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Trinta Anos sem Ayrton Senna PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 29 April 2024 22:59

Domingo, 1º de maio de 1994. Grande Prêmio de San Marino, no autódromo de Ímola, terceira etapa do Campeonato Mundial de Pilotos da Fórmula 1. Curva Tamburello, quinta volta da corrida. O piloto brasileiro Ayrton Senna, guiando seu Williams FW16, bate forte na parede de concreto limítrofe da curva Tamburello. Pela intensidade do acidente, extremo em violência, integrantes do circo da categoria tinham a consciência, naquele exato momento, de que a carreira do grande astro mundial da velocidade, independente da gravidade das sequelas físicas, se encerraria ali.

 

Um final de semana fatídico. Assim será sempre lembrado o GP de San Marino de 1994. Nos treinos de sexta-feira Rubens Barrichello, próximo a completar 22 anos de idade, iniciando sua segunda temporada na categoria, bateu muito forte no ponto mais alto de uma barreira de pneus. A rapidez e a competência do atendimento salvaram a vida do piloto brasileiro, que chegou a engolir a própria língua. Na qualificação do sábado o piloto austríaco Roland Ratzenberger, 33 anos, que disputaria seu segundo GP, sofreu um choque frontal no guard rail, devido à quebra de um aerofólio dianteiro, vindo a sofrer uma séria contusão no pescoço, que acabou sendo fatal. Vídeos mostraram a reação de inconformidade de Senna ao assistir o atendimento ao piloto. No final daquele dia Senna pediu a Galvão Bueno que conseguisse uma bandeirinha da Áustria, dizendo: — Eu vou ganhar a corrida e comemorar homenageando o piloto austríaco com a bandeira.

 

A curva Tamburello era uma curva de alta velocidade, praticamente uma reta, feita de pé embaixo, e sua segurança era questionada pelos pilotos mais experientes. Essa curva vinha dando seus avisos de advertência, marcado como local onde poderiam ocorrer graves acidentes. Em 1987 nos treinos de sexta-feira, um furo de um pneu fez Nelson Piquet bater forte no muro da Tamburello com seu Williams FW11B. O piloto sofreu traumatismo craniano leve e foi proibido de participar da corrida, permanecendo em observação médica. Em 1989 Gerhard Berger, pilotando seu Ferrari 640, nas primeiras voltas da corrida, quando disputava uma posição com Patrese, perdeu o controle do carro e foi bater no muro da Tamburello. O fogo tomou conta do carro rapidamente. A eficiência dos bombeiros salvou a vida do piloto austríaco. O acidente foi tão impressionante que todos que assistiam temeram pelo pior desfecho. Berger sofreu queimaduras superficiais. Em 1992 Riccardo Patrese, com seu Williams FW14B, em treino particular, saiu da pista e foi bater no muro da Tamburello. Apesar da gravidade do acidente o piloto italiano sofreu apenas uma contusão no pescoço. A Tamburello emitiu insistentes sinais de perigo!

 

 

Todos os apaixonados por automobilismo, principalmente os brasileiros, que na época eram no mínimo adolescentes, lembram-se desse dia marcante, sabem onde estavam e o que estavam fazendo. O mundo perdeu um das mais destacadas personalidades da história dos esportes. Ayrton Senna se transformou, com todos os méritos, em ídolo mundial. Quem não se lembra do GP de Mônaco de 1984, do GP de Portugal de 1985, do GP do Japão de 1988, do GP Brasil de 1991 ou do GP da Inglaterra, o único em Donington Park, em 1993, apenas para citar alguns.

 

Ayrton Senna nasceu no dia 21 de março de 1960. Quando sofreu o acidente fatal tinha acabado de completar 34 anos de idade. Conquistou 3 títulos mundiais, 41 vitórias, 65 pole positions, subiu ao pódio 80 vezes e disputou 161 Grandes Prêmios. Projetando que ele estaria em atividade até os 38 anos de idade, ele correria até a temporada de 1998. Foram campeões nesse período Michael Schumacher (1994 e 1995 pela Benetton) Damon Hill (1996 pela Williams), Jacques Villeneuve (1997 pela Williams) e Mika Hakkinen (1998 pela Mclaren). Senna seria campeão mundial pelo menos mais duas vezes, podendo ter chegado a mais três títulos mundiais.

 

O fato é que Ayrton Senna foi um dos maiores esportistas que o mundo conheceu e está sendo reverenciado em todo o planeta, em homenagens mais que merecidas. Um competidor como poucos, que tinha consciência de sua grandeza, mas praticava a sabedoria da humildade.

 

Próximo encontro: GP de Miami, dia 5 de maio.

 

Luiz Carlos Lima

 

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Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.