura do nosso leitor: “a questão é que as pessoas falam sobre aquilo que veem, viram, leem ou leram”. Em complemento a isso, ele citou três passagens. Uma vitória do Juan Manuel Fangio em Nurburgring, em 1957, em que o argentino derrotou as Ferraris. Uma do Jackie Stewart, também em Nurburgring, em 1968, em que o escocês impôs mais de 4 minutos de vantagem sobre o 2º colocado e a que eu vou me debruçar: a vitória de Jim Clark na Bélgica, em Spa-Francorchamps, em 1963, onde o escocês largou na 8ª posição e passou, na primeira volta, em 1º lugar, para não mais perder a liderança até a bandeira quadriculada.

 

O GP da Bélgica de 1963 foi uma corrida em que Clark Conquistou a primeira das suas vitórias na temporada – e iria passar a ganhar mais seis Grand Prix além deste – e conquistar deu primeiro campeonato mundial de forma impressionantemente dominante.

 

Depois de ter conseguido sua primeira vitória na Fórmula 1 em Spa-Francorchamps na temporada anterior, Clark voltou ao circuito em junho de 1963 com grandes esperanças. Sua Lotus 25 – um carro que revolucionou F1 – introduzindo o chamado “monocoque integrado” era um passo adiante em relação aos concorrentes, devido à capacidade de fazer curvas que o carro tinha. Ele não venceu na estreia, em Mónaco, por um problema na caixa de câmbio. Carros de F1 eram frágeis naqueles tempos.

 

E os problemas na caixa de velocidades continuaram dando dor de cabeça para a equipe. Desta vez, eles apareceram na qualificação, e resultou em Clark só conseguiu o oitavo tempo no grid. Graham Hill conquistou a pole em sua BRM, com Dan Gurney (Brabham) e Willy Mairesse (Ferrari) se juntar a ele no três carros na primeira fila.

 

Depois de uma sessão do ‘quaifying’ com pista seca o clima no dia da corrida estava totalmente diferente, com sinistras nuvens no céu  à procura prometendo mais chuva do que já caia. Hoje, Formula 1 pode ser um mundo muito distante daquele do início dos anos sessenta, mas é reconfortante saber que algumas coisas, tais como o clima imprevisível das Ardenas nunca mudaram.

 

Com os problemas no câmbio aparentemente resolvidos, Jim Clark, achava que seria capaz de retomar algumas posições, no decorrer da prova, conquistar a liderança, mas o que ele fez foi simplesmente fenomenal. Em entrevista após a corrida, ele mesmo disse ter se surpreendido com o que aconteceu.

 

Naquela época, a largada era na descida que leva para a ‘Eau Rouge’, com os carros alinhados em forma ‘3-2-3-2’. Com os carros ganhando velocidade rapidamente, fazer a ‘Eau Rouge’ largando da 8ª posição era um verdadeiro ‘voo cego’. Ele chegou a colocar as rodas na grama por não ver nada à sua frente. Mesmo assim, ele partiu pra cima dos adversários, e na freada da ‘Le Combes’, que era contornada para a esquerda, ao invés do ‘S’ do traçado atual, já como 2º colocado, mergulhou e ultrapassou a BRM de Grham Hill, assumindo a ponta. Em pouco mais de 1000 metros de corrida, Jim Clark ultrapassou sete adversários!

 

Jim Clark fez aquela que talvez tenha sido a mais fantástica primeira volta de todos os tempos, não apenas em se tratando de Fórmula 1, mas de qualquer corrida de automóveis na história, uma vez que ele cruzou a linha de chegada com mais de 5 segundos de diferença para Graham Hill, o segundo colocado.

 

Ao fim das 32 voltas, sua vantagem para o segundo colocado, Bruce McLaren, era de 4m54s... quase 5 minutos! Do terceiro colocado em diante, todos tiveram voltas de desvantagem e não eram pilotos quaisquer. Estamos falando de John Surtees, Graham Hill, Bruce McLaren, Phil Hill, Jack Brabham, vários dos maiores pilotos da história.

 

E porque que todos falam da volta de Ayrton Senna e ninguém fala da volta de Jim Clark? Simples: o fato foi testemunhado pelos presentes, não foi transmitido para mais de 150 países com milhões e milhões de espectadores assistindo aquele momento fenomenal em tempo real e que, certamente, arrancou os mais eloquentes adjetivos de todos os narradores do mundo... não apenas o do nosso ‘fleumático’ Galvão.

 

Meu conselho a todos, jovens e ‘seniors’, brasileiros ou não, é que antes de dizermos que algo foi ‘isso ou aquilo’, é bom procurar saber mais sobre o assunto, seja ele qual for. Afinal, nem sempre temos imagens de tudo para mostrar e – pior – com o tempo, até mesmos relatos se perdem.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Estamos com o nosso Editor-Chefe no Autódromo de Interlagos (desta vez sem ‘percalços’) para a etapa brasileira do Mundial de Endurance. Infelizmente, “menos brasileira” do que gostaríamos, uma vez que Lucas Di Grassi, piloto da Audi, não estará na pista como na edição do ano passado.

 

O brasileiro participará, à convite da marca alemã, de um teste no Red Bull Ring com o RS5, carro utilizado no DTM ao lado do suiço Nico Müller, atual sétimo colocado na temporada 2013 da World Series, que venceu a prova que a categoria realizou em Mônaco como um dos eventos-suporte do GP de F1.

 

Dieter Gass, chefe da Audi no DTM, deu sua opinião sobre os convidados para o teste. “Nico é um jovem promissor, temos seguido a carreira dele nos últimos anos com bastante interesse. Lucas, por sua vez, tem impressionado nosso pessoal do endurance com a velocidade e conhecimento técnico apresentadas, e por isso ele é considerado um excelente piloto de testes”. E com isso, acho que a equipe deu um belo tiro no pé em termos de mercado! Eu posso não entender de corridas... mas de mercado eu entendo.

 

Mas quem entende de mercado mesmo é o bom velhinho... esse vende o peixe como ninguém, até mesmo quando tenta transformar 21 ou 22 ou 23 em 20! Agora, o objetivo é colocar o México no calendário, considerando um possível cancelamento ou postergação do complicado e sonhado GP de New Jersey.

 

Caso venha a ser confirmada, a prova aconteceria no Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, que recebeu a F1 pela última vez na temporada 1992. O GP do México conta com o apoio de Tavo Hellmund, criador do Circuito das Américas, e Carlos Slim Domit, filho de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo e mecenas dos mexicanos Sergio Perez e Esteban Gutierrez.

 

Bernie Ecclestone tem dito aos quatro ventos que a prova mexicana pode entrar no lugar da prova de Nova Jersey, que estaria sendo descartada já que os promotores não conseguiram levantar a verba necessária. “Não vai acontecer para o próximo ano. Eles não têm dinheiro”!  

 

Por sua vez, os representantes da organização do GP de New Jersey se defendem dizendo que está tudo dentro do prazo, que todos os compromissos serão honrados e que não há motivo para preocupação e/ou cancelamento da etapa (ainda). Como a gente sabe que o bom velhinho adora fazer um joguinho de pressão...

 

E quem parece andar com a grana curta é a organização da etapa brasileira do Mundial de Endurance. Empresas que trabalharam no evento do ano passado continuam esperando pelos pagamentos referentes aos serviços prestados em 2012. Em outras palavras, a conta não fechou, o que o organizador Emerson Fittipaldi admite.

 

Foi o bicampeão mundial de F1 que trouxe o recriado Mundial de Endurance para o Brasil. Dono da corrida, Fittipaldi contratou a empresa Momentum Sports, divisão esportiva da Momentum Brasil, que pertence ao grupo McCann, para tomar conta do lado promocional. Emerson é chairman da Momentum Sports.

 

Bruno Bacci, 35, que paralisou a operação de seu bufê devido às dívidas contraídas após as 6HSP de 2012, disse ter saído das reuniões realizadas para discutir os pagamentos atrasados com a impressão de que “não há interesse” em quitar essas dívidas.

 

“Está indo para a segunda edição do evento. Será que vai fazer isso de novo? A minha empresa, particularmente, fechou. Ele quebrou a minha empresa”, reclamou Bacci. Ele afirmou que ainda não entrou com uma ação judicial contra Fittipaldi e a Momentum para cobrar uma quantia de R$ 60 mil, 50% do valor total dos serviços prestados por cerca de um mês entre agosto e setembro de 2012, porque não tem condições financeiras para isso.

 

Em 2013, a Playcorp Eventos assumiu a promoção e também se tornou sócia do evento. A Playcorp é uma empresa que tem experiência em outros grandes eventos, como o Réveillon da Avenida Paulista, o Skol Sensation, e os telões do Anhangabaú na Copa do Mundo, Contudo, evento de automobilismo, será o primeiro. É torcer para que as coisas deem certo, que o público compareça e que as dívidas sejam honradas;

 

A grande nova – ao menos para nós, brasileiros – e a notícia divulgada pela revista alemã ‘Auto Motor und Sport’ de que Felipe Nasr é um dos candidatos à provável vaga na Toro Rosso, que deve ficar disponível com a saída de Daniel Riccardo para a Red Bull na próxima temporada, o que me levaria a questionar seriamente essa coisa de “Programa de Jovens Pilotos” que algumas equipes dizem fazer.


A verdade é que a grande aposta da Red  Bull, o português António Félix da Costa, não vem tendo um desempenho satisfatório na World Series, categoria que disputa nesta temporada, o nome de Felipe apareceu na história. Ele teria, de acordo com a revista, oferecido dinheiro proveniente de seus patrocinadores [Banco do Brasil e Sky] para conquistar a vaga e conta com Steve Roberts, o mesmo agente de Kimi ‘tomotodas’ Raikkonen.

 

Com Felipe Massa na corda bamba lá para os lados da Ferrari – o contrato do piloto vence no final deste ano – temos uma possibilidade concreta de que a temporada 2014 da F1 não conte com pilotos brasileiros no grid. A coisa é tão séria que até o bom velhinho se meteu na conversa, dizendo-se “preocupado com a situação”. Afinal, “o Brasil é o país com o maior número de telespectadores na categoria”, segundo ele. Como ele e o Christian Horner, da equipe principal, a Red Bull, são “amiguinhos”, numa dessas o Felipe conseguiu um ‘padrinho de peso’. Contudo, seria bom ele ter mais cuidado com o seu companheiro de equipe e ganhar pelo menos uma corrida na GP2 este ano.

 

E como a política tem um peso realmente considerável no meio do automobilismo, já vem guerra para o final do ano:

 

O britânico David Ward, 56, anunciou que será candidato à presidência da FIA nas eleições que estão marcadas para o fim deste ano. Ele deve fazer concorrência ao francês Jean Todt – na presidência desde 2009 – e que mesmo sem ter confirmado, acredito que tentará a reeleição para um segundo mandato à frente da entidade. A oficialização dessa intenção foi feita através de uma nota divulgada à imprensa. “Depois de pensar com muito cuidado, eu decidi me candidatar na eleição presidencial de 2013 da FIA”, declarou o inglês, um grande desconhecido para o público que acompanha o automobilismo.

 

Jean Todt, que ocupa a presidência desde 2009 – substituindo o desgastado Max ‘chicotinho’ Mosley – teve como ação mais notável, nestes quatro anos, o investimento no fortalecimento de categorias distintas, como a recriação do Mundial de Endurance, que não era disputado desde meados da década de 1990. Contudo, especialmente na F1, envolveu-se em polêmicas, e a categoria ainda não conseguiu firmar nem um novo Pacto da Concórdia, nem tem uma fornecedora de pneus para o próximo ano – a FIA ainda não aprovou a renovação do contrato com a Pirelli.

 

Assim como foi Max Mosley, no início de sua gestão, será David Ward o “homem de Bernie” para combater os que divergem de seus interesses, como um dia foi Jean Marie Ballestre e foi, nos últimos tempos, o próprio Mosley?

 

Um abraço e até a próxima.

 

Fernando Paiva