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Josef Newgarden é bicampeão na Indy500 em corrida eletrizante e incendeia o público PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 28 May 2024 00:30

Olá amigos leitores,

 

A 108ª edição da Indy500 teve início com um toque de suspense e apreensão. O céu nublado e a previsão de tempestades para a hora da largada chegou a comprometer até mesmo a realização da prova, que poderia acabar sendo adiada para a segunda-feira, que o feriado do Memorial Day.

 

Felizmente com o passar das horas a previsão de tempestade passou a ser uma “simples previsão de chuva”, que caiu pouco antes do que seria o horário da largada. Os carros nem foram para os pits ou para a pista e o público foi orientado para não ficar nas arquibancadas. A largada foi adiada das 12:45 horário local e a previsão era de, passada a chuva e secada a pista, termos a largada às 16:30, horário local. A largada aconteceu às 16:44.

 

Apesar do atraso, a corrida fez jus à sua grandiosidade: mais uma vez foram batidos números impressionantes: ao longo das 500 milhas tivemos 16 líderes diferentes e 48 mudanças de liderança em manobras geralmente muito limpas. A maratona de 500 milhas, com velocidades superiores a 320 km/h, não teve nenhuma interrupção por bandeira vermelha (houve oito bandeiras amarelas no total, com três nas primeiras 46 voltas). Como sempre, algum favorito à vitória ficou pelo caminho e desta vez a “vítima” foi o companheiro de equipe de Newgarden, Will Power, que caiu a apenas 53 voltas do fim.

 

De forma até “simplória”, posso dividir a corrida em três momentos bem definidos: o domínio de Scott MacLaughlin, a estratégia das McLarens e o ataque final de Josef Newgarden.

 

 

Mal a corrida começou e veio a primeira das oito interrupções. Ainda na primeira curva da corrida, Tom Blomqvist, da Meyer Shank, colocou uma das rodas na grama (que estava molhada) e girou. Marcus Ericsson não conseguiu evitar a batida e os dois foram para o gramado interno com os carros um de frente para o outro, com Blomqvist no sentido inverso. Pietro Fittipaldi tentou evitar os destroços e foi acertado por Callum Ilott, que largou de trás depois de parar durante as voltas de formação para substituir o volante, e vinha na ânsia de recuperar a perda por cair para o final do grid. Ele tocou na roda traseira do carro do brasileiro, que rodou e foi parar no muro, com uma batida relativamente leve, mas o suficiente para tirá-lo da corrida.

 

 

Scott MacLaughlin, que tinha largado bem no início da prova voltou a largar bem e ir para a ponta na relargada. A segunda bandeira amarela veio na volta 28, quando o estreante da Chip Ganassi se tocou com Kyffin Simpson. Foi a hota das primeiras paradas. Na volta 46 foi a vez de Ryan Hunter-Reay também, com uma “ajuda pouco amiga” de Scott Dixon (que vinha fazendo uma recuperação notável) quando o contato entre a dupla fez o Hunter-Reay dar uma volta de 360º na grama e voltar à pista para o tráfego em sentido contrário, que milagrosamente conseguiu evitá-lo. O controle da corrida analisou o incidente e não tomou nenhuma atitude, para desgosto de Hunter-Reay... e o pelotão foi pra segunda parada.

 

Se nos dias da classificação os motores Chevy apresentaram problemas para os pilotos que os utilizavam, na corrida que apresentou problema foram os motores Honda. O primeiro quarto da corrida também foi marcado por três falhas de motor de aparência idêntica, todas da Honda, que nocautearam Marcus Armstrong, Felix Rosenqvist e Katherine Legge, embora tenham sido os únicos problemas mecânicos terminais durante todo o dia. Com as saídas de Tom Blomqvist e Felix Rosenqvist, Helio Castroneves era o único piloto da Meyer Shank na pista.

 

 

Scott McLaughlin esteve na disputa durante os primeiros três quartos da corrida, controlando praticamente metade um terço das voltas (foram 64), mas foi arrastado para trás na confusão final de paradas, mas antes disso, vimos as McLarens de Alexander Rossi e Pato O’Ward fazendo uma estratégia (certamente com os dedos de Tony Kanaan) revezando-se na liderança sem permitir a aproximação de quem vinha atrás e também na economia de combustível (fato muito importante: Zak Brown, o poderoso diretor da equipe abriu mão de estar no GP de Mônaco para estar em Indianápolis).

 

 

As paradas nos pits para troca de pneus e abastecimento estavam calhando de forma bem apropriada com as bandeiras amarelas, até as últimas 50 voltas. A batida de Will Power, a 46 voltas do final foi a última intervenção do carro de segurança na pista e não tem como se fazer uma perna de 40 voltas sem bandeiras amarelas em Indianapolis. Alguns pilotos fizeram a aposta em novas bandeiras amarelas, mas como não aconteceu, ficaram para trás e entre eles estava Kyle Karson, que aprendeu cedo as nuances das corridas da IndyCar quando foi completamente engolido na primeira relargada e caiu para 14º, mas se recuperou para subir até o sexto lugar antes de passar do ponto na entrada dos pits na única entrada em bandeira verde (travou os pneus, mas superou o limite de velocidade, incorrendo em uma penalidade). Ele terminou em 18º.

 

 

Na última perna da corrida, as McLarens tentaram manter a estratégia de fazer o revezamento na frente. Só não contavam com Josef Newgarden extremamente agressivo, que foi para cima dos carros papaya e tomou a liderança e tendo um surpreendente Scott Dixon, que chegava no final da prova com chances de vitória. Primeiro Alexander Rossi tentou fazer essa troca liderança com Newgarden, mas não deu certo e ele foi superado por um raivoso Pato O’Ward, que superou Scott Dixon e o companheiro de equipe para tentar a vitória. Só que no final, a Penske mostrou que era o carro do ano de 2024 e Josef Newgarden tomou a liderança na última volta, em uma ultrapassagem ousada por fora, para não mais perdê-la até a mítica faixa de tijolos. Pato O'Ward terminou em segundo, com Scott Dixon em terceiro. Alexander Rossi e Alex Palou terminaram em quarto e quinto, respectivamente.

 

Números

Josef Newgarden se tornou o sexto piloto a vencer as 500 milhas de Indianápolis em anos consecutivos, juntando-se a Castroneves (2001-02), Wilbur Shaw (1939-40), Mauri Rose (1947-48), Bill Vukovich (1953-54) e Al Unser Sr. 70-71).

 

O recorde da bolsa das 500 Milhas de Indianápolis foi quebrado pelo terceiro ano consecutivo após a 108ª corrida das 500 Milhas de Indianápolis, atrasada pelo clima, com o duas vezes vencedor da corrida Josef Newgarden da Equipe Penske ganhando US$ 4,288 milhões de uma bolsa total de US$ 18.456.000. A bolsa de Newgarden incluía um bônus acumulado de $ 440.000 da BorgWarner por ganhar vitórias consecutivas na Indy 500. O jackpot aumenta em US$ 20.000 a cada ano, mas só foi concedido mais uma vez desde a sua criação, quando Helio Castroneves venceu a Indy 500 em 2001 e 2002.

 

 

Após pagamentos recordes em 2022 e 2023, esta é a maior bolsa e o maior pagamento ao vencedor na história de mais de um século de “O Maior Espetáculo das Corridas”. O pagamento médio do ano para os pilotos da NTT IndyCar Series foi de US$ 543.000, o que também excede a média do ano passado de US$ 500.600. Em 2023, a bolsa das 500 milhas de Indianápolis foi de US$ 17.021.500, e o pagamento do vencedor do ano foi de US$ 3,666 milhões. Em 2022, a bolsa das 500 milhas de Indianápolis foi de US$ 16.000.200, e o vencedor ganhou US$ 3,1 milhões.

 

A 108ª edição da Indy500 entrou para a história e agora é hora pensar na corrida das ruas de Detroit, no próximo final de semana.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.