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Os desafios da Fórmula 4 FIA no Brasil PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 23 May 2024 19:39

Salve Nobres Leitores,

 

Como vocês podem ver, este mês de maio eu estou bem ativo. Esse é o terceiro artigo que publico e o assunto agora vai ser a Fórmula 4 Brasil.

 

A próxima etapa, com rodada tripla de corridas, da categoria só vai acontecer no final de junho, no Velocittà, em Mogi-Guaçú, mas na última etapa, realizada em Interlagos, tivemos uma coleta de material e pesquisa, com o enviado do site – Flávio Pinheiro – conversando com os personagens envolvidos no projeto da categoria e que, pelo teor das conversas, acabou desencadeando (ou acelerando) algumas ações.

 

A Confederação Brasileira de Automobilismo – CBA – através da gestão de Giovanni Guerra, que está em seu último ano de mandato e provavelmente concorrerá a uma reeleição, aliou-se à VICAR e decidiram investir em um projeto de categoria de base para monopostos em território nacional. Apesar de termos categorias regionais como a Fórmula Delta (12 participantes), a Fórmula Evolution (17 participantes), a F1600 (35 participantes) e a Fórmula Vee (20 participantes), estas categorias não tem abrangência nacional e não tem as homologações técnicas da FIA.

 

 

Em sua primeira temporada, após todo um trabalho de divulgação, prospecção e promoção com sua apresentação para atrair pilotos e estruturas, a CBA trouxe para o Brasil 16 carros completos – além de um pacote de sobressalentes – que foram entregues à quatro equipes da Stock Car (Cavaleiro Sports, Full Time Sports, TMG Racing e KTF Sports), cada uma com 4 carros e tivemos na primeira temporada a participação de 16 pilotos brasileiros.

 

O campeonato vencido por Pedro Clerot, que no ano seguinte disputou a FIA Fórmula 4 na Espanha, com vitórias e bons resultados e que em 2024 está na Fórmula Regional Europeia, onde pontuou na etapa de estreia. Além de Clerot, outros pilotos seguiram para correr no Exterior. Nicolas Giaffone venceu a USF Juniors nos EUA em 2023 e este ano está na USF2000. Fernando Barrichello disputou a Fórmula 4 na Espanha em 2023 e este ano está na Eurofórmula. Aurélia Nobels, que venceu o FIA Girls on Track em 2022, disputou a Fórmula 4 na Itália no ano seguinte e em 2024 está na Fórmula Academy, categoria FIA só para mulheres que faz preliminares na Fórmula 1.

 

 

O início promissor certamente deveria ter provocado um impacto positivo nos pilotos saídos do kart ou com idade de pensar em dar partida em um projeto de carreira internacional. Infelizmente o que se viu não foi bem isso. A KTF Sports abriu mão da operação e – efetivamente – tivemos um grid onde apenas 10 pilotos disputaram todas as etapas (Cecilia Rabelo ficou fora da 2ª etapa por questões médicas). No total, com alternâncias, tivemos 15 pilotos participando do campeonato. Um ponto positivo e interessante foi ver a participação de um piloto estrangeiro – Carl Bennett, Tailandês radicado nos Estados Unidos – participando de duas etapas no Brasil. O campeão foi Vinícius Tessaro.

 

Em 2024 o grid diminuiu mais um pouco. Tivemos apenas 10 pilotos brasileiros no início da temporada. A boa notícia foi a primeira participação de um piloto argentino – Genaro ‘Gino’ Trappa – fazendo (assim espero) a temporada completa, que este ano terá uma de suas etapas na Argentina, como parte da programação da Stock Car, em Buenos Aires. A má notícia é que o piloto Álvaro Cho, que destacou-se na primeira etapa em Mogi-Guaçu, não disputou a etapa seguinte, em Interlagos, onde seu carro foi pilotado por Filippo Fiorentino, que disputa a Fórmula 4 Espanha. Extraoficalmente (uma vez que as fontes não quiseram se identificar), o que foi dito ao nosso enviado sobre o motivo da ausência de Álvaro Cho passou pela “falta de combustível financeiro”. Esse foi o mesmo motivo que tirou Vinícius Tessaro da USF Juniors nos Estados Unidos.

 

 

Na etapa de interlagos, a categoria foi “ali ao lado”, no Kartódromo, oferecendo aos pilotos da Copa São Paulo Light de Kart levando quatro kartistas, aspirantes a tomar o caminho dos monopostos como pilotos profissionais treinos com os carros e a possibilidade de vivenciar os bastidores da categoria, sendo dois pilotos das categorias Graduados e Graduados B além de dois da categoria Junior. Todos os pilotos tiveram a inédita e agregadora participação do ex-piloto da Fórmula 1, Felipe Massa, que fez um “brainstorming” com os pilotos da categoria e foi pra pista com eles, acelerando um dos carros da categoria, preparado e adesivado para ele no dia dos treinos livres.

 

A Fórmula 4 Brasil tem enormes atrativos para qualquer piloto que queira iniciar seu caminho rumo à Fórmula 1 nas categorias de monopostos. Além de ser uma categoria homologada pela Federação Internacional de Automobilismo e que gera pontos para a obtenção da cobiçada superlicença, segundo o diretor da categoria, o campeão mundial de Kart, Gastão Fráguas, correr na Fórmula 4 brasileira, além de ser uma oportunidade de começar o caminho em uma categoria homologada pela FIA no Brasil, sem ter que ir tão novo para a Europa ou Estados Unidos, é mais barata do que correr em uma Fórmula 4 na Europa. A temporada com 8 etapas e 24 corridas requer o investimento de 200 mil dólares. Pesquisando sobre custos nas categorias da Europa, o mesmo gira entre 280 e 350 mil dólares por temporada, dependendo do país.

 

 

Este valor de investimento mais acessível, com um trabalho bem feito, poderia levar a dois fatores capazes de atrair mais pilotos e aumentar a competitividade da categoria no Brasil: o primeiro seria atrair pilotos do continente sulamericano para darem seus primeiros passos no Brasil, e não indo para a Europa, fazendo a primeira temporada por aqui, algo que pode ser um bom chamariz com um piloto argentino – que venceu uma das corridas em Interlagos – fazendo a temporada regular e usando (olha a sugestão) os carros que estão parados para termos mais pilotos argentinos na etapa de Buenos Aires. A segunda, mais ambiciosa, é divulgar e tentar atrair pilotos europeus, asiáticos e outros para fazerem a primeira temporada no Brasil e não na Europa.

 

 

Enquanto essa matéria era preparada, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), o presidente Giovanni Guerra anunciou na segunda-feira, 13 de maio, a criação de um projeto que visa apoiar os pilotos brasileiros no desenvolvimento de suas carreiras: a Academia de Pilotos CBA. Além da parte voltada para o kart, levando quatro kartistas para a disputa do Mundial de Kart OK Júnior e OK FIA e Copa do Mundo de Kart OK N, em setembro deste ano na Grã Bretanha, em parceria com a VICAR, transforma a Fórmula 4 Brasil em categoria escola a partir da temporada 2025. A iniciativa também prevê apoio a pilotos e outras novidades. Aguardemos as novidades, mas é bom ver que os dirigentes estão se mexendo.

 

Abraços a todos,

 

Denilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.